Esta oração
foi alterada do seu sentido tradicional, há alguns anos pelo CELAM (Conselho
Episcopal Latino-Americano) .... Sua Santidade João Paulo II pediu que em todas
as partes se reze igual e exortou aos bispos
para alcançar um único Pai Nosso. Ordem excessivamente curiosa, pois, a missa em latim era rezada em todas as partes
igualmente e agora não. Infelizmente ninguém disse o óbvio, o sensato: Deve
permanecer o Pai Nosso Tradicional, a menos que haja um erro grave na tradução.
Consultemos as
Escrituras. A oração é expressa na íntegra em Mateus 6: 9-13 e Lucas resumiu.
11: 2-4. Vamos olhar apenas em uma frase cuja mudança é injustificável. Em São
Mateus lê “Perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores”; enquanto Lucas diz: “Perdoa-nos os nossos pecados assim como nós
perdoamos a todo mundo que está em dívida conosco” Mateus acrescenta uma
breve explicação: “Porque, se perdoardes
aos homens as suas falhas, também vos perdoará vosso Pai celeste. Mas se não
perdoardes aos homens as suas próprias falhas, tampouco vosso Pai vos perdoará
os vossos pecados.”
A nova
liturgia mudou a versão da tradução para: “Perdoa-nos
as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendidos”. É curioso,
se se incomodaram com a palavra “dívida” usada pelo próprio Jesus, por que não usaram “pecado”? Eles preferiram usar um
novo termo que não aparece no Evangelho: Nem o texto da própria oração, da
versão de São Mateus ou São Lucas, nem a explicação adicional dada pelo
primeiro. A nova tradução não é feliz; porque “ofensa” tem uma nuance muito
restrita em relação ao “pecado” ou “falta” que são mais abrangentes. Uma ofensa
implica uma relação pessoal que pode estar ausente em um pecado ou em uma falta.
Quem viola uma regra de trânsito comete uma falta mas não intenta ofender
ninguém. Eu encontrei pessoas que negam ter pecado por jamais ter em mente ofender
a Deus. Uma vez que não têm nenhuma
relação com Deus, dizem, estão longe de ofendê-lo ... Além de proporcionar um
lado generoso com esta interpretação torcida, o que já é um defeito da nova
tradução que teria evitado dizer “pecado” usado por São Lucas ou “faltas” usada por São Mateus, podemos
perguntar se a única maneira de “estar em dívida” com alguém é devido a uma
ofensa pessoal, um pecado ou uma falta. A resposta óbvia é não. É verdade que,
se eu ofender alguém, se eu peco ou cometo uma falta, sou obrigado à
restituição. Devo reparar para extinguir a dívida. Mas há um outro sentido que
não podemos permanecer em silêncio e que é importante. E não acredito que, não
estando incluso na mais breve explicação adicional de São Mateus, esteja alheia
à Sabedoria infinita que ensinou. Acontece
que me torno devedor de qualquer pessoa que me faz um favor. Portanto, eu sou
obrigado a pagar. Como diz o velho ditado: “Amor com amor se paga.” Existe
algo mais livre do que o amor? E, no entanto, a sabedoria popular tinha
justamente advertido que o amado estava em dívida e obrigado a satisfazê-la.
Deus nos deu a vida, a saúde, a inteligência, a liberdade, tantos outros bens
impossível de listar. Estamos em dívida para com Ele. Não nos pedirá conta dela? Se formos generosos e perdoamos aqueles
que, da mesma forma, estão endividados conosco, irá considerar saldada. Eu acho
que é muito difícil perdoar a ingratidão de quem nos deve um favor e ignora
completamente a dívida assim incorrida. Talvez nada seja mais difícil de
perdoar. O Pai Nosso, ensinado por Jesus incluía este aspecto tão relevante e
de ocorrência diária, excluído pela versão mais recente.
Mas há mais. Na
versão original e autêntica, o Pai Nosso era um bom suporte da doutrina do Purgatório
que os protestantes negam. Porque justamente este local tinha por missão pagar “as
nossas dívidas”. A confissão apaga o pecado. Mas, obviamente, também é
necessário restaurar a ordem e restituir se for o caso. Essa dívida que não se
extingue pela confissão é cancelada no Purgatório. Esta doutrina justifica as
famosas “indulgências” que a Igreja tão generosamente concede e Lutero nunca
entendeu. A indulgência apaga a dívida que se paga no Purgatório; por isso se
aconselha tanto que se aplique a nossos difuntos.Como se vê, com a nova
tradução foi perdida mais do que apenas uma palavra.
Mais não só a nova versão é claramente inferior à antiga, que já é motivo suficiente para rejeitá-la; mas sua imposição teve um efeito devastador sobre os países que tiveram a inépcia da sua adoção. O que terá de verdadeiro em uma Igreja que não foi capaz, no passado, nem mesmo de traduzir bem o Pai Nosso? Creio que este foi um dos melhores capítulos na tarefa de “auto-demolição” da nossa Igreja. Se se interpretar mal o Pai Nossos e interpretará bem o evangelho? Se o Pai Nosso é mal compreendido, se compreenderá bem o Evangelho na moralidade sexual? ...
Há um outro
aspecto do problema que não pode ser ignorado. E nos referimos a nova ótica
gerada pelo “culto ao homem”, blasfêmia imposta sobre o povo de Deus por Paulo
VI. Se o objetivo central do nosso amor é o homem, cuido da linguagem para agradar-lhe; mais se meu
coração vai atrás de nosso Senhor Jesus Cristo, eu evito toda a infidelidade, amo
até mesmo a menor das suas expressões, então ele nunca teria concordado em
mudar suas palavras por mais difíceis que fossem aos ouvidos contemporâneos.
Temos aqui, como outro exemplo do novo espírito que reina na Igreja e foi tão
bem expresso por Paulo VI no discurso de encerramento do Concílio Vaticano II, responsáveis por aquilo que chamam de “espírito do Concílio”.
Fonte: Adelante la Fé - ¿Ofensas o Deudas? El nuevo Padre Nuestro
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