Grande coisa
é obedecer. Viver submisso, sabendo que não se é senhor de si mesmo.
Mais
garantida é a submissão do que a arrogância.
Há, porém,
quem se submeta mais por necessidade do que por amor. A submissão parece então
um castigo. Reclamam e só se tornam livres quando se submetem de coração, por
causa de Deus.
Modera o
desejo de saber que leva a muitas distrações e decepções.
No entanto,
muito saber não tem grande utilidade.
É insensato
quem se ocupa de muitas coisas, mais do que aquilo que é útil à salvação.
Os longos
discursos não satisfazem, mas as boas palavras aliviam o espírito e a
consciência pura gera grande confiança em Deus.
Quanto mais e
melhor souberes, mais severamente será julgado, a não ser que viças santamente.
Não te
envaideças, pois, de qualquer arte ou saber, teme antes pelas luzes que
recebestes.
Se te parece
que muito sabes, saibas que ainda ignoras muitas coisas.
Não te ensorbebeças (Rm 11,20), antes confessa tua
ignorância.
Como te podes
antepor a alguém, quando há tantos mais sábios e melhor conhecedores da lei do
que tu?
Se queres
aprender e saber mais, alegra-te por seres ignorado e tido por nada.
O saber mais
profundo e mais útil é o verdadeiro autoconhecimento e o desprezo de si mesmo.
Não ser
convencido e ter consideração e apreço pelos outros é sinal de grande sabedoria
e perfeição.
Diante do
pecado ou grave desvio do outro, não deves pensar que és melhor do que ele.
Somos todos
fracos, mas reconheças que és ainda mais fraco do que outros.
A
Imitação de Cristo – Tomás de Kempis.
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