segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Reflexões sobre o Santo Sudário



Tradução de Airton Vieira – No mundo de hoje, no que a cultura e os meios de comunicação estão a serviço dos interesses das oligarquias, as mentiras são aceitas graças à repetição constante realizada pela imponente máquina de difusão midiática do poder globalizado.
Não raro, o erro é infundido sob a aparência de uma “falsa ciência”.
Os meios de comunicação podem fazer crer nestes momentos o que queiram; dizem, uma após outra, teorias científicas “fantasy”, como as numerosas variantes da teoria evolucionista, produzidas pela criatividade hiperativa de alguns “cientistas” e por sua esperança de grandes êxitos. O entusiasmo dos positivistas ofusca amiúde a necessidade do contraste experimental de suas teorias.

O prêmio Nobel de química Irving Langmuir cunhou a expressão “ciência patológica” para descrever aquelas ideias que para alguns homens de ciência se convertem em autênticas “fixações”, mesmo que depois sejam desmentidas por outros estudos sérios.
Não devemos nos surpreender de que a ciência usada de maneira “imprópria”, amplamente sustentada pelo aparato midiático, tenha retornado recentemente a atacar o “Santo Sudário”, falando de “sobreposições de sangue irrealistas”. De fato, “irrealista” é pensar em reproduzir as condições efetivas das gotas de sangue sobre um corpo de uma pessoa crucificada, usando um manequim e sangue com anticoagulante.
Um intento bem financiado e sustentado pelos diferentes entes de propaganda institucionalizada, como o Comitê Italiano para o Controle das Afirmações sobre as Pseudociências, é pôr em discussão a gama imensa de investigações que se declara a favor da autenticidade do Santo Sudário.
Não é a ciência em si mesma a que é um fator de progresso, mas o uso que se faz dela. E este uso depende inevitavelmente também da “direção” dos movimentos financeiros que sustentam a investigação.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Paulo VI (1887-1978), um novo santo?




Permanência
Pe. Thierry Gaudray, FSSPX

No dia 5 de agosto passado, o Papa Francisco falou à multidão reunida na praça São Pedro para a oração do Angelus: “Há quarenta anos, o Beato Papa Paulo VI estava vivendo as suas últimas horas nesta terra. Morreu, de fato, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemos dele com muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, em 14 de outubro próximo. Do céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo. Este grande Papa da modernidade, o saudemos com um aplauso, todos!
Não há dúvida que, ao canonizar Paulo VI, após tê-lo feito com João XXIII e João Paulo II, Francisco tem a intenção de confirmar os católicos nas novas orientações tomadas pela Igreja desde o Concílio, e dar um novo lustro à liturgia reformada1. Paulo VI foi, de resto, o primeiro papa a lançar mão da canonização dos santos para avalizar o Concílio, anunciando, no dia 18 de novembro de 1965, antes do seu término, portanto, a introdução das causas de beatificação de Pio XII, mas também de João XXIII2
No entanto, quão opostos eram os julgamentos desses dois papas sobre Monsenhor Montini! Se este último foi um colaborador próximo do Cardeal Pacelli por muitos anos, em 1954 foi afastado de Roma por vontade do Papa Pio XII. O sobrinho de Paulo VI testemunhou que seu tio jamais nutriu a menor ilusão a esse respeito: “para ele, tratava-se de um drama no mais pleno sentido da palavra”3. Ainda que Pio XII não tenha julgado conveniente afastar um substituto nos assuntos ordinários da secretaria de Estado sem lhe conceder uma aparente promoção, a censura não deixava de ser notória. A Sé de Milão era tradicionalmente ocupada por um cardeal, ora “Pio XII não criou mais nenhum cardeal”, e isto “para não ter de designar Monsenhor Montini”4
João XXIII, ao contrário, no dia 4 de novembro de 1958, um pouco antes da cerimônia da sua coroação, escreveu um bilhete para Monsenhor Montini afim de anunciar que esta dignidade lhe seria brevemente conferida5, e sete anos mais tarde, no seu leito de morte, disse: “Meu sucessor será o Cardeal Montini”. 
Como é possível que o Papa Francisco utilize novamente as palavras sagradas da canonização para propôr como exemplo um coveiro da Tradição? Deixamos aos teólogos o encargo de responder a esta questão. No momento, o bom senso e a fé nos bastam para recusarmo-nos prestar culto a Paulo VI. As graves omissões na defesa da fé, a promulgação da missa nova, o abandono do zelo missionário pelo reino de Nosso Senhor provam que Paulo VI era um liberal e que não pode servir de modelo para os católicos.

domingo, 21 de outubro de 2018

Viganò responde a Ouellet: “O senhor admite minhas afirmações principais”


O arcebispo Carlo Maria Viganò tornou a escrever, esta vez respondendo à carta publicada pelo cardeal Ouellet, Prefeito da Congregação dos Bispos.
Tradução de Airton Vieira – O ex núncio nos E.U.A havia escrito outra missiva na que, depois de reafirmar-se em tudo o que disse em seu célebre testemunho, fazia uma apelação direta a cardeal canadense Marc Ouellet para que contasse o que sabia sobre o assunto McCarrick.
O cardeal lhe respondeu duramente em 7 de outubro passado, censurando seu testemunho e atuação neste sentido e fazendo uma defesa férrea do Papa argentino, ao que chamou “pastor insigne, um pai compassivo e firme, um carisma profético para a Igreja e o mundo”.
Hoje, Marco Tosatti, em seu blog Stilum Curiae, publica a resposta de Viganò à carta do cardeal canadense. Pode ser lida por enquanto em inglês e italiano.
Carta completa:
Na memória dos Mártires da América do Norte
Testemunhar a corrupção na hierarquia da Igreja católica foi para mim uma decisão dolorosa, e segue sendo-o. Mas sou um ancião. Um ancião que sabe que logo terá que render contas ao Juiz das próprias ações e omissões, que teme Àquele que pode lançar seu corpo e sua alma no inferno. Juiz que, apesar de sua infinita misericórdia, “dará a cada um segundo seus méritos o prêmio ou a condenação eterna” (Ato de fé). Antecipando a terrível pergunta desse Juiz: “Como pudeste, tu que sabias a verdade, permanecer em silêncio em meio de tanta falsidade e depravação?”, que resposta poderia dar?
Me pronunciei com plena consciência de que meu testemunho causaria alarme e consternação em muitas pessoas eminentes: eclesiásticos, irmãos bispos, companheiros com os que trabalhei e rezei. Sabia que muitos se sentiriam feridos e traídos. Previ que alguns deles, ao seu tempo, me acusariam e questionariam minhas intenções. E, o mais doloroso de tudo, sabia que muitos fiéis inocentes se sentiriam confundidos e desconcertados pelo espetáculo de um bispo que acusa a seus irmãos e superiores de delitos, pecados sexuais e de negligência grave para com o que é seu dever. Estou convencido de que meu prolongado silêncio havia posto em perigo muitas almas, e certamente havia condenado a minha. Apesar de ter informado em diversas ocasiões meus superiores, incluso ao Papa, das ações aberrantes de McCarrick, pude denunciar antes publicamente a verdade da que eu estava ciente. Me arrependo de verdade se tenho alguma responsabilidade pelo atraso, que se deu devido à gravidade da decisão que tinha de tomar e o grande sofrimento de minha consciência.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Saúde

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Airton Vieira
(tonvi68@gmail.com)


Às vezes me ocorria escrever sobre os médicos e a medicina, mui provável porque tivesse um pai e irmãos que optaram por esta área do conhecimento humano, sendo eu e minha mãe os únicos a sair pela tangente.

Também provável porque alguns médicos e pessoas ligadas à área tivessem marcado singularmente esta minha cinquentenária existência. Como por exemplo no dia em que, aos 7 anos um enfermeiro tentava pela 7ª vez dar “só mais uma picadinha” na tentativa de colher alguns mililitros de meu sangue infantil a fim de submeter-me à minha primeira cirurgia. Ao ouvir o meu rotundo “não, chega!” foi obrigado a chamar meu pai, que na primeira picada abriu caminho para o vital líquido, deixando seu filho, além de aliviado um pouco mais admirador seu. Ou quando, adolescente, apaixonei-me pela enfermeira que dispensava-me – como a todos os pacientes – a atenção devida ao recém acidentado. Ou ainda o médico graças ao qual pude ter meu braço quebrado quase completamente recuperado devido uma técnica nova de ortopedia que trazia para o lugar em que vivíamos, e que me apresentou um dia sua pequena filha, a mesma cujos anos a transformariam numa dessas reconhecidas atrizes nacionais.

Médicos, enfermeiros, auxiliares, faxineiros, copeiros, cozinheiros, seguranças, motoristas, que foram passando e deixando suas marcas, boas ou nem tanto assim...

Mas hoje, dia do médico porque dia de S. Lucas Evangelista, médico “de corpos e de almas”, ocorreu-me, após 13 anos da partida de meu médico pai por negligência médica, tomar das Escrituras minha também homenagem a estas pessoas singulares. E, penso, nada melhor que tomar das Escrituras para fazê-lo. O farei ao modo de aprendiz de exegeta, ou exegeta amador, o que dá no mesmo, deixando claro que à Igreja a última palavra, sempre.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Entrevista exclusiva ao professor Sandri




08/10/18 9:40 por Corrispondenza Romana

Tradução de Airton Vieira – Oferecemos [aos leitores] uma entrevista exclusiva com o professor Andrea Sandri, Doutor de Investigação em Direito público na Universidade Católica de Milão, onde dá aulas de Teoria Geral do Estado durante dez anos.

O professor Sandri reside em Seregno, na Lombardia, Itália e é autor de abundantes e sérias publicações sobre assuntos teológicos, filosóficos, jurídicos e políticos, assim como de traduções ao Italiano de obras de outros autores, sobre essas mesmas questões.

Para quem ainda não conheça sua obra, recomendamos encarecidamente seu blog Vigiliae Alexandrinae onde encontrarão numerosos escritos de nosso entrevistado, desde o ano 2013 até a atualidade, principalmente de conteúdo teológico e religioso. Mesmo que em língua Italiana, o estilo do autor é claro e com a ajuda de um bom dicionário, uma decente gramática e as suficientes doses de sentido comum, sua leitura abrirá portas e janelas na alma, de cuja existência sequer poderiam suspeitar. Na atmosfera rarefeita que nos rodea é necessidade vital.
O professor teve a gentileza de responder nossas perguntas em espanhol sem necessidade de tradução. Vamos à entrevista que lhes oferecemos na íntegra.

(P) – Professor, a Igreja está vivendo momentos dramáticos, muitos situam o início da crise no Concílio Vaticano II mas outros o assinalam no atual pontificado. Crê que teremos um antes e um depois deste Pontificado? Assim sendo, Como crê que será esse “depois”?

Creio que sob este Pontificado está se consumando a realização das doutrinas novas e não tradicionais, em si mesmas não vinculantes, que cabem em alguns documentos do Concílio Vaticano II ao lado de doutrinas já definidas pela Igreja (e por isso vinculantes) e de doutrinas teológicas comuns que não se podem considerar contrárias à verdade revelada. Neste sentido muitos documentos e declarações da hierarquia católica continuam estando na legalidade formal (e substancial a respeito das doutrinas novas do Vaticano II), mesmo que corrompam o ensinamento do dogma.

sábado, 13 de outubro de 2018

A verdadeira política é sobrenatural

A verdadeira política é sobrenatural

Pe. Guillaume Devillers, FSSPX

“Civitas est communitas perfecta” (a cidade é a comunidade perfeita)
É sobre este princípio, retirado de Santo Tomás de Aquino, que muitos se baseiam para justificar a autonomia da política: a cidade, ou seja, a sociedade civil, é uma sociedade perfeita, logo, autônoma. Sem dúvida existe também outra sociedade perfeita, fundada por Cristo, a Igreja, sociedade sobrenatural ordenada à salvação das almas. Mas a graça não suprime a natureza; e portanto, permanece o fato de que a sociedade política é perfeita e, por si mesma, autônoma.
É este exatamente o pensamento de Santo Tomás? Vejamos um pouco como o santo doutor nos explica este princípio: “a cidade é a comunidade perfeita, o que Aristóteles prova mostrando que, como toda comunicação social ordena-se a alguma necessidade da vida, a comunidade perfeita será aquela ordenada a que o homem tenha suficientemente tudo o que é necessário à vida: ora, tal é a comunidade da cidade...” 
A cidade é, portanto, a sociedade perfeita na medida em que pode satisfazer todas as necessidades do homem. Santo Tomás esclarecerá: necessidades materiais e espirituais, asseguradas pela diversidade de ofícios, tais como agricultores, artesãos, soldados, príncipes e padres 2. Para Santo Tomás, como para todos os papas que trataram destas questões, a sociedade perfeita é, portanto, antes de tudo a que une organicamente Igreja e Estado, a sociedade civil e a sociedade religiosa, o poder temporal e o poder espiritual, sob um único chefe, que é Cristo. Não há dúvida de que, em seu seio, podemos distinguir dois tipos de comunicação — espiritual e temporal — e por conseguinte, dois poderes, cada qual com sua função particular e seu fim próprio. Porém, todos os dois estão unidos sob um único chefe, que é Cristo, e seu vigário, o papa; e sobretudo, os dois estão ordenados ao um mesmo fim, a felicidade ou beatitude sobrenatural 3. Esta civitas, que é uma sociedade perfeita, é portanto a cidade católica, é a cristandade, que une em seu seio os dois poderes 4
Santo Tomás distingue mas não separa, o que são coisas absolutamente diferentes. Distinguimos no homem a alma e o corpo, mas não os separamos 5. Estes dois elementos constituem um único ser, ordenam-se um e outro a um único fim que é a felicidade e a perfeição do homem. Podemos e devemos distinguir na sociedade humana as diferentes pessoas que a compõem, os diferentes ofícios ou trabalhos que concorrem para sua perfeição, e o temporal e o espiritual. Mas não é possível separá-los sem causar à sociedade um grande mal.
Com efeito, a Igreja tem repetido sem cessar: a política separada é a morte da civilização cristã.
A distinção e a harmoniosa união dos poderes civil e religioso fizeram a grandeza da civilização cristã, “o poder civil tendo como fim próximo e principal ocupar-se dos interesses terrestres, e o poder eclesiástico de procurar os bens celestes e eternos” 6. Na sociedade católica, os reis obedeciam aos padres 7, e a “filosofia do Evangelho presidia o governo das nações. Tudo então estava impregnado das divinas influências e da sabedoria católica: as leis, as instituições, os costumes, todas as classes, todas as relações sociais” 8.
A partir do Renascimento, os Estados separam-se progressivamente da Igreja, o que culminará na ruína da civilização cristã e na perda de milhões de almas. É assim, ao menos, que os papas da tradição sempre apresentaram a história moderna.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Dresden 1882 "Primeiro Manifesto Anti-Judaico" expondo a Nova Ordem Mundial


"Um manifesto de 1882 mostra como a hegemonia judaica
foi um fato consumado há 136 anos,
e explica porque a coesão racial do Ocidente
e a herança cristã tem estado sob ataque cruel.
Leia isto e pergunte a si mesmo: "Poderia Hitler ter chegado ao
poder sem a cumplicidade judaico-maçônica? "

A Maçonaria Secreta está montando "nossa própria, só na aparência, fora de posição que em pelo menos um de seus órgãos [nazistas] apresentará o que parecem ser os antípodas para nós. Nossos verdadeiros oponentes, de coração aceitarão essa oposição simulada como suas próprias e nos mostrará seus cartões ". (Protocolos de Sião, 12.11)

Todavia, ninguém falava dele [Jesus] abertamente por medo dos judeus. (João 7:13)

 "Uma nova guerra em defesa da democracia e da alegada lei está sendo preparada com toda a pressa. Uma aliança de todos os grupos judaicos já está completa; ela tem o título oficial da aliança das três grandes democracias, a inglesa, a americana, e a francesa ... Israel exige a guerra mundial e em breve! ... Israel é positivamente da opinião de que o tempo está ficando curto. <br /> <br /> Para a mente, sua guerra mundial é uma necessidade para que, em nome da paz indivisível, toda aquela parte da humanidade que deseja abandonar o jugo judaico, pode ser reduzida. "

- Revue Internationale des sociétés secrétes, abril de 1937

O último esforço significativo para defender os valores nacionais cristãos foi a "Primeira Conferência Internacional Anti-Judaica " realizada em Dresden em setembro de 1882.

A conferência atraiu 300 empresários proeminentes, aristocratas, políticos, clérigos, advogados, médicos, agricultores e intelectuais da Alemanha, Áustria, Hungria e Rússia. Eles produziram um manifesto dirigido aos "Governos e Povos das Nações Cristãs Ameaçadas pelo Judaísmo", que mostra como a hegemonia judaica era um fato consumado há 136 anos, e explica por que a coesão racial e a herança cristã do Ocidente estão sob constante ataque.