A castidade continua sendo o único preservativo eficaz no contágio da AIDS
“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito
de roubar. Se roubar, já deve estar contando com a possibilidade de ser
preso ou de receber tiros da polícia. Não é função do governo garantir
aos ladrões a segurança em seu “trabalho”.
Coisa semelhante, mas muito pior, está acontecendo agora. O
Ministério da Saúde distribui anualmente milhões de preservativos
durante o carnaval a fim de que os brasileiros possam praticar “sexo
seguro”. Ao fazer isso, o governo está chamando os cidadãos de devassos e
libertinos. Mais que isso: está legitimando a devassidão e a
libertinagem.
“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito de
unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação), de trair o
cônjuge (adultério), de vender o próprio corpo (prostituição), de
praticar atos antinaturais (homossexualismo). Quem pratica tais pecados
contra a castidade, já deve estar contando com a possibilidade de
contrair a AIDS ou outra doença sexualmente transmissível. Não é função
do governo garantir aos devassos a segurança em suas aberrações.
Há defensores do governo que dizem que a campanha em favor do
preservativo é um “mal necessário”. Argumentam eles que, como hoje é
inútil falar de castidade aos jovens e adolescentes, a única “solução” é
oferecer-lhes um meio para pecar com segurança.
Tal argumentação é falaciosa. Para uma população que já se houvesse
bestializado a ponto de não querer ouvir falar de castidade, a solução
seria alertá-la para os riscos do pecado que pretende cometer. Assim, os
libertinos, cientes de que podem contrair uma moléstia mortal e
incurável, ainda que levados pelo instinto de sobrevivência,
abandonariam a libertinagem.
Além disso, para decepção dos defensores do “pecado seguro”, os
jovens não estão tão endurecidos como se pensa. Prova disso é a ótima
aceitação que tem tido no meio juvenil o livro “Descobrindo a castidade”,
cuja segunda edição está para ser lançada. Os jovens gostam de
desafios. Alegram-se quando veem alguém que não os trata como
quadrúpedes. Entendem perfeitamente que não são como os irracionais,
escravos dos seus instintos, que na época do cio agridem cegamente o
animal do outro sexo para acasalar-se. Compreendem que o instinto
reprodutor, presente no homem, deve ser governado pela razão. Daí a
necessidade de guardar a virgindade antes do casamento, e de guardar a
fidelidade conjugal depois dele.
Existe pecado seguro?
Há muito tempo os criminosos estão à procura do crime perfeito.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde apregoa o pecado seguro. Mas pode
haver segurança para quem transgride a lei de Deus?
São Paulo diz que os gentios (os não judeus), “tendo conhecido a Deus, não o honraram como Deus nem lhe renderam graças” (Rm 1,21). E prossegue: “Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes. Suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza (alusão ao homossexualismo feminino);
igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam
em desejo uns para com os outros, praticando torpezas homens com homens (alusão ao homossexualismo masculino) e recebendo em si mesmo a paga da sua aberração” (Rm 1,26-27).
Quem profana o sexo, que é tão sagrado quanto a vida, não deixa de
receber o castigo. No exemplo fictício dos ladrões, o colete a prova de
balas de maneira nenhuma asseguraria um “roubo seguro”. Mesmo usando o
colete, os ladrões poderiam ser atingidos na cabeça, nas pernas ou nos
braços. Da mesma forma, o famigerado “preservativo” de maneira nenhuma
assegura aos fornicadores, adúlteros, prostitutos e homossexuais um
“pecado seguro”.
Contra fatos não há argumentos
Imagine-se sentado na cadeira de um consultório odontológico e
sentindo uma dor alucinante enquanto o dentista aplica a broca sobre um
dente cariado. O profissional argumenta que você não pode, de modo
algum, estar sentido dor. E isso, por vários motivos: a região foi bem
anestesiada; já houve tempo mais do que suficiente para que o anestésico
fizesse efeito; e, além disso, a perfuração da broca não foi muito
profunda. Pergunto: toda essa argumentação faria a dor desaparecer? Você
simplesmente responderia: “Sinto muito, doutor, mas apesar de tudo,
estou sentindo dor”.
Assim, é totalmente inútil que o Ministério da Saúde tente convencer
que o preservativo é impermeável ao HIV usando argumentos como este:
Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos
esticaram e ampliaram 2 mil vezes o látex do preservativo masculino
(utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum
poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais
utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível
de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar
apresentou poros.
Toda essa argumentação de que o preservativo não deveria deixar passar o HIV cai por terra diante do fato de que ele deixa passar não só HIV, mas até mesmo o espermatozoide!
De fato, os preservativos de látex nunca foram considerados um método eficaz de se evitar gravidez (eu disse gravideze não AIDS). Os preservativos têm uma taxa anual de sucesso de 85% na prevenção da gravidez. Há uma falha de 15%. Ninguém até agora foi louco o suficiente negar que a mulher que usa preservativo pode engravidar, e que de fato, muitas vezes engravida.
Mas convém lembrar duas coisas:
a) a mulher só engravida em cerca de 6 dias por mês, enquanto o HIV pode infectar uma pessoa durante os 30 dias do mês.
b) o espermatozoide, que consegue passar pelas fissuras microscópicas
do preservativo em 15% dos casos, é 450 vezes maior que o HIV! Só a
cabeça do espermatozoide (que mede 3 milésimos de milímetro) é 30 vezes
maior que o HIV, cujo diâmetro é 0,1 milésimo de milímetro!
O que relatei acima são fatos, e contra fatos não há argumentos. Como
uma peneira que não consegue reter pedras poderá impedir a passagem de
grãos de areia?
Os efeitos da propaganda enganosa
Ao afirmar categoricamente que o preservativo é impermeável, o
Ministério da Saúde está oferecendo ao público uma falsa segurança. O
resultado dessa publicidade enganosa é um aumento da prática sexual
indiscriminada (antes ou fora do matrimônio, com pessoas do mesmo sexo,
com prostitutos e prostitutas...) e, em consequência, o aumento da
propagação da AIDS. Isso é coerente com o que admite o Ministério da
Saúde sobre o crescimento de infectados entre os jovens: “Em relação
aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado
conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente
transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV”.
Segundo relatório da ONU, na América Latina “aproximadamente 10 novas infecções por HIV ocorrem a cada hora” (p. 84). “Tem havido um lento, quase estagnante declínio no número de novas infecções entre 2005 e 2013. [...] Entretanto, em países como o Brasil, com um grande número de pessoas vivendo com HIV, as novas infecções cresceram 11%” (p. 88).
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, “é proibida toda publicidade enganosa ou abusiva” (art. 37, caput).
Ao omitir a informação de que o preservativo é permeável e, mais ainda,
ao assegurar que ele é impermeável, a União federal está incorrendo em
publicidade enganosa. Está incorrendo também em publicidade abusiva, uma
vez que “é abusiva, dentre outras, a publicidade [...] que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança” (art. 37, §2º). O Código pune com detenção de seis meses a dois anos e multa a conduta seguinte: “fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança” (art. 68). Além disso, ao infrator é imposta uma contrapropaganda “de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva” (art. 60, §1º).
Como se percebe, em nosso país essa lei tem sido simplesmente
ignorada. Se fosse aplicada, o governo seria forçado a ensinar que não
existe segurança fora da lei de Deus.
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