Texto referente à entronização de Lutero
no Vaticano, no dia 13 de outubro.
Nossa série
sobre a origem dos erros do Papa Francisco continua com sua atuação frente a
audiência de “peregrinos” luteranos na
Alemanha, no Vaticano em 13 de outubro. Nessa data, se comemorava o 99º
aniversário do Milagre do Sol em Fátima; mas Francisco, supostamente devoto da
Virgem e cujo pontificado dedicou a Nossa Senhora de Fátima (o que justifica
meu otimismo inicial em respeito ao seu pontificado desastroso) completamente
ignorou completamente a ocasião. Em vez disso, ele passou o dia celebrando a
memória de Martinho Lutero na sala de audiência Paulo VI.
Uma estátua
do arqui-herege dividiu o palco com Francisco durante o evento, em que dois
ministros luteranos, um deles usando um anel de orelha, colocou em suas mãos
uma cópia cerimonial enorme das 95 teses, considerada comumente como ponto de
referência do início da Reforma. Um dos ministros citou Lutero com o desejo de
que sua obra fosse entregue a quem nunca tinha lido. Nunca em seus sonhos mais
estranhos Lutero imaginou que um dos receptores seria um Papa, aceitando-a.
O Papa e Lutero
Francisco
passou a maior parte da audiência usando dois lenços, um amarelo e outro azul,
amarrado para simbolizar a “unidade” entre luteranos e católicos ortodoxos, que
só existe na sua imaginação. Ou talvez Francisco tinha em mente a unidade que
existe entre luteranos e a maioria
católica liberalizada, a que efetivamente se tornou protestante em grande parte
devido à novidade nociva do “ecumenismo”. Hoje estamos testemunhando o que Pio
XI temia quando condenou e proibiu a participação católica no “movimento
ecumênico”, que teve origem em seitas protestantes:
“ Acaso não é justo – apenas repetir-se - e não está acima do dever a que
tanto quanto invocam o nome de Cristo se abstenham de recriminações mútuas e
finalmente um dia se unam com laços de caridade mútua? E quem se atreve a dizer
que ama Jesus Cristo, mas tenta com todas as forças realizar os desejos que Ele
disse para orar ao Pai para que todos sejam um ?. ...
Este projeto
é promovido de forma ativa e em muitos lugares para ganhar a adesão de um
número de cidadãos, e até mesmo se apoderar das mentes de muitos católicos e
seduzir com a esperança de conseguir a união que seria agradável a Santa Mãe
Igreja, que certamente não deseja mais do que recuperar seus filhos errantes e
trazê-los de volta para seu seio. Mas, na verdade, sob essas palavras e
lisonjas sedutoras encontra-se um grave erro pelo qual os fundamentos da fé
católica são completamente destruídos.
Agora, um
papa hiper-ecumênico se compromete pessoalmente em destruir os fundamentos da
fé católica precisamente em nome do ecumenismo, bombardeando a Igreja com arrogantes
declarações tolerantes, frequentemente apresentadas com desdém e um tom de
indignante irritação ultrajante para com os católicos ortodoxos que se diferem
das trivialidades que ele considera autêntica espiritualidade católica para
agradar as massas.
Cumprindo sua
habitual tagarelice herética em resposta a questões colocadas por membros do
público Luterano (as seguintes traduções são minhas, tiradas diretamente do
vídeo), Francisco disse que católicos e luteranos pertencem “ao corpo de
Cristo.” No entanto, Francisco novamente cai em contradição com o ensino de
seus antecessores em relação aos membros do Corpo Místico.
Como
solenemente afirmou o venerável Pio XII, de acordo com toda a tradição:
“Na verdade,
só estão incluídos como membros da Igreja os que foram batizados e
professam a verdadeira fé, e que não têm a sorte de se separar da unidade do
Corpo, ou foram excluídos pela autoridade legítima por uma falta grave. “ Por
um mesmo Espírito”, diz o Apóstolo, “fomos batizados em um corpo, quer judeus,
quer gregos, quer escravos, quer livres.” Assim, uma verdadeira comunidade
cristã há um só corpo, um só Espírito, um Senhor, e um só batismo; de modo que
haja uma só fé”.
Pio XI,
enquanto condenava o “movimento ecumênico”, também insistiu:
“Dado que o Corpo Místico de Cristo, isto é, sua
Igreja, a semelhança de seu corpo físico, é um, compacto e unido, seria tolo e
absurdo dizer que pode ser composto por desconexos e separados membros: quem,
portanto, não estiver ligado a ele não é seu membro, nem está unido à cabeça,
que é Cristo.”
Mas o
ensinamento de seus antecessores não é importante para Francisco, que se revela
dizendo coisas que que são “insensatas e fora de lugar” enquanto o mundo
aplaude sua “humilde revolução”. Depois de sua verborragia, Francisco enfrentou
uma pergunta sobre uma região da Alemanha onde oitenta por cento da população
não professa nenhuma religião:
“O que fazer para convencer aqueles que não
têm fé? Ouça! A última coisa que você tem a fazer é 'dizer': você deve viver
como um cristão eleito, perdoado e no caminho. Não é lícito convencer de sua
fé. O proselitismo é o veneno mais forte contra o caminho ecumênico
[aplausos].
Pelo contrário, você deve
dar testemunho de sua vida cristã - o testemunho que vem do coração, eles podem ver o coração.
E desta inquietação surge a pergunta: “Por que esse homem ou essa mulher vive
desta maneira?” E isso vai preparar o terreno para o Espírito Santo, que
trabalha no coração, faça o que tem que fazer. Ele deve falar, não você!”
Ele não poderia
ser mais claro: Francisco insiste que é errado dizer o que for preciso para
convencer os outros de sua fé. De acordo com ele, deve-se simplesmente viver como
cristão, enquanto Deus vai falando como uma espécie de iluminação interior nas
pessoas que, supostamente, serão conduzidas para a conversão simplesmente
observando uma vida cristã. Francisco não fala do proselitismo no “sentido
negativo” surgido da fábrica de desculpas dos neocatólicos, mas do próprio ato
de persuadir as pessoas da verdade da religião católica. Tão pouco precisa
Jimmy Akin [apologista católico que trabalha no Catholic Answers] e outros artesãos
neocatólicos da dissimulação, desperdiçando
tempo com o artifício da “má tradução”. As palavras exatas do Papa em italiano
são: “Non é lecito [coorecto ou lícita] convincere della tua fede. Il
proselitismo [ênfase dele] e il velleno [veneno] contro il piu forte Ecuménico
cammino”.
Aqui
encontramos um dos clichés brilhantes do catolicismo liberal que soam bem, mas
são expostos como lixo depois de um tempo de reflexão. Considere a realidade da
vida em nossa ordem social secular e pluralista. Na grande e impessoal arena da
vida pública, incluindo locais de trabalho e lazer, o testemunho “silencioso”
que supostamente deve converter as
pessoas é totalmente ineficaz. Os católicos não andam visivelmente irradiando
alegria, com auréolas pairando sobre suas cabeças mostrando que ocupam uma
exaltada plataforma de paz e felicidade a que todos devem aspirar. Não existe
uma “inquietação” espiritual gerada pela mera presença dos católicos na
sociedade, levantando questões sobre por que “viver dessa maneira.” Muito pelo
contrário, a visão de uma grande família católica, por exemplo, é mais provável
que provoque ridicularização e rejeição da população que usa contraceptivos
regularmente.
No entanto,
geralmente as pessoas que os católicos encontram fora de suas casas e paróquias
não têm ideia de que os católicos “vivem desta maneira” a menos que lhe falem
sobre sua fé e o que isso significa no seu estilo de vida. É precisamente o
testemunho verbal de fé que pode mover corações e guiar à conversão através da
graça de Deus. Mas, os católicos são apenas invisíveis na vasta multidão da
sociedade civil contemporânea. O clichê liberal constantemente dito por Francisco é apenas uma receita para o
silenciamento total da Igreja militante, o que, de fato, é o resultado do “ecumenismo”
e da “abertura de reconciliar ao mundo” em geral.
Pior ainda,
sobre o seu imaginário testemunho silencioso cristão, Francisco não fez
distinção entre católicos ortodoxos, que seguem todos os ensinamentos de Jesus
Cristo, e os luteranos, que selecionam e escolhem o Evangelho dado que praticam
a contracepção, divórcio e o aborto, simulam ordenar mulheres e homossexuais
como “sacerdotes” e “bispos” e consentem no “casamento” diabólico entre pessoas
do mesmo sexo. Francisco quer nos fazer crer que o Espírito Santo inspira a
conversão com base no “testemunho” de pessoas que pisoteiam o Evangelho e que
até Lutero denunciaria como malditos hereges.
Até aqui,
veio a ordem divina “Ide, portanto, fazei discípulos em todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a
observar tudo o que vos tenho ordenado”. E aqui veio o exemplo do primeiro
papa, seguindo este mandado, declarou perante uma multidão de potenciais judeus
conversos.:
“Arrependei-vos,
disse ele, e ser batizados cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem
estando longe o apelo do Senhor nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os
dizendo: “ Salvai-vos desta geração perversa.” (Atos 2: 38-40)”.
Cometendo
mais uma de suas inúmeras gafes, logo Francisco atribuiu à “teologia medieval”,
o ditado “a Igreja está sempre se reformando” ou “sempre deve ser reformada”, a
partir do latim ecclesia
semper reformanda est. Este slogan protestante, que provavelmente
se originou em 1600, é erroneamente atribuído a Santo Agostinho (que também não
era medieval) e tornou-se popular graças ao eclético teólogo protestante Karl
Barth após a Segunda Guerra Mundial.
Este erro foi
destacado com a afirmação absurda “os maiores reformadores das igrejas, nossas
igrejas, são os santos: os que seguem a palavra de Deus e a põe em prática ...
tanto na Igreja Luterana como na Católica há pessoas deste tipo : com o coração
santo, que seguem o Evangelho. Estes são aqueles que reformam a Igreja.”
No Evangelho
de acordo com Francisco, o máximo ecumenista católico, não há diferenças
cruciais entre luteranos e católicos. Somos todos cristãos. Todos seguem o
evangelho, incluindo aqueles que pensam que o Evangelho permite o divórcio, a
contracepção, o aborto e a sodomia em situações “difíceis”. Para Francisco, a
heresia total e imoralidade promovida pelos descendentes de Lutero, incluindo a
mulher “bispo” que Francisco recebeu calorosamente, são irrelevantes. Os
católicos têm os seus santos e os luteranos os seus, incluindo a degenerado
maníaco que fundou sua religião feita por homens, cuja estátua Francisco
dignificou com a sua presença ao lado dela.
Está longe da
mente de Francisco a realidade de que não há “Igreja Luterana” e nunca existiu.
Nem parece perceber que o mesmo luteranismo é fraturado em muitas seitas opostas
cujas doutrinas corruptas mais ou menos rejeitam a doutrina dogmática imutável
da Igreja Católica em muitas questões assim como os preceitos da lei natural
inscrita mesmo nos corações dos pagãos sem fé, sem mencionar aqueles que
professam ser cristãos.
O desempenho
de Francisco em 13 de outubro, negou efetivamente a necessidade salvífica da
Igreja, uma negação temática de todo seu pontificado. Seu hiper-ecumenismo, do
qual o espetáculo do 13 de Outubro foi a mais recente demonstração, também nega
efetivamente o papel do ministério petrino como uma condição sine qua non da
unidade dos cristãos.
No entanto, o
púlpito papal é um veículo mais do que adequado para promover ao mundo o Bergoglianismo,
uma religião que os luteranos acham totalmente agradável, como demonstrado pelos
aplausos entusiasmados na sala de audiência. E Francisco confirmrá o seu
entusiasmo quando for para a Suécia no final deste mês para comemorá o início
da rebelião protestante e participar de uma liturgia conjunta com os luteranos
leigos disfarçado de clérigos, e confirmando-os em seus erros abomináveis,
nenhum dos quais preocupam Francisco.
Mas, como
infalivelmente Deus traz o bem do mal, o mais horrendo deste pontificado,
finalmente, consegue despertar os fiéis para os perigos do positivismo papal, lembrando-lhes
que a fé é objetivamente verdadeira, não verdadeira porque disse o Papa, e é
inteiramente possível o fato de um papa
contradizer esta verdade objetiva. Assim,por exemplo, um dia após a audiência
de 13 de outubro Jeffrey Mirus [presidente
da Catholic Culture] escreveu:
“Os leitores e escritores da
CatholicCulture.org, embora às vezes podem se equivocar, não são idiotas. É
falso pretender que quando o Papa Francisco diz algo que é percebido como novo,
diferente e perturbador, na verdade [sua ênfase] quer dizer sempre que a Igreja ensinou
anteriormente. Nesta altura até mesmo os alunos mais brutos sabe que não é
certo. Quando o armário do imperador está vazio, ninguém ajuda a fingir que ele
está bem vestido – a menos que nos resulte duvidar de nossa sanidade”.
Não, não
estamos demente. O demente é este pontificado. Como Antonio Socci notou depois
da festa de Francisco por causa de Lutero: “Bergoglio, ao invés de honrar Nossa
Senhora, honra Martinho Lutero, participando de uma audiência (no Vaticano),
onde uma estátua do heresiarca e cismático alemão foi exibida e como a de um
dos santo. É mais, Bergoglio é o Papa que, pela primeira vez em dois mil anos desejou
a profanação dos sacramentos! ... O que mais falta para os ingênuos abrirem os
olhos?”
Só Deus sabe por
quanto tempo a Igreja continuará afligida por este Papa desgraçado. Mas,
finalmente, os olhos estão se abrindo. E pelo menos podemos dar graça por isso,
enquanto esperamos e rezamos para que a Igreja se veja livre de Francisco e
todas as suas obras.
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