quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Francisco e "São" Martinho Lutero perfeitamente juntos

pope and luther


Texto referente à entronização de Lutero no Vaticano, no dia 13 de outubro.

Nossa série sobre a origem dos erros do Papa Francisco continua com sua atuação frente a audiência  de “peregrinos” luteranos na Alemanha, no Vaticano em 13 de outubro. Nessa data, se comemorava o 99º aniversário do Milagre do Sol em Fátima; mas Francisco, supostamente devoto da Virgem e cujo pontificado dedicou a Nossa Senhora de Fátima (o que justifica meu otimismo inicial em respeito ao seu pontificado desastroso) completamente ignorou completamente a ocasião. Em vez disso, ele passou o dia celebrando a memória de Martinho Lutero na sala de audiência Paulo VI.

Uma estátua do arqui-herege dividiu o palco com Francisco durante o evento, em que dois ministros luteranos, um deles usando um anel de orelha, colocou em suas mãos uma cópia cerimonial enorme das 95 teses, considerada comumente como ponto de referência do início da Reforma. Um dos ministros citou Lutero com o desejo de que sua obra fosse entregue a quem nunca tinha lido. Nunca em seus sonhos mais estranhos Lutero imaginou que um dos receptores seria um Papa, aceitando-a.



O Papa e Lutero


Francisco passou a maior parte da audiência usando dois lenços, um amarelo e outro azul, amarrado para simbolizar a “unidade” entre luteranos e católicos ortodoxos, que só existe na sua imaginação. Ou talvez Francisco tinha em mente a unidade que existe entre luteranos e  a maioria católica liberalizada, a que efetivamente se tornou protestante em grande parte devido à novidade nociva do “ecumenismo”. Hoje estamos testemunhando o que Pio XI temia quando condenou e proibiu a participação católica no “movimento ecumênico”, que teve origem em seitas protestantes:


            “ Acaso não é justo – apenas repetir-se - e não está acima do dever a que tanto quanto invocam o nome de Cristo se abstenham de recriminações mútuas e finalmente um dia se unam com laços de caridade mútua? E quem se atreve a dizer que ama Jesus Cristo, mas tenta com todas as forças realizar os desejos que Ele disse para orar ao Pai para que todos sejam um ?. ...

Este projeto é promovido de forma ativa e em muitos lugares para ganhar a adesão de um número de cidadãos, e até mesmo se apoderar das mentes de muitos católicos e seduzir com a esperança de conseguir a união que seria agradável a Santa Mãe Igreja, que certamente não deseja mais do que recuperar seus filhos errantes e trazê-los de volta para seu seio. Mas, na verdade, sob essas palavras e lisonjas sedutoras encontra-se um grave erro pelo qual os fundamentos da fé católica são completamente destruídos.
Agora, um papa hiper-ecumênico se compromete pessoalmente em destruir os fundamentos da fé católica precisamente em nome do ecumenismo, bombardeando a Igreja com arrogantes declarações tolerantes, frequentemente apresentadas com desdém e um tom de indignante irritação ultrajante para com os católicos ortodoxos que se diferem das trivialidades que ele considera autêntica espiritualidade católica para agradar as massas.

Cumprindo sua habitual tagarelice herética em resposta a questões colocadas por membros do público Luterano (as seguintes traduções são minhas, tiradas diretamente do vídeo), Francisco disse que católicos e luteranos pertencem “ao corpo de Cristo.” No entanto, Francisco novamente cai em contradição com o ensino de seus antecessores em relação aos membros do Corpo Místico.

Como solenemente afirmou o venerável Pio XII, de acordo com toda a tradição:


Na verdade,  só estão incluídos como membros da Igreja os que foram batizados e professam a verdadeira fé, e que não têm a sorte de se separar da unidade do Corpo, ou foram excluídos pela autoridade legítima por uma falta grave. “ Por um mesmo Espírito”, diz o Apóstolo, “fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres.” Assim, uma verdadeira comunidade cristã há um só corpo, um só Espírito, um Senhor, e um só batismo; de modo que haja uma só fé”.


Pio XI, enquanto condenava o “movimento ecumênico”, também insistiu:


Dado que o Corpo Místico de Cristo, isto é, sua Igreja, a semelhança de seu corpo físico, é um, compacto e unido, seria tolo e absurdo dizer que pode ser composto por desconexos e separados membros: quem, portanto, não estiver ligado a ele não é seu membro, nem está unido à cabeça, que é Cristo.


Mas o ensinamento de seus antecessores não é importante para Francisco, que se revela dizendo coisas que que são “insensatas e fora de lugar” enquanto o mundo aplaude sua “humilde revolução”. Depois de sua verborragia, Francisco enfrentou uma pergunta sobre uma região da Alemanha onde oitenta por cento da população não professa nenhuma religião:


O que fazer para convencer aqueles que não têm fé? Ouça! A última coisa que você tem a fazer é 'dizer': você deve viver como um cristão eleito, perdoado e no caminho. Não é lícito convencer de sua fé. O proselitismo é o veneno mais forte contra o caminho ecumênico [aplausos].

Pelo contrário, você deve dar testemunho de sua vida cristã - o testemunho  que vem do coração, eles podem ver o coração. E desta inquietação surge a pergunta: “Por que esse homem ou essa mulher vive desta maneira?” E isso vai preparar o terreno para o Espírito Santo, que trabalha no coração, faça o que tem que fazer. Ele deve falar, não você!”


Ele não poderia ser mais claro: Francisco insiste que é errado dizer o que for preciso para convencer os outros de sua fé. De acordo com ele, deve-se simplesmente viver como cristão, enquanto Deus vai falando como uma espécie de iluminação interior nas pessoas que, supostamente, serão conduzidas para a conversão simplesmente observando uma vida cristã. Francisco não fala do proselitismo no “sentido negativo” surgido da fábrica de desculpas dos neocatólicos, mas do próprio ato de persuadir as pessoas da verdade da religião católica. Tão pouco precisa Jimmy Akin [apologista católico que trabalha no Catholic Answers] e outros artesãos  neocatólicos da dissimulação, desperdiçando tempo com o artifício da “má tradução”. As palavras exatas do Papa em italiano são: “Non é lecito [coorecto ou lícita] convincere della tua fede. Il proselitismo [ênfase dele] e il velleno [veneno] contro il piu forte Ecuménico cammino”.

Aqui encontramos um dos clichés brilhantes do catolicismo liberal que soam bem, mas são expostos como lixo depois de um tempo de reflexão. Considere a realidade da vida em nossa ordem social secular e pluralista. Na grande e impessoal arena da vida pública, incluindo locais de trabalho e lazer, o testemunho “silencioso” que  supostamente deve converter as pessoas é totalmente ineficaz. Os católicos não andam visivelmente irradiando alegria, com auréolas pairando sobre suas cabeças mostrando que ocupam uma exaltada plataforma de paz e felicidade a que todos devem aspirar. Não existe uma “inquietação” espiritual gerada pela mera presença dos católicos na sociedade, levantando questões sobre por que “viver dessa maneira.” Muito pelo contrário, a visão de uma grande família católica, por exemplo, é mais provável que provoque ridicularização e rejeição da população que usa contraceptivos regularmente.

No entanto, geralmente as pessoas que os católicos encontram fora de suas casas e paróquias não têm ideia de que os católicos “vivem desta maneira” a menos que lhe falem sobre sua fé e o que isso significa no seu estilo de vida. É precisamente o testemunho verbal de fé que pode mover corações e guiar à conversão através da graça de Deus. Mas, os católicos são apenas invisíveis na vasta multidão da sociedade civil contemporânea. O clichê liberal constantemente  dito por Francisco é apenas uma receita para o silenciamento total da Igreja militante, o que, de fato, é o resultado do “ecumenismo” e da “abertura de reconciliar ao mundo” em geral.

Pior ainda, sobre o seu imaginário testemunho silencioso cristão, Francisco não fez distinção entre católicos ortodoxos, que seguem todos os ensinamentos de Jesus Cristo, e os luteranos, que selecionam e escolhem o Evangelho dado que praticam a contracepção, divórcio e o aborto, simulam ordenar mulheres e homossexuais como “sacerdotes” e “bispos” e consentem no “casamento” diabólico entre pessoas do mesmo sexo. Francisco quer nos fazer crer que o Espírito Santo inspira a conversão com base no “testemunho” de pessoas que pisoteiam o Evangelho e que até Lutero denunciaria como malditos hereges.
Até aqui, veio a ordem divina “Ide, portanto, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a observar tudo o que vos tenho ordenado”. E aqui veio o exemplo do primeiro papa, seguindo este mandado, declarou perante uma multidão de potenciais judeus conversos.:


Arrependei-vos, disse ele, e ser batizados cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois  a promessa é para vós,  para vossos filhos e para todos os que ouvirem estando longe o apelo do Senhor nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os dizendo: “ Salvai-vos desta geração perversa.” (Atos 2: 38-40)”.


Cometendo mais uma de suas inúmeras gafes, logo Francisco atribuiu à “teologia medieval”, o ditado “a Igreja está sempre se reformando” ou “sempre deve ser reformada”, a partir do latim ecclesia semper reformanda est. Este slogan protestante, que provavelmente se originou em 1600, é erroneamente atribuído a Santo Agostinho (que também não era medieval) e tornou-se popular graças ao eclético teólogo protestante Karl Barth após a Segunda Guerra Mundial.

Este erro foi destacado com a afirmação absurda “os maiores reformadores das igrejas, nossas igrejas, são os santos: os que seguem a palavra de Deus e a põe em prática ... tanto na Igreja Luterana como na Católica há pessoas deste tipo : com o coração santo, que seguem o Evangelho. Estes são aqueles que reformam a Igreja.”

No Evangelho de acordo com Francisco, o máximo ecumenista católico, não há diferenças cruciais entre luteranos e católicos. Somos todos cristãos. Todos seguem o evangelho, incluindo aqueles que pensam que o Evangelho permite o divórcio, a contracepção, o aborto e a sodomia em situações “difíceis”. Para Francisco, a heresia total e imoralidade promovida pelos descendentes de Lutero, incluindo a mulher “bispo” que Francisco recebeu calorosamente, são irrelevantes. Os católicos têm os seus santos e os luteranos os seus, incluindo a degenerado maníaco que fundou sua religião feita por homens, cuja estátua Francisco dignificou com a sua presença ao lado dela.

Está longe da mente de Francisco a realidade de que não há “Igreja Luterana” e nunca existiu. Nem parece perceber que o mesmo luteranismo é fraturado em muitas seitas opostas cujas doutrinas corruptas mais ou menos rejeitam a doutrina dogmática imutável da Igreja Católica em muitas questões assim como os preceitos da lei natural inscrita mesmo nos corações dos pagãos sem fé, sem mencionar aqueles que professam ser cristãos.

O desempenho de Francisco em 13 de outubro, negou efetivamente a necessidade salvífica da Igreja, uma negação temática de todo seu pontificado. Seu hiper-ecumenismo, do qual o espetáculo do 13 de Outubro foi a mais recente demonstração, também nega efetivamente o papel do ministério petrino como uma condição sine qua non da unidade dos cristãos.

No entanto, o púlpito papal é um veículo mais do que adequado para promover ao mundo o Bergoglianismo, uma religião que os luteranos acham totalmente agradável, como demonstrado pelos aplausos entusiasmados na sala de audiência. E Francisco confirmrá o seu entusiasmo quando for para a Suécia no final deste mês para comemorá o início da rebelião protestante e participar de uma liturgia conjunta com os luteranos leigos disfarçado de clérigos, e confirmando-os em seus erros abomináveis, nenhum dos quais preocupam Francisco.

Mas, como infalivelmente Deus traz o bem do mal, o mais horrendo deste pontificado, finalmente, consegue despertar os fiéis para os perigos do positivismo papal, lembrando-lhes que a fé é objetivamente verdadeira, não verdadeira porque disse o Papa, e é inteiramente possível  o fato de um papa contradizer esta verdade objetiva. Assim,por exemplo, um dia após a audiência de 13 de outubro  Jeffrey Mirus [presidente da Catholic Culture] escreveu:


Os leitores e escritores da CatholicCulture.org, embora às vezes podem se equivocar, não são idiotas. É falso pretender que quando o Papa Francisco diz algo que é percebido como novo, diferente e perturbador, na verdade [sua ênfase]  quer dizer sempre que a Igreja ensinou anteriormente. Nesta altura até mesmo os alunos mais brutos sabe que não é certo. Quando o armário do imperador está vazio, ninguém ajuda a fingir que ele está bem vestido – a menos que nos resulte duvidar de nossa sanidade”.


Não, não estamos demente. O demente é este pontificado. Como Antonio Socci notou depois da festa de Francisco por causa de Lutero: “Bergoglio, ao invés de honrar Nossa Senhora, honra Martinho Lutero, participando de uma audiência (no Vaticano), onde uma estátua do heresiarca e cismático alemão foi exibida e como a de um dos santo. É mais, Bergoglio é o Papa que, pela primeira vez em dois mil anos desejou a profanação dos sacramentos! ... O que mais falta para os ingênuos abrirem os olhos?”
Só Deus sabe por quanto tempo a Igreja continuará afligida por este Papa desgraçado. Mas, finalmente, os olhos estão se abrindo. E pelo menos podemos dar graça por isso, enquanto esperamos e rezamos para que a Igreja se veja livre de Francisco e todas as suas obras.


Fonte: Adelante la Fé - Francisco y “San” Martín Lutero: Perfectamente juntos

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