Nota do tradutor – Com as postagens a seguir,
intituladas “Falam os exorcistas”, pretende-se proporcionar aos leitores
informação sobre um tema cada dia mais premente, o da influência demoníaca na
vida do ser humano, responsável pela quase totalidade dos males hodiernos. O
intuito é o de entender como o satanismo especialmente a partir das últimas
três centúrias, vem dominando praticamente todas as esferas da vida humana, da
religiosa à civil, trazendo consequências a nível individual, familiar e
coletivo; isto dito por quem lida direta e indiretamente com os “dominadores
deste mundo tenebroso” (Ef VI, 12). As informações, altamente necessárias a
todos, crentes e não crentes, servirão para nos colocar diante da verdade:
sobre nós e sobre os que nos cercam; tendo em conta o revelado à Santa Brígida
da Suécia, que a Igreja utiliza em sua
liturgia: “(...) Suplico-Vos, meu Salvador,
livrai-me de todos os meus inimigos visíveis e invisíveis e fazei-me chegar, com vosso auxílio, à perfeição da
salvação eterna”. É disto que se tratará nas postagens a seguir, vindas em boa
hora para que a Verdade possa de fato libertar os – cada vez crescentes –
milhões de cativos mundo afora, mesmo fora das prisões institucionais;
portanto, eu, você, e muitos mais.
†
«O exorcista» e São Miguel Arcanjo
Por
Germán Mazuelo-Leytón
12/03/2019
Tradução
de Airton Vieira – O filme «O exorcista»
de 1973, levado às telas sobre um roteiro de William Peter Blatty, se inspirou em
um fato verídico de possessão diabólica em um menino de 13 anos, conhecido pelos
pseudônimos Robbie Mannheim ou Roland Doe. Os detalhes
do exorcismo foram registrados no livro Possessed de Thomas
Allen.
I. Setenta anos atrás: Dominus
Robbie, era filho único. Em janeiro de 1949 uma tia,
espiritista, com a que possuía um trato próximo lhe ensinou a usar o tabuleiro
Ouija.
Pouco depois os pais de Robbie se deram conta que em
torno a seu filho sucediam coisas estranhas como ruídos inexplicáveis em sua habitação,
som incessante de gotejamento de água e mais tarde um ruído de arranhões como
garras raspando madeira, movimento de mesas e objetos, alguns dos quais eram
lançados pelos ares. Quase ao mesmo tempo sua tia Harriet morreu e Robbie começou
a usar durante horas e horas a Ouija como um meio para contatá-la. Sucessivamente
se deram anormalidades físicas alarmantes no corpo de Robbie: marcas de arranhões,
vermelhidões e contusões, aparecidas sem nenhuma razão aparente.
Mais inquietante ainda foi a transformação de sua pessoalidade. O
adolescente retraído e taciturno, se tornou repentinamente agressivo com frequentes
arroubos de ira e birras violentas dirigidas a seus pais. Robbie começou a falar
em latim, uma língua que não tinha como tê-la aprendido. Foi então quando seus
pais decidiram que necessitavam ajuda. Tentaram quase tudo sem resultados. Como
protestantes acudiram a seu pastor, quem considerava o exorcismo uma
relíquia da Idade Média.
Finalmente acudiram à paróquia católica próxima a
sua casa. O sacerdote Albert Hughes foi escolhido para ajudar os angustiados pais,
mas resultou ser totalmente inadequado para a tarefa. Ao fracassar em sua tentativa
de liberar o adolescente da possessão, lhes sugeriu que o hospitalizassem.
Transferiram sua residência a Saint Louis,
Missouri, onde um familiar lhes animou a falar com o Padre Raymond J. Bishop,
quem por sua vez o fez com o Padre William Bowdern S.J. Ambos visitaram a casa
da família onde foram testemunhas dos fenômenos. Este último indicou o Padre
Bishop que tomara nota do que estava sucedendo com o rapaz, graças ao qual se
tem conhecimento detalhe a detalhe de como foi o exorcismo de Robbie.
O Pe. Bowdern, finalmente foi designado pelo arcebispo
de Saint Louis para realizar o exorcismo, o sacerdote que foi descrito por um
companheiro jesuíta como totalmente intrépido, foi assistido pelos
sacerdotes Walter Halloran e William Van Roo.
Desde sua primeira visita à casa em 11 de março de
1949, o Pe. Bowdern pôs Nossa Senhora de Fátima no centro de sua luta,[1] e
foi justamente esse dia quando o sacerdote exorcista contou a Robbie
acerca de como três meninos de sua idade receberam o privilégio especial de ver
a Mãe de Deus cujo nome é Maria. Isto ajudou a explicar a Ave-Maria ao menino,
que não era católico.
A história de Fátima fascinou o
adolescente e o padre Bowdern a repetiu várias vezes durante os seguintes
trinta e oito dias. Isto levou a Robbie a perguntar mais sobre a fé
católica que finalmente o levou a sua conversão e mais tarde à de seus pais.
Em 23 de março começou sua preparação à recepção do
Batismo, sacramento que recebeu em 1 de abril e no dia seguinte a Primeira Comunhão.
Depois de seu batismo, os demônios que possuíam
Robbie se tornaram mais violentos. Trasladado o menino a um sector do
Alexian Brothers Hospital, foi possibilitado ao sacerdote exorcista privacidade
e proximidade com ele.
O Irmão Diretor do Hospital pôs uma
estátua de Nossa Senhora de Fátima cerca próximo ao quarto, e posteriormente
outra de São Miguel Arcanjo na própria habitação.
O Pe. Bowdern durante todo o processo do exorcismo havia
refletido sobre algo que o diabo tinha pronunciado no início com voz
gutural: não me irei até que se pronuncie certa palavra, e
não permitirei que este menino o diga.
Durante as semanas seguintes, o exorcista e seu
assistente suportaram indizíveis insultos, blasfêmias, linguagem suja e
violência dos demônios que possuíam o menino, incluso a fratura do nariz do Pe.
Halloran.
Cada vez que o espírito maligno se manifestava em
Robbie, a voz do menino se distinguia por seu tom cínico, áspero e diabólico, no
entanto, na segunda-feira de Páscoa às 22:45, a voz do rapaz mudou-se em tons
claros e dominantes que não causaram temor. Um augusto personagem disse: Satã! Satã! Sou
São Miguel e te ordeno a ti e aos outros espíritos malignos, que abandonem
imediatamente este corpo em nome de Dominus, Agora, agora, agora!»[2]
Em seguida Robbie teve as mais violentas convulsões
de todo o exorcismo, ao final se acalmou e disse aos que rodeavam sua
cama: se foi.