Mas o experimento agora divulgado, que reforça a hipótese da expansão indefinida do Universo, se não altera nossas vidas, pode alterar nossa visão do mundo. Assim como a constatação formulada por Edwin Hubble (1889-1953) nos anos 20, de que as galáxias estavam se afastando umas das outras, esta favorece as explicações religiosas sobre o cosmo.
A descoberta de Hubble forneceu as bases para a teoria do Big Bang. O que diz essa teoria? Que o Universo teve por origem um ponto em que toda a sua massa estava concentrada, gerando uma pressão imensa que deu causa à explosão da qual as galáxias são resultado, afastando-se umas das outras como pedaços de uma bomba detonada.
Aceita a teoria do Big Bang, os especialistas se dividiram em duas correntes.
Conforme
uma delas, a massa do Universo seria grande o suficiente para que, após algumas
dezenas de bilhões de anos, sua força gravitacional superasse a velocidade de
escape das partículas em expansão, provocando uma contração simetricamente
oposta à expansão inicial, de modo que o Universo voltasse a se concentrar num
único ponto.
Tal concentração só poderia durar uma fração mínima de tempo, pois logo ensejaria novo Big Bang, e assim sucessivamente. Esse modelo se encaixa numa visão materialista do Universo: ele nunca teve uma criação, expandindo-se e contraindo infinitas vezes, sem começo ou fim.
A outra corrente, ao contrário, defendia a tese de que a massa do Universo não seria suficiente para conter a expansão atualmente em curso, que deverá, portanto, prolongar-se para sempre. O experimento realizado na Antártida mediu flutuações de temperatura na radiação que é o resquício da explosão inicial do Universo.
Tal concentração só poderia durar uma fração mínima de tempo, pois logo ensejaria novo Big Bang, e assim sucessivamente. Esse modelo se encaixa numa visão materialista do Universo: ele nunca teve uma criação, expandindo-se e contraindo infinitas vezes, sem começo ou fim.
A outra corrente, ao contrário, defendia a tese de que a massa do Universo não seria suficiente para conter a expansão atualmente em curso, que deverá, portanto, prolongar-se para sempre. O experimento realizado na Antártida mediu flutuações de temperatura na radiação que é o resquício da explosão inicial do Universo.
Conseguiu-se,
assim, estimar a densidade original do cosmo. O resultado obtido favorece a tese da expansão indefinida. Se aceita, ela tende
a beneficiar a metafísica religiosa ao situar a origem do Universo não como
"eterno retorno", mas como ato singular, criacional. Quem dispôs toda
a massa do Universo
no ponto que deu origem ao Big Bang? Na hipótese materialista, agora
enfraquecida, a resposta seria: o processo expansão/contração dispensa o
pronome "quem" da pergunta.
Na hipótese da expansão eterna, qualquer resposta sugere alguma interferência "externa" (divina?), pois se o Universo não é cíclico, se ele tem um único fim no tempo, que é a dispersão de toda a sua energia, então parece lógico que tenha havido um único início. Má notícia para ateus, boa nova para os crentes.
Na hipótese da expansão eterna, qualquer resposta sugere alguma interferência "externa" (divina?), pois se o Universo não é cíclico, se ele tem um único fim no tempo, que é a dispersão de toda a sua energia, então parece lógico que tenha havido um único início. Má notícia para ateus, boa nova para os crentes.
OBS: É evidente que tudo o
que existe, é porque foi criado, nada pode surgir do nada, pois, se não existe
não pode produzir. São Tomás de Aquino já explicou de forma bem lógica sobre a existência de Deus, pois, a Teologia é a mãe das ciências.
Fonte: Folha de São Paulo
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