Jean Luis Tourane é maçom, ativista pró-eutanásia e preside a comissão para o Fim da Vida |
Javier Lozano / ReL 1 março de 2018
Tradução
de Airton Vieira – Em 2016 a França aprovava uma lei que legalizava
o deixar de alimentar e hidratar doentes se eles mesmos – ou um representante seu
no caso de incapacidade – o pedir. Os coletivos pró-vida mostraram sua grande preocupação
por esta normativa que abria a porta a um precedente enquanto que os grupos pró-eutanásia
ficaram por sua vez defraudados com uma lei que consideravam muito curta.
Não se passaram nem dois anos
desde então e o lobby pró-eutanásia voltaram com força tentando acelerar a
agenda desde a própria Assembleia Nacional, para assim pressionar a um presidente
Macron a que legisle sobre este assunto.
Ofensiva
a favor da eutanásia
De fato, a maior pressão provém de
pessoas do próprio partido do presidente assim como das lojas maçônicas. Nesta mesma
quarta foi apresentado um manifesto a favor da eutanásia e de uma legislação favorável
que impulsionado pelo deputado Jean-Louis Touraine e que foi apoiado por uma quarta
parte dos deputados franceses, um total de 156 dos que 132 eram do partido governante.
Tourane, atualmente deputado do En Marche junto com o presidente Macrom |
Touraine é professor de Medicina em
Lyon e um veterano político do Partido Socialista, onde foi deputado de 2007 a
2016 e que vendo o potencial de Macron passou a suas fileiras sendo agora
parlamentar por este partido.
Um
ativista preside a Comissão para o Fim da Vida da Assembleia
Este sobrevivente político o é por
uma razão. É um ativista. Dá no mesmo o partido. O importante é conseguir os
objetivos e o principal é aprovar a eutanásia. De fato, é a cara mais visível deste
movimento e grande voz da Associação pelo Direito a Morrer com Dignidade
(ADMD).
A Assembleia Francesa criou há uns meses uma Comissão
para o Fim da Vida que está precisamente presidida por este deputado pró-eutanásia
que lidera agora esta campanha de pressão que busca a legalização, pelo que a comissão
não é outra coisa que um porta-voz a suas propostas.
Reconhecido
maçom do Grande Oriente da França
Touraine não é só um político que
não tem problema em mudar de partido para seguir gozando desta influência, além
disso é um reconhecido e orgulhoso maçom do Grande Oriente da França, sendo um
dos habituais em suas reuniões tanto em Lyon como agora em Paris. E este dado é
também importante na hora de compreender seu ativismo pró-eutanásia.
Este médico desde a década de 1980
vem fazendo campanha pelo suicídio assistido e a eutanásia, termo último que não
aprecia porque diz que era utilizado pelos nazistas. Prefere um eufemismo como
“assistência médica para morrer segundo a vontade do paciente”, ainda que o fim
seja claramente o mesmo.
Uma
"liberdade essencial"
Segundo ele, os franceses estão
privados de uma “liberdade essencial” e o compara com a luta empreendida para
legalizar o aborto. “Hoje se faz a mesma pergunta que sobre o aborto a
princípios dos anos 70”, afirmou.
“Queremos agregar este novo direito,
uma possibilidade para que alguém diga: ‘quero parar minha vida agora’”,
explica uma e outra vez, apelando à “igualdade”. E cada vez que tem
oportunidade cita Sully Prudhomme: “É bom aprender a morrer por vontade, não
por um golpe traiçoeiro. Quem sabe como morrer já não necessita mestre”.
A
reunião maçônica que antecipava o presente
Lograr uma lei mesmo que seja limitada
é só o princípio para abrir a porta a outras políticas como a eutanásia
infantil e a morte sem nenhum tipo de limite. E o que está ocorrendo neste
momento se entende melhor graças a uma reportagem publicada em 2015 em Famille Chretienne onde um de seus repórteres
logrou entrar em uma das conferências que organizou a loja maçônica do Grande Oriente
da França para tratar sobre assuntos bioéticos e debater sobre como aprovar uma
lei da eutanásia na França, e concretamente uma infantil.
Curiosamente, um dos protagonistas
de aquela reunião foi Jean Louis Touraine, então deputado pelo Partido
Socialista e hoje presidente da Comissão para o Fim da Vida da Assembleia
Nacional.
O convidado de honra naquela
reunião da loja era o senador belga Philippe Mahoux, o pai da lei que
despenalizou a eutanásia na Bélgica em 2002 e a de 2014 que a estendeu às crianças.
A
eutanásia, "um gesto de vida"
O político belga deu conselhos a seus
colegas franceses e Touraine, entre outros, tomou nota. Mahoux definia a eutanásia
como “um gesto último de humanidade, que é um gesto de vida!”. E ademais assegurava
que “o escândalo não é a morte, mas o sofrimento e a doença. E ainda mais quando
se trata de uma criança”.
Por tudo isso, pediu aos políticos
franceses que lutassem por um “espaço de liberdade” que propiciasse uma eutanásia
“sem limite de idade”. Essa luta se produz precisamente agora na Assembleia
Francesa encabeçada por um deputado maçom que estava presente naquela reunião.
As
leis, debatidas nas lojas
Mas não é nova a relação entre as lojas maçônicas
e a redação de muitas leis. Em uma recente entrevista com La Contra TV, o professor e experto em maçonaria Alberto Bárcena,
incidia neste aspecto. “Muitas das leis republicanas (francesas) se têm “engomado”,
por utilizar terminologia maçônica, debatido, previamente nas lojas para ser
levadas logo ao Parlamento".
Fazendo referência à lei do
aborto, que também menciona o deputado Touraine anteriormente, Bárcena recorda
como o grande mestre do Grande Oriente, Pierre Simon, qualificou a aprovação daquela
lei como “uma vitória da maçonaria sobre o pensamento judeu-cristão” porque
“defender a vida supõe também ter o valor de rejeitá-la”.
Também o ex maçom Serge Abad
Gallardo, autor do livro Por que deixei de ser maçom, explicava que “há um
grupo importante de maçons presentes no Parlamento. Se chama “Fraternidade
Parlamentar” e está constituído de 400 maçons de todas as obediências maçônicas,
sendo todos eles altos funcionários e deputados. São quase 20% do Parlamento. E
tudo isso sem ter em conta os deputados maçons que não pertencem a este grupo. Eles
votam estas leis sociais (aborto, matrimônio
homossexual, etc.) em primeiro lugar como maçons, seja qual que for seu partido
político. Todas estas leis sociais que são contrárias ao direito natural já foram
elaboradas e escritas nas lojas antes de ser votadas”.
Fonte: Religion en Libertad - Así dirige la Maçonería la igeniería social: el ejemplo de la ofensiva de la eutanasia en Francia
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