Nota do tradutor: a análise abaixo
logicamente pode ser estendida a muitas outras capitais do mundo, já
sodomizadas através das políticas públicas maçônicas. Poderia se dizer que em
tempos de Sodoma não existia a Maçonaria. Não importa. O seu espírito já estava
lá, assim como os sodomitas.
Tradução de Airton Vieira – Dizem os
purpurinados que há que construir uma sociedade nova, liberada de tabus e sem os
condicionamentos do passado. Os malvados acrescentam que há que superar os
complexos e as repressões. Começando, claro está, pela mais totalitária de
todas elas: o pecado. Dizem que já está bem o submeter-se ao que se chamava
pecado, porque agora se decidiu democraticamente, nesta sociedade do bem-estar,
que o pecado não existe. Como se o pecado pudesse anular-se a golpe de Decreto
Lei ou de Amoris Encíclica.
Tudo mudado, fica a liberdade para fazer
somente o que querem os que amam a
liberdade. E nesta alquimia de laboratório pós-moderno, a linguagem fica submetida
à revisão. Te pode cair uma multa gorda se chamas de Pedrinho um menino que
decidiu ser Joaninha. O se apresentas uma instância chamando Meu
muito prezado Sr., a um Trans-Juiz que então não te admite a
demanda e te põe uma a ti por não chamar-lhe Meu muito prezado Senhor Trans. Ou bem Meu prezado Trans. Vá se
entender uma coisa dessas.
Séculos de
literatura castelhana ficam à mercê da hermenêutica que decida o tipo, tipa,
tipe, tip@ de turno que tenha ganhado as oposições a professor,
professora, professore, professor@ da correspondente Autonomia[1]. Há que fazer um cursilho especial
para aprender a dirigir-se a cada qual ou a cada qualo. A ideologia de gênero
assim o impõe a seus esbirros de um e outro signo. Porque nisto não há
liberdade que valha. Ou te sobes ao carro (ou à carroça) do orgulho linguístico
ou te cai um multão e um sambenito[2] acompanhantes. [Não quero
pôr a autêntica palavra porque tem traços masculinos e de signo machista.]
Os refrãos também ficam obsoletos. Há
pouco queriam obrigar-nos (já se sabe que os amantes da liberdade gozam obrigando
aos demais), a não dizer nunca jamais Pão
com pão, comida de tontos[3] em exercício de alta e fina
intelectualidade por parte de padeiros socialistas. E que não se lhe ocorra a ninguém
dizer como dizia minha avó palentina[4] que o caldo de favas, faz as mulheres bravas, porque
pode cair em cima um bom castigo. Há que revisar os refrãos um por um e fazer
uma nova classificação que fuja das imposições machistas. Um novo refraneiro e um
novo dicionário, uma revisão das piadas, uma profunda transformação do sentido
do vestido que permita a Isidoro vestir saia (sem ser escocês) ou a Eufrásia usar
bigode. E assim sucessiv@mente.
Não obstante, há outros refrãos que sim
que têm caído em desuso e não voltarão jamais a poder se pronunciar. Meus avôs diziam De Madri ao Céu, com uma especial
graça e com um amor pela capital da Espanha, que eram realmente admiráveis.
Madri era a capital do Reino, a Madri dos Áustrias, a Madri do Parque do
Retiro, a Madri de São Isidro tão popularmente pintado por Goya, a Madri dos
prados de Santo Antônio ou a da Virgem da Pomba. Tal era o ambiente que
caracterizava esta cidade, que qualquer espanhol que passasse por ali sentia o
gozo de estar na Capital. De
Madri, ao Céu dizia tudo o que se pode dizer desta cidade, outrora
querida pelos habitantes da antiga Pátria.
Agora
-podemizada[5] e
carmenizada[6]-,
Madri se converteu em Capital do Orgulho. Com a complacência de Partidos
Políticos, que mandam representantes a presidir carroças ou levar banners. Com o
lisonjeio amável desta sociedade que se rendeu ao Orgulho de forma escrava nestes
dias. Livrarias religiosas, escolas, prefeituras e até alguns quarteis da
Guarda Civil (não sei como se chamará agora a dupla de guardas civis), fizeram
ondear a bandeira arco íris em um alarde de valentia, arrojo e valor para lutar
contracorrente.
Já falou São Paulo na carta aos
Filipenses 3, 19 d’“aqueles cujo fim é a perdição,
seu Deus o ventre e sua glória suas vergonhas”. E isso que em
Filipos ainda não havia World Pride, que eu saiba. Ensinando suas vergonhas, se
enchem de orgulho e de glória. Passeiam suas vergonhas em carroças, ataviados,
ataviadas, ataviades, ataviad@s e supertransatavi@des geralmente com tangas
rosáceas, para que se veja que eles, elas, elles e el@s não tem preconceitos,
exigem que se ame a liberdade e que se lhes respeite, ao tempo que portam
crucifixos e outros símbolos católicos para que se veja que o Orgulho Gay é
anticatólico. Gostam somente da paróquia do Padre Angel, que é um
sacerdote angelical –como seu nome indica-, cheio de amor pelos sodomitas e
disposto a meter em sua Igreja de Chueca todo aquele que se cisque nos
mandamentos divinos. Igualmente ele e o Arcebispo que o mantém no cargo e no ministério.
Eu proponho
que a partir de agora se diga De Madri ao inferno, porque parece mais próprio.
Não lhes importará aos interessados, a quem tanto gostam de passar-se por entre
as virilhas, este lugar que segundo a Igreja Moderna está vazio. Quando esta
semana acabem os festejos orgulhosos, cada qual se irá a seu povo. Mas lamentavelmente
todos levarão no passaporte de sua alma um visto para o inferno. Dizia Dante (outro
que há que revisar), que por ali haverá um lugar destinado ao Orgulho. Assim,
todos juntos se o passarão mais entretidos. Mas também andarão por ali os que
calaram miseravelmente e não denunciaram este pecado que clama ao céu. O Arcebispo
de Madri terá muito que explicar sobre seu silêncio destes dias. Ou a própria
Conferência Episcopal que optou por adotar um silêncio mariquinhamente correto,
tão aficionados eles a emitir comunicados sobre qualquer coisa intranscendente.
Antes se dizia
que os bons e santos se iam ao Céu com botas. Agora haverá que dizer que os Orgulhosos,
como não se arrependem e façam penitência, se apressam rumo ao Inferno com tamancos.
Fray Gerundio
Fonte: https://adelantelafe.com/Madri-al-inferno/
[1] No
sentido da ideologia ganhar espaços públicos e estratégicos na área da educação
e governos.
[2] Escapulário
que se colocava às pessoas condenadas pela Inquisição para distingui-las.
[3]
Dito popular no sentido de que o pão, apesar de ser um excelente alimento, não
seria feito para vir só, mas acompanhado de outros alimentos. Aqui no sentido
de uma crítica e censura ao senso comum.
[4]
Natural de Palência, província espanhola.
[5]
Referência ao partido socialista ateu Podemos, um correlato espanhol dos nossos
partidos socialistas.
[6] No
sentido de sodomizada
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