Ensinamentos que podemos extrair
da História da Igreja: breve retrospectiva dos erros dos papas
22/08/18 16:16 por Peter
Kwasniewski
Tradução de Airton Vieira
Nota da Redação: uma versão anterior deste
artigo se publicou em OnePeterFive em outubro de 2015, com o pseudônimo de Benedict Constable. Em
função de certa polêmica (cuja natureza não vem ao caso), o artigo se retirou do
blog, não sem que antes chegasse a um bom número de leitores e fosse qualificado
elogiosamente como uma das exposições mais úteis redigidas até a data sobre a crise
atual da autoridade eclesiástica. O autor efetuou numerosas correções ao artigo
antes de publicá-lo, graças aos comentários de alguns leitores, entre os que se
contam historiadores da Igreja e expertos em teologia dogmática. Nesta ocasião
aparece com o nome real do autor.
Há católicos que não suportam que se
critique um papa pelo menor motivo, como se o edifício da fé católica fosse
desmoronar caso se demostrasse que um sucessor de São Pedro fosse um sem
vergonha, um assassino, um fornicador, um covarde, um transigente ou um promotor
de ambiguidades, heresias ou indisciplina. Nada poderia estar mais longe da
verdade que afirmar que a fé se viria abaixo; é demasiado forte e estável para isso,
já que não depende de ninguém que exerça o cargo de pontífice. Ao contrário, é
anterior a todos os que ocuparam o sólio pontifício; e de fato são julgados
baseado em que tenham sido ou não bons vigários de Cristo. A fé é confiada aos
papas, do mesmo modo que aos bispos, mas não está sujeita a seu arbítrio.
A fé católica a recebemos de Deus, de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, sua pedra angular imutável,
garantia constante de verdade e santidade [1]. O conteúdo de dita fé não é
determinado pelo Papa, mas por Cristo, e nos é transmitido pelas Sagradas
Escrituras, a Sagrada Tradição e o Magistério. Por Magistério não se entende tudo
o que proceda dos prelados e os papas, mas o ensinamento público, oficial,
definitivo e universal acumulado nos cânones, decretos, anátemas, bulas,
encíclicas e outros instrumentos dogmáticos de doutrina que estejam em harmonia
com os anteriores.