Uma mentirosa acusação que não cessa contra a Igreja
Católica é que ela aterrorizava todos aqueles que ousavam a duvidar do que era
ensinado através de seu Magistério. É
por repetição exaustiva que virou uma verdade absoluta que a Igreja mandava
para a fogueira, torturava, massacrava, perseguia quem duvidava do que ela
ensinava.
O que é interessante nesse assunto é o fato de que quando
se pergunta a alguém se já leu sobre esse tema em livros de história medieval a
resposta é sempre negativa. Então de onde vem essa lenda? De fato, todo
estudante recorda que aprende isso em salas de aulas de colégios, cursos
pré-vestibulares e universidades, contadas por professores geralmente ateus
e/ou defensores do comunismo, doutrina ateia que desde a Revolução Russa em
1917 até o seu centenário em 1997, quando foi lançado "O Livro Negro do Comunismo", exterminou em torno de pelo menos 100
milhões de pessoas, mas, “misteriosamente” nada disso é falado em sala
de aula.
No Brasil o comunismo tem o PT como sua principal legenda,
e, também, como partidos mais antigos, o PC do B e PCB e outros mais novos
dissidentes do próprio PT como; PSOL, PSTU, PCO. Ao fazer uma análise de forma
honesta na memória, lembra-se que essa ideologia tirana e genocida é bem defendida
entre os acadêmicos que se indignam com a lendária Inquisição, confundindo e
até fazendo perder a fé muitos católicos que se chocam com o espantalho que é
apresentado como a Santa Igreja.
Os
fundamentos da inquisição
A Inquisição foi o resultado da unificação de duas
instituições: eclesiástica e civil. Para fortalecer e proteger a revelação
divina, foi criado o Santo Ofício, e, antes já existia os tribunais dos
imperadores romanos, que julgavam os crimes contra o Estado. O braço
eclesiástico tinha o intento de investigar, corrigir e julgar os crimes de
heresia, e, não de vingar e castigar,
mas, de corrigir os relapsos. O braço secular, para onde eram levados os
réus convictos, era que castigava segundo as leis vigentes.
Mesmo contra os hereges, a Igreja dos primeiros séculos, tratava
a questão de heresia resumidamente como nas palavras de São João Crisóstomo: “é
um crime imperdoável matar um herege”.
Pelo menos até o fim do primeiro milênio, a Igreja e os
Romanos Pontífices se inclinaram mais para a benignidade com os não ortodoxos
na fé repugnando o rigor da autoridade civil.
A experiência desfavorável causou uma lenta, porém segura
mudança de opiniões. Santo Agostinho constatou o grande dano causado à religião
pelos hereges obstinados, que pervertiam muitos católicos e começou a defender
o emprego da força, excluindo a pena de morte. São João Crisóstomo chegou a
mesma conclusão.
Como também não é ensinado nas aulinhas de história, é
necessário compreender que toda organização da sociedade humana, a civil e
religiosa, toda a civilização e cultura do Ocidente, o progresso, a paz e a unidade
foram modelados pela Igreja e estavam ameaçados a desabar.
Diante desse quadro, obrigada a agir, a Igreja tentou
combinar clemência e rigor. A finalidade do Santo Ofício seria converter e
reintegrar os hereges, absolvendo os penitentes e condenando só os contumazes e
incorrigíveis. Em nenhum governo, tribunal ou juiz, daquele tempo, ocorria a
ideia de absolver criminosos só por se mostrarem arrependidos. Esse foi o
espírito de caridade, que iluminou a atividade inquisitorial durante séculos de
sua existência.
Se toda a harmonia e progresso social foi construído sob
liderança da Igreja, dá para entender como todo o Ocidente cristão: homens
eminentes, seculares e eclesiásticos, destacados por prudência, ciência,
caridade e santidade, concordassem com a mesma causa de se ter um órgão no
combate a heresia.
Ao contrário da sociedade moderna, que atingiu o apogeu
da decadência moral e intelectual no século XX a ponto de negar a objetividade
da verdade, a Cristandade medieval tinha a verdade eterna revelada por Deus em
Nosso Senhor e continuada pela Igreja
por Ele fundada, como restauradora do mundo e o tesouro mais precioso. Essa fé
viva que animou os exércitos Cruzados a sacrificar a vida pela defesa dos
lugares santos.
Os medievais, ao contrário de hoje, não tinha a
inteligência corrompida pelo relativismo, por isso sabiam que a propaganda
herética não era condenada como produto de verdadeira convicção intelectual, e
sim, como obstinado fanatismo religioso, ou má vontade e rebelião contra a
ordem social. A tais mentalidades não se podia fazer frente com instrução, com
argumentos da razão, senão com coação, tribunal e prisão. Julgava-se justo a
aplicação da pena capital.
Exemplos práticos de desordens
Os
maniqueus. No tempo do Império Romano, os maniqueus professavam
uma doutrina dualista (sustentava a existência de duas divindades, uma má (o
Deus do Antigo Testamento) e uma boa (o Deus do Novo Testamento)), eram tão
perniciosos à ordem civil e religiosa que o Imperador pagão Diocleciano mandou
que fossem eliminados como possível.
O maniqueísmo não foi extinto e no século X, a Imperatriz
Teodora mandou massacrar centenas de neo-maniqueus, agora chamados Cátaros. No
século XII são encontrados nos Países Baixos, na Alemanha, Lombardia, Espanha e
na França onde eram chamados de Albigenses. As vezes os cátaros eram arrancados
dos tribunais e lançados no fogo pelo povo enfurecido.
Os cátaros ameaçavam a sociedade de decomposição,
ensinavam que o matrimônio era ilícito e a propagação do gênero humano era obra
do diabo; uma mulher grávida possui um demônio em seu ventre. Exigiam pureza
completa. Pregavam a defecção pela privação de alimentos, estendendo isso até
às crianças, tais privações vitimaram mais cátaros do que a própria Inquisição.
A princípio a Igreja se mantinha afastada das
perseguições e recomendava a compaixão, infelizmente a indulgencia aumentou o
perigo e obrigou os Papas a mudar de atitude.
A magia, o sortilégio, a alquimia, o culto ao demônio tão
em alta hoje, já era presente na Idade Média já estavam presentes. A justiça
civil e a Inquisição combatiam magos e bruxas, porém as sentenças eram
diferentes; com frequência, o tribunal eclesiástico impunha uma sentença
branda, o tribunal civil sentenciava a morte.
Em 15 de outubro de 1346, a Inquisição de Exilles,
França, sentenciou um mago por quatro delitos. Confesso e arrependido, recebeu
como penitência: jejuns e peregrinações. Entretanto, também foi processado pelo
tribunal civil por quinze delitos: relações com demônio, renegar a Deus, pisar
na cruz, confeccionar pós mágicos, fazer malefícios, assassinar crianças,
envenenar pessoas, participar do sabbat... Foi condenado à morte.
Ao contrário do que se acusa a Igreja, a Inquisição foi gerada
pelo povo que possuía a fé ardente e não aceitava desrespeito pela sua crença.
Toda dissensão ideológica suscitava violência. Os reis consideravam a unidade
religiosa a base para paz e unidade e onde florescia a heresia, imediatamente
havia distúrbios, rebeliões, violentas reações populares, guerras religiosas.
Os repetidos sacrilégios, as doutrinas que ameaçavam a
propriedade, a honra e a paz nas famílias e dos povos, os incêndios e os
assassinatos, as desordem e rebeliões chegaram a tal ponto que os reis viam a
própria dinastia em perigo.
Por exemplo, os sequazes de Tanchelino, que se dizia a
encarnação do Espírito Santo e se casou publicamente com uma imagem da Virgem
Maria, cometendo atos imorais e roubando bens. Arnaldo de Bréscia com seu bando
apoderou-se de Roma e a saqueou, provocando guerra civil. Pedro de Buis foi
morto quando ia atear fogo em imagens sagradas, veneradas pelo povo.
A multiplicidade e avanço das heresias no século XII foi
tão grande que colocou em risco a Igreja e o Estado, ameaçando a civilização
ocidental com anarquias nas crenças, perversão de costumes com lutas e desordem
sociais.
A Igreja e o Estado necessitavam agir; enquanto se
tratava de heresias, o Estado precisava da cooperação da Igreja, única
competência para questões de fé.
A história revela que mesmo diante da gravidade, a Igreja
permaneceu indulgente, contudo a insistência e arrogância dos reis, finalmente
determinou o modo de atuar.
Uma carta de Luís VII da França, enviada em 1162 ao Papa
Alexandre III, ilustra a posição que tomavam Igreja e Estado:
“Peço
que vossa Santidade coloque toda atenção contra esta peste (maniqueus em
Frandes) e a suprima antes que se agrave a situação. Suplico pela honra da fé
cristã, que forneça toda a liberdade de ação ao Arcebispo de Reims, ele acabará
com aqueles que se levantam contra Deus, sua severidade justa será louvada por
todos os que, nesse país, estão animados com genuína piedade; de outro modo, os
murmúrios não se aquietarão e será desencadeada contra a Igreja Romana
veementes censuras do povo”.
A carta deixa entrever que o Papa era contrário a medidas
de coação. A iminência do perigo fez que mudasse de opinião; príncipes e o povo
exigiam repressão suficiente, em muitas regiões o povo agia por conta própria.
Depois de um século de desenvolvimento, a Inquisição foi
fundada pelo Papa Gregório IX em 1231. A razão foi a necessidade de criar uma arma de defesa contra as intrusões do
Imperador Frederico II na esfera eclesiástica. Esse Imperador tinha a
pretensão de dominar o papado. Frederico usava a repressão excessiva da heresia
para ganhar prestígios na opinião dos fiéis e afirmar a própria autoridade,
planejando lançar na fogueira os hereges e os inimigos políticos como mais
tarde achou imitação nos reis da Espanha e Portugal.
A Inquisição foi instituída, não com caráter de perseguir
os hereges com mais rigor, e si obstar à prática de crimes políticos cometidos
em nome da Igreja.
A instituição
As desordens e inquietações causadas pelas heresias
durante a Idade Média exigiam enérgica intervenção dos poderes. Na Alemanha,
onde os bispos eram ao mesmo tempo príncipes, teve poucos casos registrados na
região. Na França o perigo era maior e as experiências de usar meios
persuasivos contra as heresias tinham sido pouco frutíferos no combate.
Em meados do século XII era desesperadora a causa da
ortodoxia católica no Lanquedoc. Os albigenses propagavam suas crenças por meio
de armas, de incêndios e de saques.
Em 1178 o Papa Alexandre III encarregou o Bispo de Meaux
para que interviesse junto aos senhores feudais.
Em 1179 o III Concílio de Latrão elucidou as diferenças entre as penas espirituais da
Igreja e as temporais infligidas pelo poder civil. Em 1184 o Concílio de
Verona determinou que o juízo das heresias era de ossada papal.
Aqui aparece nitidamente distintas as duas competências:
a Eclesiástica e a Secular, coordenadas, porém com procedimentos independentes.
Rapidamente os dois tribunais foram reunidos em um só.
Depois do Concílio de Verona o Papa enviou missionários
para converter os hereges, porém os albigenses se recusaram ao diálogo e
ameaçavam os missionários. Pelas mãos dos hereges morreu o cisterciense
Castronovo. Em 1208, o assassinado do legado papal, Pierre de Constelnau,
desencadeou guerras atrozes com os albigenses, cujos excessos revelaram
necessidade de refrear essa agressividade.
Em 1215, Domingos de Gusmão – fundador dos Frades
Pregadores – participou dos infrutíferos esforços de reduzir os extraviados.
São Domingos usou quase e unicamente a pregação, o exemplo de vida e o Santo
Rosário; desse modo converteu milhares de pecadores públicos, em sua grande
parte albigenses.
Como instituição permanente e oficial para toda Igreja, a
Inquisição aparece só em 1231, pela bula do Papa Gregório IX.
Fundado com nome de Santo Ofício na França, rapidamente
outros tribunais foram estabelecidos. O Imperador Frederico II “colaborando”
com os legados papais capturou vários sicilianos e decretou a heresia como
crime de lesa-majestade.
A respeito desta concepção fala o Cardeal Hergenrother : Segundo o direito imperial a heresia não se
igualava, mas superava em culpabilidade o crime de lesa-majestade.A Igreja
e o Estado consideravam a heresia como o pior crime: crimem maximum.
Em 1232 um decreto imperial estendeu a Inquisição para o
Império inteiro, desta forma espalhou-se por toda Europa.
O Papa Gregório IX confiou os tribunais da Fé aos
dominicanos e franciscanos. Os frades assumiram a tarefa em obediência a Santa
Sé; a missão valeu principalmente aos dominicanos, muitas inimizades e até hoje
injustas acusações. Vários inquisidores foram mortos pelos hereges.
A Inquisição funcionou com força até o século XV, depois
perdeu a importância em muitos países, tendo, todavia uma renovação na Itália;
outra de caráter bem diferente surgiria na península Ibérica.
OBS: Diante dessas fraudes intelectuais, é necessário
informar a necessidade do católico, principalmente universitário e mais ainda
da área de humanas, de estudar a Igreja para não ter sua fé minada pelos filhos
dessa sociedade falsamente humanista e inimiga da verdade. O livro – Inquisição:
História Mito e Verdade - de Joseph
Bernard, já serve de introdução para compreensão desse fato histórico
distorcido em salas de aulas.
A Pena licita a um herege e de acordo com o o santo pé Evangelho é aquela que foi defendida por são Paulo. "quantos aos hereges não te comuniques com eles." Tito 3,10Infelizmente circunstâncias históricas e excesso de zelo, aliados a interesses políticas levaram hereges à pena cruel de morte na fogueira.
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