Os erros da Rússia se espalharam na Igreja

Pela primeira vez na história, estamos testemunhando uma luta friamente calculada e artisticamente preparado pelo homem “contra tudo o que é divino” (2 Tessalonicenses 2: 4).

O estado atual do mundo, como afirmado por Pio XII, pode ser definido da seguinte forma: “Na realidade, o problema radical do universo já está totalmente resolvido e é apoiado pelo grande dilema que nunca tinha colocado a liberdade humana: com Deus ou contra Deus . Esta é a escolha que hoje paira sobre o destino da humanidade”. 

O cardeal Jozsef Mindszenty, símbolo da liberdade da Hungria, é certamente um ícone irrefutável ​​de muitos pastores ilustres que escreveram o testemunho de suas vidas, páginas eloquentes do mandato evangélico do Bom Pastor de dar a vida por suas ovelhas (Jo 10: 11-18).

O então arcebispo de Esztergom em suas “Memórias”, escreveu em detalhes como o comunismo veio para tomar o poder na Hungria.

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945: “O Partido dos Pequenos Proprietários foi o vencedor da eleição com 57,7 por cento dos votos. Em seu programa tinha feito uma promessa solene de defender e concretizar os princípios cristãos. O resultado da eleição significava um protesto feito com grande força contra as exigências de poder do comunismo. O Partido Comunista havia conseguido apenas dezessete por cento dos votos expressos, mas destes, pela corrupção, enganos e terror.”

Embora o Partido Comunista Húngaro tivesse conquistado apenas 17% dos votos nas eleições, com a tática de salame  tornou-se parte de um governo de coalizão multipartidária, exigindo 50% das pastas ministeriais.

“A Tática de Salame, também conhecida como “estratégia de corte de salame”é uma estratégia política pela qual um grupo é enfraquecido por segmentar seus componentes, seja por ameaças ou alianças. Assim, a oposição é eliminada “fatia por fatia” até perceber que foi desmantelado completamente. Também pode incluir a criação de facções dentro de um grupo de oposição, em que os conflitos entre essas facções são aqueles que acabam em diluir o grupo, sem que o grupo que usou a tática da salame seja visto como culpado.”

O Cardeal Mindszenty foi preso por oito anos por se opor tenazmente à nacionalização das escolas católicas sofrendo nas mãos dos comunistas tortura durante trinta dias e noites consecutivas, que consiste na privação do sono, a administração da droga, forçamento de declarações e acusações falsas, e, julgado em um processo completamente injusto em que o tribunal considerou-o culpado de traição e o condenou à prisão perpétua.

Durante a memorável Revolução Húngara anticomunista, ele foi liberado pelo povo, e levado para Budapeste. Os comunistas tomaram o poder novamente reprimindo e ele se viu forçado a auto exilar-se na Embaixada dos Estados Unidos, permanecendo lá 15 anos como um asilado político.

Cardeal Mindszenty é o “meu cardeal favorito.”

Foi o Papa Pio XI, que disse que “o comunismo é intrinsecamente mau e não se pode admitir que colaborem com o comunismo em qualquer campo, aqueles que querem salvar da ruína a civilização cristã”.

A perversão moral em que estamos hoje, não chegou da noite para o dia.

Pensadores como Voltaire (1694-1778), Rousseau (1712-1778), Diderot (1713-1784), e os enciclopedistas deram origem à Revolução Francesa, alguns dos quais negou a existência de Deus, ou se admitiam, argumentavam que Deus não tinha nada a ver com este mundo, que “Ele o havia dado corda como a um relógio e o havia abandonado até que essa corda se acabe.” O que equivaleria, por assim dizer, nós estamos sozinhos, e concluíram glorificando o homem e a razão humana com a ideologia da “autonomia da razão”, sua filosofia moral, o deísmo, e chamou sua época de século das luzes.

Os revolucionários franceses, como seguidores do racionalismo, levaram seus ensinamentos à sua conclusão lógica:  assassinaram sacerdotes e freiras, saquearam e profanaram igrejas, destruiram imagens, e até chegou a entronizar a atriz mademoiselle Aubryan, na Catedral de Notre Dame, chamando-lhe “a deusa razão” uma expressão idólatra em sua forma mais agressiva.

Durante o reinado de terror da Revolução Francesa, igrejas foram usadas como estábulos para mostrar o desprezo dos revolucionários pela Verdadeira Religião, o homem sem fé rejeitou a Deus e Sua lei, e parecia ter ganhado temporariamente.

A Revolução Francesa foi uma consequência da negação e rupturas do século XVI, o arrefecimento da fé durante o século XVII, a exaltação da razão no século XVIII, e da exploração da rebelião pelo poder pela maçonaria fundada em 1717 (...) a partir do século XVI vem o drama da rebelião. Aqui vemos prefigurado o materialismo do comunismo ateu.

O deísmo do século XVIII gerou o racionalismo do século XIX e isso produziu o humanismo secular do século XX nos Estados Unidos e o comunismo ateu na Rússia, onde Stalin em sua busca para usurpar a autoridade de Deus através da exaltação do homem, causou um terrível sofrimento e destruição para o mesmo homem.

Piotr Kropotkin, considerado um dos principais teóricos do movimento anarquista, dentro do qual foi um dos fundadores da escola do anarco-comunismo, e desenvolveu a teoria do apoio mútuo, disse que a Revolução Francesa era a fonte e origem de todas as concepções atuais comunistas, anarquistas e socialistas.

O grande Papa Leão XIII, o Papa da Doutrina Social da Igreja, condenava esta seita assim ... aquela seita de homens que, sob diversas e quase bárbaros nomes de socialistas, comunistas, ou niilistas, espalhados por todo o mundo, e intimamente aliados um dos outros por uma iníqua Federação, já não procuram a sua defesa na escuridão de suas reuniões secretas, mas, saindo à luz pública, confiantes e de rosto descoberto, eles insistem em levar a cabo o plano que há muito tem concebido, de perverter os fundamentos de qualquer sociedade civil. Estes são certamente aqueles que, como testemunham as páginas divinas, 'contaminam a carne, desprezam toda autoridade e blasfemam toda majestade' (Judas 1:8).

Na verdade, toda ideologia, toda concepção política, qualquer governo que rejeite a Deus e a ordem moral objetiva são “intrinsecamente perversos” porque eles afirmam na doutrina e na prática a autonomia soberana da liberdade.

Seguindo a doutrina do Papa Pio XI na encíclica DiviniRedemptoris, que condenou os erros apresentados no âmbito de um sentido místico falso, o cristão não pode aderir a esses sistemas ideológicos que se opõem radicalmente a pontos substanciais da sua fé e sua concepção do homem: nem ideologia marxista, ao seu materialismo ateu (...) nem a ideologia liberal, estas correntes buscam se apoderar da religião, instrumentalizar igrejas para usá-las para a destruição da religião e da crença em Deus.

Sobre a infiltração comunista na Igreja, amplamente expliquei em meu artigo Igreja e comunismo.

Considerando que, antes da realização do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica e os bispos formaram uma vanguarda de resistência ao comunismo, hoje são os eclesiásticos dos mais altos níveis, os defensores de uma concepção marxista do cristianismo, buscando a fermentação do marxismo desde a Igreja, principalmente a partir da Teologia da Libertação, que vem a ser antes de teologia, uma ferramenta ideológica de subversão.

Uma prova eloquente de que os erros da Rússia se espalharam na Igreja.

Fonte: Adelante la fé - Los errores de Rusia se han esparcido en la Iglesia

Citações dos Papas da Santa Igreja a respeito do Comunismo / Socialismo:

Papa Pio IX (1846-1878):

“Transtorno absoluto de toda a ordem humana” “[…] tampouco desconheceis, Veneráveis Irmãos, que os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo” (Pio IX, Encíclica Noscitis et Nobiscum)

“[…]o “comunismo”, o “socialismo”, o “nihilismo”, monstros horrendos que são a vergonha da sociedade e que ameaçam ser-lhe a morte” (Leão XIII, Encíclica Diuturnum Illud)

“[…] esta seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros se chamam socialistas, comunistas ou nihilistas, e que, espalhados sobre toda a superfície da terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniquidade, já não procuram um abrigo nas trevas dos conciliábulos secretos, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm formado de há muito, de destruir os alicerces da sociedade civil. É a eles, certamente, que se referem as Sagradas Letras quando dizem: ‘Eles mancham a carne, desprezam o poder e blasfemam da majestade’ (Jud. 8)” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris)

“[…] os socialistas e outras seitas sediciosas que trabalham há tanto tempo para arrasar o Estado até aos seus alicerces” (Leão XIII, Encíclica Libertas Praestantissimum).

Socialismo católico, uma contradição: "Ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista"

“E se este erro, como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca negaram, funda-se contudo numa concepção da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno  

Principais partidos comunistas no Brasil: