sexta-feira, 14 de julho de 2017

Em defesa da Missa Tradicional II


Tradução de Airton Vieira – Chegamos ao ano 1521 onde encontramos um dos hereges que mais atacaram a Missa e o Papado: o monge alemão Martinho Lutero. O Padre Congar (um dos ideólogos do Concílio Vaticano II) dele falou: “Lutero é um dos maiores gênios religiosos de toda a história, eu o coloco no mesmo plano que Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino ou Pascal: De certa maneira é, inclusive, maior”. Esta triste confissão nos demonstra que, se Lutero é tão querido pelos homens do Concílio Vaticano II e da nova missa, há algo que anda mal na Teologia deste século.


Lutero, evidentemente, não foi nem um santo, nem um gênio religioso. Era o herege que odiava o Papa e a Igreja, e que dizia: “a missa católica é a maior e mais horrível das abominações papistas, o rabo do dragão do apocalipse” Todo o ódio de Lutero contra a missa católica tradicional se pode resumir em um só conceito: a Missa se opunha à sua concepção de religião. Na Missa tradicional, o centro é Deus. Portanto, antes de nada, o culto é uma homenagem rendida a Deus, e o Sacrifício é o ato por excelência desta homenagem. Para Lutero, pelo contrário, o centro da religião já não era Deus, mas o homem; a finalidade da religião para ele era esclarecer ao homem e - mais ainda - consolá-lo. E se isto fosse assim, para que serviria uma imolação feita a Deus para reconhecer seu soberano domínio sobre as criaturas ? Por esta razão é que Lutero desejava a abolição do ofertório. Depois do Concílio Vaticano II, na nova missa, o ofertório foi suprimido: se substituiu o ofertório tradicional - que tão admiravelmente expressava a noção de sacrifício e de propiciação - e em seu lugar se puseram umas orações israelitas extraídas da Cabala dos judeus, que se limitam a um mero intercâmbio de dons entre Deus e o homem, apagando o sentido da oblação. Estas orações se usam, hoje em dia, nas comunidades judaicas para abençoar os alimentos.


Lutero explicava isto: “A missa é oferecida por Deus ao homem e não pelo homem a Deus; ela é a liturgia da palavra, uma comunhão e uma participação (…) este abominável cânon que faz da missa um Sacrifício. A ação de um sacrificador. O miramos como sacramento ou como testamento. Chamemos-lhe benção, Eucaristia, mesa do Senhor, Ceia do Senhor, ou Memorial do Senhor”.
Quem reflita sobre o que dizia o herege Lutero, se dará conta que não tem nada a ver com a teologia católica, com o que a Igreja sempre creu e defendeu. Chegou ao extremo de dizer exatamente o contrário do que é a Missa: que em vez de oferece-la os homens a Deus, como o ato de culto e religião por excelência, pretendia que é Deus quem a oferece aos homens. Invertia tudo! O mais trágico é que os sacerdotes da Igreja Católica, fazendo caso ao Concílio, hoje nos falam de mesa do Senhor, Ceia do Senhor, etc…, e não rezam o ofertório, exatamente como o queria Lutero!
De fato, o que fez Lutero foi adaptar a Santa Missa católica tradicional a seu pensamento, e para isso transformou os textos essenciais do Cânon e os manteve como simples recitações da instituição da Ceia. Em um momento dado, agregou na Consagração do pão as palavras “quod pro vobis tradetur” (“que será entregue por vós”), e na consagração do vinho suprimiu as palavras “Misterium fidei” (“mistério da fé”) e tirou as palavras de Nosso Senhor “pro multis” (“por muitos”). Isto é muito grave! Mudou nada menos que as palavras de Jesus Cristo! Lutero – ademais - substituiu o latim pela língua de cada país; fez mudar o altar, pondo em seu lugar uma mesa, olhando ao povo; permitiu distribuir a comunhão na mão; autorizou que a comunhão fosse distribuída por leigos; substituiu a confissão privada e pessoal por absolvições coletivas e dispôs que o nome de Missa fosse substituído pelo de Eucaristia e Ceia.
Nos perguntemos uma vez mais: a nova missa que nasceu em 1969 não é demasiado parecida à que havia fabricado o herege Lutero?


Fonte: Adelante la Fé: En defensa de la Misa Tradicional (II)

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