segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Batismo pelos mortos: todos seremos Mórmons

Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias


Todos os mortos serão batizados algum dia mórmons. Pelo menos, todos os mortos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ( IJCUD ) escrevem constantemente sobre isso.

Tudo gira em torno da pergunta de Paulo em sua carta aos I Coríntios 15:29: “Por que se batizam eles então pelos mortos ?” . Coisa complicada não é a resposta (não), mas na pergunta. Alguns, como as seitas heréticas dos marcionitas e montanistas, foram seduzidos  pela idéia de que os mortos poderiam ser batizados  “por procuração” e salvar suas almas. Mas o batismo é único e deve ser recebido em vida, o contrário é heresia e paganismo, conforme decidido em 393 no Conselho de Hipona.

Mil e oitocentos anos mais tarde, Joseph Smith, o “iluminado” estadunidense que fundou a heresia dos mórmons, restaurando “a gloriosa doutrina do batismo pelos mortos.” Esse trabalho piedoso para um mórmon e equivocadísima para a Igreja Católica tem apenas uma exigência: conhecer o nome de batismo do falecido.



Microfilmagem em todo o mundo

Assim, no final do século passado, a IJCUD, seguindo a doutrina de Smith, procurou livros de registro de nascimentos e mortes em todo EUA. Logo, a primeira chamada sala da Sociedade Genealógica de Utah, fundada em 1894, ficou pequena para os tesouros registrados armazenados ali. Nesses livros preciosos poderia seguir, por exemplo, a passagem por este mundo de um espanhol que tinha chegado como imigrante na Ellis Island em busca de fortuna, onde se casou, até o dia de sua morte...

Milhões de pessoas, milhões de combinações e uma enorme árvore genealógica que servia tanto para fins de salvar suas almas, como para reunir a família para sempre nos campos verdes do Éden ( os Mórmons são muito literal em relação ao paraíso e garantem que a família vão ficar juntos na mesma casa ) e preservar a genealogia do mundo.

Mesmo entre muitos delírios, a Sociedade Genealógica de Utah jugou-se ser um lugar inseguro para os tesouros. Com toneladas de dinamite, em 1950 , os engenheiros da seita mórmons perfuraram uma montanha de adamellite em Little Cottonwood e construiram uma fortaleza inexpugnável  à prova de bombas nucleares e portas de aço de trinta e duas toneladas .

Todos os registros foram microfilmados e armazenados em locais fechados , com ar condicionado; políticos mórmons em outros lugares do mundo, proporcionaram meios legais para os seguidores de Smith fazerem seus registros paroquiais , os registros civis e até mesmo centros de imigração. Logo, a montanha de granito guardava os nomes de mais de 2.3 milhões  de pessoas dos 50 milhões que os mórmons crêm que viveram na Terra desde que o mundo começou.

Em meados dos anos de 1970 , eles transbordaram todo o êxito . Um grande número de convertidos ao mormonismo recorreu aos serviços da Sociedade Genealógica para investigar seu passado e descobrir os nomes dos seus antepassados ​​ que queriam  batizar, mas a “igreja” não podia pagar os serviços de genealogistas profissionais , por isso recusou.

Sem um nome para batizar os fiéis e sacerdotes protestaram. O então chefe da seita, o profeta David McKay, ordenou que os nomes fossem extraídos dos registros, independentemente de haver ou descendentes mórmons, e serem entregue aos templos para seu batismo. A mudança foi notável. O presidente Theodore Burton, em 1975, colocou o nome para esse procedimento conhecido  “Programa de extração controlada” . Um dado: em 1981, quatro milhões de almas foram batizados em templos mórmons. Destes, apenas 49.800 eram pessoas vivas.


Posição contrária da Igreja Católica

A Rede Latino- Americana para o Estudo das Seitas ( RIES ) recorda que a Santa Sé já se pronunciou sobre esta questão, através de uma carta da Congregação para o Clero , o órgão do Vaticano para assuntos relacionados com os sacerdotes , reiterou que as paróquias católicas não fornecessem registros paroquiais disponíveis para os mórmons .

Ainda assim, alguns bispados e paróquias católicas, embora uma minoria , parecem não ter tido conhecimento destas disposições da Igreja uinversal . É mais comum, no entanto, ver na mídia, o governo fezer acordos com a Sociedade Genealógica de Utah, para os mórmons fazerem a microfilmagem ou digitalizar seus arquivos.

A prática do batismo para os mortos trouxe outra polêmica, desta vez com a comunidade judaica, ao batizar os crentes desta religião. Um caso famoso foi o de Simon Wiesenthal, sobrevivente do Holocausto. A IJCUD também teve que pedir desculpas por fazer participar deste rito a vítima nazista Anne Frank, autora do famoso Diário.


Original: Infocatolica

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