domingo, 25 de janeiro de 2015

Obediência e submissão


Grande coisa é obedecer. Viver submisso, sabendo que não se é senhor de si mesmo.
Mais garantida é a submissão do que a arrogância.
Há, porém, quem se submeta mais por necessidade do que por amor. A submissão parece então um castigo. Reclamam e só se tornam livres quando se submetem de coração, por causa de Deus.
Modera o desejo de saber que leva a muitas distrações e decepções.

No entanto, muito saber não tem grande utilidade.
É insensato quem se ocupa de muitas coisas, mais do que aquilo que é útil à salvação.
Os longos discursos não satisfazem, mas as boas palavras aliviam o espírito e a consciência pura gera grande confiança em Deus.
Quanto mais e melhor souberes, mais severamente será julgado, a não ser que viças santamente.
Não te envaideças, pois, de qualquer arte ou saber, teme antes pelas luzes que recebestes.
Se te parece que muito sabes, saibas que ainda ignoras muitas coisas.
Não te ensorbebeças (Rm 11,20), antes confessa tua ignorância.
Como te podes antepor a alguém, quando há tantos mais sábios e melhor conhecedores da lei do que tu?
Se queres aprender e saber mais, alegra-te por seres ignorado e tido por nada.
O saber mais profundo e mais útil é o verdadeiro autoconhecimento e o desprezo de si mesmo.
Não ser convencido e ter consideração e apreço pelos outros é sinal de grande sabedoria e perfeição.
Diante do pecado ou grave desvio do outro, não deves pensar que és melhor do que ele.
Somos todos fracos, mas reconheças que és ainda mais fraco do que outros.
 
A Imitação de Cristo – Tomás de Kempis.

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