Os santos, considerados pais da Igreja, brilharam, como homens verdadeiramente perfeitos. Perto deles nada somos nem fazemos.
Que
é nossa vida comparada coma deles? Santos e amigos do Senhor Jesus, serviram
–no na sede e na fome, no frio e na nudez, em trabalhos e fadigas, nas
vigílias, em jejuns e orações, nas santas meditações, nas perseguições e em
muitos opróbrios (2Cor 11, 23-27).
Por
quantas graves tribulações não passaram os apóstolos, os mártires, os confessores,
as virgens e todos quanto quiseram seguir os passos de Cristo!
Não fizeram conta de sua
vida neste mundo e a guardaram para a vida eterna (Jo 12,25).
Que
vida rigorosa e abnegada viveram os Pais do deserto, que grandes tentações
enfrentaram, quantas vezes foram molestados pelo inimigo, como era ardente e
frequente sua oração, como era estrita sua abstinência, com que zelo e com que
fervor se empenharam no progresso espiritual, com que vigor combaterem os
vícios, com que pureza de coração e com que retidão no agir levaram a vida
diante de Deus!
Trabalhavam
de dia e dedicavam a noite a oração, sem interrompê-la, contudo, mentalmente
durante o trabalho.
Não
perdiam tempo. As horas e oração lhes pareciam breves. A doçura da união com
Deus os fazia esquecer até mesmo a necessidade de comer.
Renunciavam
a todos os cargos, as honras, aos amigos e aos parentes. Não queriam ter nada
no mundo.
Contentavam-se
apenas com o necessário para viver e os aborrecia ter que cuidar do corpo.Eram pobres em bens da terra, mas ricos em graças e virtudes.
Pobres na aparência gozavam no interior da graça e das consolações divinas.
Alheios
ao mundo eram íntimos, próximos de Deus.
Eram
desprezíveis a seus próprios olhos e para o mundo, mas eram preciosos aos olhos
de Deus.
Fundados
na verdadeira humildade, viviam obedientes, caminhando com amor e paciência,
progredindo cada dia e recebendo imensas graças de Deus.
Servem
de exemplos a todos. Estimulam-nos a sempre progredir, diferentemente do grande número de frouxos que nos induzem ao
relaxamento.
Nos
seus primeiros anos todas as comunidades foram muito fervorosas.
Tinham
grande apego à oração. Esforçavam-se por viver virtuosamente. Procuravam seguir
as regras estabelecidas e davam um testemunho magnífico de obediência.
Ainda
hoje sua forma de viver mostra como, no início, houve um grande esforço de
santidade e perfeição por parte dos que iniciaram a comunidade.
Hoje
porém, já é uma grande coisa não transgredir a regra e ser paciente consigo mesmo
quando isso acontece.Como é hoje lamentável e negligente nosso modo de viver, comparado com o fervor dos primeiros tempos. Envergonham-nos o torpor e desleixo em que vivemos.
Que bom seria que diante do exemplo dos santos se despertasse em ti o gosto pelo progresso nas virtudes!
Imitação
de Cristo – Tomás de Kempis.
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