sábado, 25 de maio de 2019

FALAM OS EXORCISTAS – PARTE VIII


Nota do tradutor – Com as postagens a seguir, intituladas “Falam os exorcistas”, pretende-se proporcionar aos leitores informação sobre um tema cada dia mais premente, o da influência demoníaca na vida do ser humano, responsável pela quase totalidade dos males hodiernos. O intuito é o de entender como o satanismo especialmente a partir das últimas três centúrias, vem dominando praticamente todas as esferas da vida humana, da religiosa à civil, trazendo consequências a nível individual, familiar e coletivo; isto dito por quem lida direta e indiretamente com os “dominadores deste mundo tenebroso” (Ef VI, 12). As informações, altamente necessárias a todos, crentes e não crentes, servirão para nos colocar diante da verdade: sobre nós e sobre os que nos cercam; tendo em conta o revelado à Santa Brígida da Suécia, que a Igreja utiliza em sua liturgia: “(...) Suplico-Vos, meu Salvador, livrai-me de todos os meus inimigos visíveis e invisíveis e fazei-me chegar, com vosso auxílio, à perfeição da salvação eterna”. É disto que se tratará nas postagens a seguir, vindas em boa hora para que a Verdade possa de fato libertar os – cada vez crescentes – milhões de cativos mundo afora, mesmo fora das prisões institucionais; portanto, eu, você, e muitos mais.
Porta aberta ao demônio – 3ª porta
R.P Paul Marie de Mauroy*

A Falta de Perdão
Agora, falemos da terceira porta aberta que é uma falta de perdão.

Às vezes as feridas são tão fortes, que se torna mais difícil de perdoar. Não falo mais das feridas da infância, mas agora dos adultos. Porque às vezes as feridas são impedimentos, no sentido em que a pessoa, na sua vida, traz sequelas dessa ferida e não consegue perdoar.

O perdão não é esquecer, é uma outra coisa. O perdão é um ato interior do coração. Perdoar sem esquecer, é porque uma pessoa foi ferida gravemente, não pode esquecer, porém, pode perdoar.


Existem dois critérios para saber se alguém perdoou.
Primeiro critério: se alguém é capaz de rezar pela pessoa que nos fez o mal.

Segundo critério: se lembrando da pessoa que nos fez o mal, vem o sofrimento – o que é normal – porém não há maldade nem o rancor.

Se estes dois critérios estão presentes, eu quero dizer com isso que a pessoa perdoou.

Às vezes o perdão é coisa muito difícil de ser concedido, que só pode ser dado com Cristo na cruz. Cristo perdoou seus inimigos, quando estava para morrer, sobretudo no mesmo instante da morte. Este perdão é ainda um perdão profundo que cura, porque Jesus deu uma desculpa: “perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”. Com essa palavra quer expressar a verdade de quando uma pessoa nos fez o mal, e não se apercebe do mal que fez. Ainda quando se aja com maldade, não mede todas as consequências de sua ação.

E para seguir a Cristo é preciso perdoar. O perdão não requer que a pessoa se dirija a quem fez o mal. Diga que perdoa. Às vezes é necessário uma prudência, isto é, conservar uma distância para com a pessoa, porém no coração se perdoou tudo.

Agora, o que se deve fazer é fechar essa porta aberta ao demônio, a falta de perdão, porque não perdoar caminha junto com o julgamento. Somente Deus pode julgar as pessoas. Se eu não perdoo, ocorre que faço um juízo no coração, e julgando a pessoa, me coloco no lugar de Deus.

Se pode julgar as ações, mas as pessoas, nunca. É somente Deus quem julga.

Como se fecha esta porta aberta ao demônio? É necessário um acompanhamento espiritual com um sacerdote.[1]


[1] O que comporta ao menos duas observações: 1) muitas vezes ou não encontramos um sacerdote ou um que sirva a este ministério, estando apto a ser diretor de almas. E na situação atual há mesmo escassez de bons diretores espirituais. 2) Assim sendo, e mesmo que o encontremos, não impede de recorrermos, primeiramente à oração, pedindo a Deus que nos auxilie a perdoar verdadeiramente. Para isso algo de muito proveito é a meditação da Paixão de Jesus, sofrida também por nossa causa. E que ainda procuremos um bom psicólogo católico, que tenha segurança de sua Doutrina e por ela nos guie pelo caminho seguro dos sentidos iluminados pela razão conduzida pela fé. [ntd]

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