terça-feira, 27 de setembro de 2016

Os Novíssimos (o Inferno)


O inferno é a privação da visão de Deus e o lugar onde se padece o fogo eterno e  todo o mal sem mistura de bem algum.


Inferno, etimologicamente, significa lugar subterrâneo, baixo, profundo.
O inferno é chamado na Escritura com diferentes nomes: poço do abismo, lugar da a ira de Deus, lago ardente, terra da escuridão e miséria, morte eterna, etc.


Sua existência.


Muitos e poderosos são os argumentos para a existência do Inferno:

A Sagrada Escritura. - Diz Isaías: “Quem de vós  habitará com os ardores eternos?” (33, 14). “O verme (ou seja, remorso) deles não morrerá e seu fogo não se extinguirá” (66, 24).
chamava o Inferno “Terra de miséria e de trevas, onde habita a sombra da morte, e sem nenhuma ordem, mas um horror sempiterno” (Jó, 10, 22).

São Paulo quando  fala daqueles que não obedecem ao evangelho diz que vai pagar a pena da perdição eterna (2 Tessalonicenses; 1, 9).

A Sagrada Tradição. - Os Santos Padres apoiam por unanimidade a existência de um inferno eterno.

O Concílio Ecumênico de Constantinopla (553) anatematizou aqueles que argumentam que os tormentos dos ímpios haverá fim.

A Igreja canta no Credo de Santo Atanásio: “Aqueles que fizeram o bem irão para a vida eterna; aqueles que fizeram o mal, vai  para o fogo eterno.”

Prova da razão. - A Justiça de Deus, infinitamente Santo, odeia o pecado infinitamente; justíssimo como é, deve premiar o bom e punir o mal. Mas Deus não pune os pecadores comuns nesta vida, e sim, os castiga com a pena proporcional aos seus pecados. Portanto deve punir ou recompensar na outra vida. Logo, há um inferno.



Ensinamentos de Jesus Cristo sobre o inferno.


As provas mais decisivas sobre a existência do Inferno deu-lhes o mesmo Jesus Cristo:
1) Afasta de mim, malditos, para o fogo eterno que foi preparado para o diabo e seus anjos. Essa é a frase que falará contra o réprobo.

2) Falando da diligência com que devemos evitar as ocasiões de pecado, ele diz: Se a sua mão te escandaliza (é para ti ocasião de pecado) corta-a e jogue-a fora: melhor  você entrar no Paraíso, sem ela, do que tê-la e ser lançado no inferno, para o fogo que nunca poderá  se  apagar, onde os vermes não morrem e o fogo nunca se apaga (Marc., 9, 42 e seguindo repetindo o mesmo se aplicando ao pé e do olho).

3) Fale claramente do Inferno na parábola do homem rico, que diz que o homem rico morreu e foi sepultado no inferno (Lucas, 16, 22).

4) Não temais os que matam o corpo (os perseguidores e tiranos) e não podem matar a alma; temei antes Aquele que pode levar a alma e o corpo ao inferno (Temei a Deus) (São Mateus, 10, 28 ).


Tormentos do inferno.


A punição do inferno. - Sendo o pecado, de acordo com São Tomás, aversio a Deo (aparta de Deus) e conversio ad creaturas (amor desordenado às criaturas) dupla será a punição no Inferno: a pena de dano e do sentido. A primeira consiste na privação da visão de Deus. É a maior de todas as penas; se  é a causa de grande sofrimento para uma criança ficar longe de seus pais, exilados de sua terra natal, o que não vai sofrer a alma privada de Deus, que é o centro e o fim para a qual ela foi criada? A alma viu no Juízo a beleza de Deus, sentirá o desejo irresistível de se lançar N’ele e será rejeitada pela sentença de condenação eterna. Se os réprobos no inferno pudessem ver a Deus, eles se sentiriam muito aliviados e até mesmo perderiam força as chamas em que estão imersos. A pena do sentido, principalmente, o tormento do fogo cuja intensidade é tal que, nas palavras de Santo Agostinho, o nosso, em comparação com o fogo do inferno, é pintado: “tamquam ignis depictus”; é um fogo inteligente que atormenta mais ou menos, dependendo da gravidade e número dos pecados; fogo escuro, não deixando desfrutar do benefício da luz; fogo que encerra em si outros suplícios impossíveis de imaginar.
A tudo isto deve ser adicionado o remorso de consciência que Jesus Cristo compara com um verme que rói e nunca morre, “vermis eorum non moritur”.

Estes tormentos afligirão o réprobo sem diminuir sua potência, sem que os condenados experimentem o menor alívio, como deu a entender Jesus Cristo na parábola do homem rico, que a ele nem sequer foi o irrisório alívio de uma gota de água.


A eternidade do inferno.


O mais terrível e desesperante no inferno é a sua duração eterna.

Os réprobos, distintamente do que acontece na Terra, não terão nenhuma esperança, nem mesmo a ilusão do término de suas penas.

Dante, no primeiro livro de sua “Divina Comédia” graficamente descreve a eternidade do Inferno, gravando na entrada dele esta frase terrível: “Lasciate ogni speranza, voi ch'entre” “Abandone toda a esperança vós que entrais aqui.”

Se pode provar a eternidade da punição no Inferno com o seguinte argumento:

Persistência do pecado. - O pecador, ao morrer em pecado mortal, persiste para sempre neste estado e não pode se arrepender. Logo, será sempre inimigo de Deus e, como tal, merecedor de castigo eterno.

Fonte: Adelante la Fé - Los Novísimos (el Infierno)

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