Imagem referencial / Extremistas muçulmanos. Foto: Wikipedia / Menendj (CC-BY-SA-2.5)
O avanço do Estado Islâmico (ISIS) no nordeste da Síria continua
afetando as vilas cristãs que se encontram nas margens do rio Khabur, na
região de Hassakeh, onde os jihadistas mantêm cerca de 260 pessoas como
reféns, enquanto queimam igrejas e profanam as cruzes.
CNN informou nesta quinta-feira que “o grupo extremista sunita tem 262
assírios aprisionados”, conforme assinalou Osama Edward, fundador da
Rede de Direitos humanos Assíria, que foi quem advertiu que os
jihadistas “continuam tomando mais e mais vilas assírias”.
Nas duas margens do rio Khabur se encontram 35 vilas povoadas
principalmente por cristãos, das quais até o momento dez caíram nas mãos
do ISIS.
A primeira invasão ocorreu na madrugada da segunda-feira, quando o ISIS
atacou os dois primeiros povoados e capturou 90 cristãos. Até
quarta-feira os reféns aumentaram para 150 e ontem já foi denunciado que
o Estado Islâmico tem 262 pessoas, entre homens, mulheres, idosos e
crianças. Desde que começou o ataque, milhares de famílias que viviam ao
lado leste do rio começaram a deixar as suas casas para não serem
capturadas.
Edward mora na Suécia, mas tem família na área atacada pelos extremistas
e indicou que a informação foi dada pela equipe da Rede de Direitos
Humanos Assíria que se encontra na zona.
O representante da rede de direitos humanos disse temer que os reféns
assírios sejam decapitados, tal como aconteceu com os 21 cristãos coptos
na Líbia.
Cruzes e igrejas queimadas
Por sua parte, o casal cristão Sharlet e Romel David, disse da
Califórnia (Estados Unidos) que segundo as informações de sua família na
Síria, a entrada do ISIS “é como um mar de uniformes pretos marchando
pelas vilas, queimando as igrejas, profanando as cruzes e causando
estragos”.
Romel David acha que doze de seus familiares estão entre os sequestrados. “Rezamos, rezamos todo o tempo”, expressou à CNN.
Por sua parte, Sharlet disse que seu irmão de 59 anos tinha deixado seu
trabalho nos Estados Unidos faz dois anos para ir à Síria e trazer a sua
família, mas pelo visto está agora como refém do ISIS. “Só quero que
estejam a salvo”, disse Sharlet.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (SOHR por suas siglas em
inglês), informou que os jihadistas levaram os reféns à montanha de Abd
al-Aziz, ao sudoeste de Tal Tamir. Além disso, fontes assírias disseram
ao observatório que através de mediadores das tribos árabes estão sendo
realizadas negociações para libertar os sequestrados.
O SOHR também indicou que aviões da coalizão e seus aliados árabes
lançaram ataques em Tal Tamer, na província de Hassakeh, contra posições
do Estado Islâmico.
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