quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A "beleza" da reencarnação



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Tratai de compreender, ó gente estulta. Insensatos, quando cobrareis juízo? (Salmos 93:8)


Vir uma alma a tomar um corpo – é encarnar, diz Kardec, examinemos à luz da razão e do bom senso esta falsa afirmação.

O espaço é povoado de almas ou espíritos, e estes, conservam a sua personalidade distinta do corpo, que é apenas um invólucro material, transitório, que os envolve. Esta união opera pelo períspirito, substância semimaterial, em virtude de ter que se reunir a alma espiritual a um corpo material.

E para isso o “genial” Kardec inventou a sua célebre cola semimaterial . Notemos, de passagem, a cretinice da invenção. Só existem duas ordens de estados verdadeiros: o estado espiritual e o estado material. Kardec. Porém, entende de obter um invólucro, ou períspirito, que constitui um terceiro estado e toda a base da “ciência” espírita.
Agora vem a encarnação... Tais espíritos devem encarnar-se, isto é, “meter-se em carne”.
Mas, notemos bem, que tal encarnação se pode fazer (é Kardec quem o diz) nos três reinos da natureza, mineral, vegetal, animal; em outros termos, o espírito pode encarnar-se nas pedras, nas plantas, nos animais...



A “ciência” espírita


Chega a hora de encarnação. – Notem o absurdo: encarnar-se, meter-se na carne de uma pedra, ou de um pau, na carne de uma formiga, barata ou peixe.

O velho frade vem trazer a sua pedrinha para o monumento espírita, a proclamada ciência da loucura. Por ora fique o termo encarnar-se na pedra, no pau ou no asno!

Eis, pois, um espírito bruto que só merece pedra... pois, boa pedra não falta, e eis que o maroto do espírito procura uma pedra para meter-se nela...

Aí está. Batida pelas ondas, levadas pelos mares, insensível, fria, inerte, mas, num momento dado, o espírito desce, penetra na pedra, fixa-se nela por meio de seu perispírito, e eis a pedra, inerte e bruta, feita um ser vivo, inteligente, pois todo espírito é inteligente.
A pedra aí fica, mas vê, ouve, sente, cresce e se desenvolve, pois o fim da encarnação é o desenvolvimento, o aperfeiçoamento do espírito.

Não objetem nada! Isto é científico na “sabedoria” espírita, onde agente deve crer tudo e nada examinar – não objetem nada, pois que uma pedra não tem olhos para ver, ouvidos para ouvir, nem órgãos para crescer.

Cala a boca, homem,  tu não entende de espiritismo... Tens olhos para ver  e ouvidos para ouvir. Isto é cretinice do católico romano, que ainda acredita em Deus; os espíritos emancipados, libertados do julgo de Deus, de Cristo, do Papa, dos bispos, da “sombra da  batinas” dos sacerdotes, tais espíritos estão muito acima de tamanha ignorância.
O espírito, qualquer deles, tem a sua personalidade perfeita, fora e dentro da matéria. Logo, o espírito vê, ouve e cresce na pedra.

Aliás, tudo que vive deve se alimentar e crescer. A pedra vive pela encarnação do espírito, logo, deve alimentar-se e crescer.

De que se alimenta? Como cresce uma pedra? Até hoje julguei, porque assim me ensinaram em química, que uma pedra aumentava por adição, de fora para dentro. Mas isto é católico. Kardec faz crescer a pedra de dentro para fora...

Francamente, eu fico com medo das pedras. Até ontem o homem supunha ser o rei da criação, em paz e harmonia com todos, julgando-se seguro de sua alçada e poder, e eis que, de repente, à luz da lâmpada espírita, tudo mudou, cobrindo-se a pedra de olhos e ouvidos, de boca e dentes para destruir o reinado.

Só agora começo a compreender as vantagens do espiritismo. Eu estou vendo como a “ciência” espírita é uma grande coisa, sublime, luminosa! E até ontem eu nada havia entendido disso. Foi preciso que a lamparina espírita dissipasse as sombras da minha inteligência de frade. Só tenho que agradecer...


A reencarnação espírita


Continuemos as nossas pesquisas científicas, no campo espírita. Após a encarnação dos espíritos, conforme os maravilhosos ensinamentos Kardecistas, nas pedras do mar, da estrada, das rochas e das habitações, há a encarnação nos vegetais.

- Mas como isso se operará? Manuseei os comentadores da tal doutrina, sobre o caso, e concluí que estavam os mesmos inclinados à hipótese de não prevalecer a dos outros reinos sobre o vegetal.

Da semente cresce a árvore e quando de certo tamanho, eis que alguns espíritos delas se enamoram. Se estiver o espírito em progresso, isto é, após haver completado a sua primeira existência, num mineral qualquer, depois de desencarnar-se na pedra, certo, meter-se-á no cerne da árvore.

Ó doce colóquio! Um espírita nunca deveria passar indiferente diante de um vegetal. Com um suave sorriso aos lábios, deveria abraça-los, corpo material de um espírito imaterial, osculá-lo afetuosamente, e murmurar-lhe uma palavra de consolação.

Nós católicos, cumprimentamos os nossos amigos e conhecidos, quando com eles nos encontramos. Oferecemos-lhes união, sempre um aperto de mão, pelo menos um olhar de bondade, um sinal de afeição. E os espíritas, tão superiores, tão afeiçoados, quedam-se indiferentes diante dos amiguinhos da estrada, do mato e dos quintais! Que ingratidão.
Mas, há pior que isso. Espíritos que decepam o próprio vegetal, que lhe cortam a madeira, que lhe queimam a lenha...  Tudo são uns tantos corpos de espíritos!

E ao contato com o machado que o destrói, o espírito sacode as asas, e quase paralisado pela cola semimaterial do períspirito, levanta voo pelos espaços azuis do firmamento, esperando que possa voltar, um dia, para encarnar-se novamente, em qualquer árvore aperfeiçoada... frutífera, talvez,  para depois de haver produzido pelo seu sopro e pelo fluído das suas entranhas saborosos produtos vegetais, poder de novo deixar o cárcere verde e tornar-se a encarnar-se em qualquer corpo animal.

Mas nada se faz por saltos na natureza, diz a filosofia. Não pode ser de repente que o espírito, após a sua estada nas árvores, possa tomar posse do corpo de um animal superior.

Há de passar, antes, pelo reino animal inferior, pela história natural chamado dos zoófitos.
E a transição é um progresso, pois na casca da madeira o pobre espírito nem nem se mover poderia; nem daria um abraço no espírito vizinho, nem puniria o garoto que lhe roubara os frutos.


Exércitos de reencarnados


Sempre avante, sempre em progresso! Tal é a divisa da ciência. O espiritismo, também, para poder progredir, meteu-se até no fundo do mar, e, após lutas imensas, chegou aonde nós estamos, nós, os homens da terra. Lembrem-se porém, que os espíritos não são da terra, vêm da lua, do espaço, lá das altas regiões onde só penetra a visão telescópica do astrônomo ou o olhar perscrutador de certos improvisados “cientistas”.

Pra ficarmos sempre imparciais na exposição das teorias espíritas, é preciso, vez por outra, lembrar as palavras de Kardec, que formam a base da reencarnação: “ O homem, diz ele, é formado de três partes essenciais: o corpo material e sensível, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo espírito vital; a alma, espírito encarnado cuja habitação é o corpo, e o períspirito, substância semimaterial, que serve de envoltura ao corpo” (Livro dos Espíritos Cap 2).

Eis o que convém rememorar, para conceber o plano espírita na mais absurda das suas invencionices que é a reencarnação.

“O espírito é eterno, mas imperfeito, e apto para atingir a perfeição”. Isto é ainda de Alan.
Até aqui, temos seguido o aperfeiçoamento progressivo de um espírito inferior, imperfeito, através da vicissitude da metempsicose, ou transmigração da alma de um corpo para o outro. Continuemos esse curioso estudo, até chegarmos ao homem perfeito. 

Sucessivamente, o tal espírito foi se aperfeiçoando, passando de pedra a árvore, e de árvore a polipeiro... Saímos do reino mineral e vegetal e penetramos, enfim, entre os animais inferiores da terra, do mar ou do firmamento.

Eis pois o espírito que alcançou o grau do reino animal; eis o espírito feito bicho. Mas, para evitar os saltos, deve ele passar uns anos na pele dos animais inferiores: formigas, saúvas, enfim, moscas, baratas, besouros, etc.

Não se espantem! Isso é “ciência espírita”, e no espiritismo, quanto mais uma asneira é crassa e bisonha, mais deve ser aceita cegamente.

Eis, pois, o incalculável exército subterrâneo de formigas e saúvas, o exército aéreo de moscas e besouros e o exército caseiro de cupim e das baratas, todos animais de espíritos reencarnados.

Há espíritos de todos os lados; entre eles há espíritos bons e maus, destruidores, zombeteiros e impuros.

Grande Deus, que vida... só espíritos! Espíritos em toda parte: espírito na terra... espíritos no ar, espíritos em casa e no sítio, espíritos até na roupa e na pele da gente, pois aí penetram          certos parasitas, mais atrevidos que o pulex penetrans e mais ferozes que maribondos.

No sítio estamos cercados de perigos. Qualquer espírito zombeteiro e carrasco, encarnado num coqueiro, é capaz de lançar-nos no abdômen um côco fenomenal, enquanto um cajueiro nos esmaga o nariz com seu fruto, ou uma mangueira nos quebra o mioleiro com uma manga.

Corre, homem, corre! Mas, eis que na fuga as pedras se animam, e outro espírito zombeteiro e bruto assenta-lhes nas costas um rochedo, enquanto outro espírito ferino, escondido no ferrão de um moribundo, penetra-lhe na testa o seu dardo envenenado...

Corre, homem, salva tua vida! Ei-lo aqui, na areia branca da praia! Aí, pelo menos, encontrará a paz. Do interior das areias surge, porém, de mansinho, o espírito pulex penetrans, o bicho do pé, que, sem preâmbulos, mete-lhe um exército de outros animáculos sob as unhas, enquanto moscas, besouros, mosquitos e gafanhotos, todos animados por espíritos ferinos e algozes, invadem-lhes o rosto e as mãos.

Corre, amigo, talvez encontre nas margens dos lagos algum alívio. Qual nada! Apenas chegado, o homem lança-se na água, para refrescar a fronte queimada e o coração ofegante. Mas, que horror! A água não é senão uma aglomeração de espíritos horríveis, encarnados nos milhões de insetos, vermes, de peixinhos, de rãs, de sapos que aí se banham e fixam morada. Desta vez o homem caiu mesmo nos braços espíritas de um exército armado...

Eis a “ciência espírita”... Digam-me amigos leitores, não é esplêndida uma tal invenção, e não merecem os inventores uma entrada gratuita nos asilos de alienados?

É o que podemos concluir dos rigorosos princípios enunciados pelo fundador da seita e que mui de indústria se encobre sob o pseudônimo de Alan Kardec.


O Anjo das Trevas - lampejos de doutrina, de ciência e de bom senso – Padre Júlio Maria


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