segunda-feira, 29 de maio de 2017

Os limites no desenvolvimento social da adolescente

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Reflexão para os pais católicos "modernos" que deixam suas filhas adolescentes expostos em redes sociais e à televisão e todo tipo de contato com os maus costumes

A criança na adolescência, uma espécie de larva operando a metamorfose, participa igualmente da infância e da juventude; não estando todavia nem em um nem na outra, não se acha bem colocada em parte alguma.


É mista e difícil a sua posição; em todas as partes incomoda e se acha embaraçada, pelo que se diz com razão que é esta a idade ingrata. O corpo, o espírito, os modos, tudo participa delas, tudo apresenta o seu cunho. Mas a mãe não pode pensar em evita-la, é uma prova de prudência e de justiça da sua parte aceita-la tal qual é; e reservando então principalmente a severidade para os defeitos e para as faltas, devem mostrar-se indulgentes com todas as exterioridades desagradáveis.

Se não se deve tratar a jovem adolescente como criancinha, também não se deve ainda torna-la mulher na família e na sociedade, desenvolvendo, a par de uma razão prematura, uma afoiteza não menos prematura, pois que são mais perigosos que agradáveis os frutos colhidos antes de maduros.


Não pode permitir ainda nesta a idade que tome parte na conversação, a não ser na intimidade da família. A tendência para a presunção, mais insuportável e mais viva do que nunca, é uma dessas propensões que se alimentam com a mínima concessão, e não é fácil ver-se livre dela uma vez desenvolvida. Além disso, uma criança na adolescência tem um talento especial para dizer o que deveria calar e para entrar em assunto de conversa inconveniente e desagradável. Em tal idade deveria ocupa-la unicamente os seus estudos e a sua educação, não lhe deixando tempo para se mostrar na sociedade. Aqui se pode recordar o que se disse nos bailes infantis; não são menores os perigos destas festas para uma jovem de quatorze anos que para uma menina de nove. O menino crescia e fortalecia-se em inteligência, E PERMANECIA NO DESERTO, até o dia em que devia aparecer ante os homens. (São Lucas). Assim deveria fazer todos, e assim viriam a ser mais que profetas, porque viriam a ser cristãos.

Mas sossegai mães tão vaidosas com vossos filhos, apesar dos seus defeitos pessoais e das desvantagens da sua idade; vós que tendes tanta pressa em fazê-los aparecer ante os homens, e a quem tão longa parece a preparação do deserto, acalmai a vossa impaciência. Em breve terá passado a prova, e dará lugar a idade ingrata da sementeira à idade feliz da colheita; acabada a transformação, admirar-se-ão com assombro as brilhantes cores e as azas matizadas da mariposa que rompeu o casulo para se arrojar ao espaço.

Como já vimos longe de abandonar esta idade, parece a religião reservar para elas as suas mais augustas cerimônias e as suas mais doces emoções. Como todos os necessitados, tem esta idade, direito a seus favores particulares e a religião os prodigaliza com ternura maternal, dando-lhe, como ao homem feito, o alimento sólido e substancial dos sacramentos, mas fazendo-lhe ainda sentir, como a criança, somente a suavidade do seu jugo. Muitas vezes a favorece com um a devoção terna e ardente, e, não obstante, só lhe pede com mil contemplações esses sacrifícios destinados a ser um dia o seu elemento e a sua vida. O Senhor guarda os pequenos, ama-os, atrai-os e –permita a expressão- anima-os até como faria uma mãe a seu filho mais novo.



A Mulher Cristã desde o Nascimento até a Morte – Mme M. de Marcey

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