segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A Imitação de Cristo: o desprezo do mundo e de todas as suas vaidades



Quem me segue não anda nas trevas (Jo 8,12), diz o Senhor.

São as palavras de Cristo, que nos convida a imitá-lo e à sua vida, se de fato procuramos luz e a libertação de toda cegueira interior.

Meditar sobre a vida de Jesus merece, pois, nosso maior empenho.

O ensinamento de Cristo é superior ao de todos os santos, quando acolhido interiormente no espírito.

Acontece, porém, que, por falta do espírito de Cristo, muitas vezes a leitura dos evangelhos nos deixa indiferentes.


Para entender Cristo e saborear suas palavras precisa se empenhar em se conformar a toda sua vida.

Que te adianta discutir os segredos da Trindade se te falta a humildade, que somente agrada a Deus?

Não são as grandes ideias que nos fazem santos. O que agrada a Deus é a vida santa.

Prefiro sentir compunção a saber-lhe a definição.

Quando faltam a caridade e a graça, de que adianta conhecer toda a Bíblia e todos os filósofos?

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade(Ecl 1,2), exceto amar a Deus e só a Ele servir.

A suprema sabedoria consiste em caminhar para o reino dos céus pelo desprezo do mundo.

Vaidade, portanto, é acumular riquezas que perecem e nelas confiar.

Vaidade é ainda ambicionar as honras e dela se orgulhar.

Vaidade é obedecer as inclinações da carne e desejar o que será depois objeto de punição.

Vaidade é sonhar com uma vida longa sem cuidar de fazer o bem.

Vaidade é pensar somente na vida presente, sem prever a futura.

Vaidade é amar o transitório e deixar de perseguir a alegria que dura para sempre.

<Lembra-se sempre do que diz o Eclesiastes (Ecl 1,8): O olho não se sacia de ver, nem o ouvido de ouvir.>

Procura, pois, desvincular o coração do apego às coisas visíveis e voltá-lo para as invisíveis. Quem se deixa levar pela própria sensualidade macula a consciência e perde a graça de Deus.

Fonte: A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis.

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