quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O milagre do sol de Fátima: 11 explicações desacreditadas, 2 crentes e a aparição de São José

El milagro del sol de Fátima: 11 explicaciones descreídas, 2 creyentes y la aparición de San José


Reportagem de 11 de maio de 2017

Cem anos se cumprem este sábado das primeiras aparições da Virgem em Fátima e o Papa Francisco visitará o santuário mariano para comemorar este centenário e canonizar a dois dos videntes, os pastorzinhos Francisco e Jacinta. Além das mensagens que receberam de Maria foram testemunhas como as milhares de pessoas mais do assim conhecido "milagre do sol dançante" que se produziu em outubro desse mesmo 1917.

Em que pese a quantidade de testemunhas, inclusive não crentes, se têm publicado todo tipo de teorias para tentar justificar que o que se viu não era um milagre nem nada parecido, algumas das mais absurdas. Em um tom divertido, Matthew Archbold recopilava estas supostas explicações e aportava duas baseadas na fé, recolhidas todas elas por Cari Filii News:

Até a imprensa laicista e anticlerical acreditava

Do que ocorreu em outubro de 2017 há fatos irrefutáveis: um documento, o artigo no grande diário português “O Século”, anticlerical, equivalente, por exemplo de “O Globo” no Brasil atual. O jornalista Avelino de Almeida, laicista, nada católico, que em todos seus artigos prévios se burlava da religiosidade de Fátima, se apresentou no lugar dos fatos, onde a Virgem de Fátima havia anunciado “um sinal”. Explica que ali se congregaram umas 70.000 pessoas. E descreve:

“Ante os olhos assombrados da multidão, cujo aspecto era bíblico, de pé, cabeças sem guarda-chuvas, olhando com atenção o céu, o sol tremeu, fez incríveis movimentos repentinos fora de qualquer lei cósmica, o sol ´bailou´ segundo a expressão da gente”.


O blogueiro católico Matthew Archbold, em seu blog CreativeMinorityReport, realizou uma recopilação com linguagem divertida e amena de como “os secularistas têm amassado uma enorme quantidade de explicações de por que não deveríamos crer o que vemos ante nossos próprios olhos. Eis aqui as assombrosas razões que acumularam para que creiamos que nada especial passou em Portugal esse grande dia”.



'O Século' relatava em suas páginas o milagre do sol
Há que ter em conta que (como veremos depois) também entre os católicos fiéis e ortodoxos há diversidade de opiniões sobre o que passou ali, mas no momento repassemos o que Archbold chama o “Top 10 de explicações científicas para Fátima”.

Escreve Archbold com humor:

10. Pó estratosférico. Steuart Campbell, escrevendo para a edição de 1989 do Jornal de Meteorologia, teoriza que uma nuvem de pó estratosférico alterou a aparência do sol em 13 de outubro, fazendo que fosse mais fácil vê-lo e dando-lhe uma aparência amarela, azul, violeta e que girasse. Em apoio a esta hipótese, o senhor Campbell assinala que há um sol azul e avermelhado documentado na China em 1983.

9. Não todos o viram, assim que nada passou. Curiosamente, é o argumento exatamente oposto ao de que também a China o viu e por isso não passou. Os astrônomos, dizem, não viram nenhuma dança no céu em nenhum lugar do mundo. O sol dançante foi um fato regional, assim que fica descartado. Poderíamos perguntar-nos se o fato de que fosse um fenômeno regional significa que não passou nada especial. Se se tivesse visto em todo o mundo teriam escrito que simplesmente foi um fenômeno astronômico porque todo o mundo o viu.

8. Percepção Extra Sensorial, PES! Sempre é minha favorita. A autora Lisa Schwebel diz que o evento foi uma forma sobrenatural de fenômeno extra-sensorial. Deus? Nem falar! PES? Sim! Schwebel disse que ao longo da história humana se registraram vários casos de reuniões religiosas que culminam com a aparição repentina e misteriosa de luzes no céu, assim que é PES. A lógica se me escapa, mas se és crente não Exorcista II, então isto é tão crível como Richard Burton se fazendo de padre.

7. Um falso sol. Nem sequer sabia que este existisse mas vale a pena escutá-lo. Joe Nickell, que se autodescreve como cético e investigador do paranormal, segundo a Wikipédia assegura que a posição do fenômeno descrito por várias testemunhas está em um azimut e elevação erróneos para ser o sol. Propõe que a causa pode ter sido um “sundog”, às vezes chamado “parhelion” ou “falso sol”, um fenômeno óptico atmosférico associado com o reflexo/refração da luz solar pelos numerosos cristaizinhos de gelo que compõem os cirros ou nuvens de cirrostratos. Um “sundog” é, entretanto, um fenômeno estacionário, quieto, e não explicaria a aparência de “sol dançante”. Assim que Nickell sugere uma explicação a este fenômeno que pode dar-se em uma distorção retinal temporal, causada por olhar à intensa luz e/ou o efeito de focar os olhos para frente e para trás para evitar uma mirada completamente fixa, combinando assim imagem, pós-imagem e movimento. Assim, pois, 70.000 pessoas moveram a cabeça e pensaram que um falso sol dançava. Os 70.000? Bastante ridículo, não?

6. Nuvem de pó! Paul Simons, em um artigo intitulado “Segredos do Clima no Milagre de Fátima” diz que é possível que alguns dos efeitos ópticos de Fátima possam ter sido causados por uma nuvem de pó do Saara.

5. A velha teoria da alucinação em massa. O autor Kevin McClure é um dos muitos que dizem mais ou menos isto: a multidão na Cova da Iria esperava ver sinais no sol, assim que as viram. Claro, se passa continuamente. McClure não tem em conta que gente que estava a milhas de distância que não pensava em nada no assunto também o viu.

4. OVNI! O velho truque do artefato alienígena que se faz passar por um sinal de Deus. Também se passa continuamente, não o sabiam? Curiosamente, a nave espacial aparece no dia exato que os três meninos disseram que haveria um milagre. Ou talvez as aparições foram todas obra dos homenzinhos verdes. Tudo isso soa muito mais realista que a explicação da Igreja.

3. Tormenta solar. Foi uma gigantesca EMC (ejeção de massa coronal). Mais conhecida como “luzes do norte” em Portugal. Verão, as labaredas solares emitem partículas de alta velocidade que causam as luzes do norte ou aurora boreal. Isso explica tudo. Porque todos sabemos que as auroras boreais se parecem em tudo a um sol que dança.

2. Pressão dos demais. Havia uma pressão social significativa para ver um milagre assim que todos se autossugestionaram para crer que o viram. Que eram 70.000 pessoas? É uma pressão social bastante forte. Sobretudo para a gente que o viu a 20 milhas de distância.

1. Um eclipse. A estes meninos não importa contradizer-se. Seria um eclipse muito, muito local. Não o teriam visto os astrônomos? 

Uma razão de “bonus”: -1: a Evolução. Lamentavelmente, esta vem do Instituto de Física da Universidade Católica de Lovaina. A evolução nos deu o famoso “efeito de zoom e afastamento”. Ocorre quando vês uma imagem a uma distância desconhecida. Teu cérebro considera a possibilidade de que se aproxime assim que sem que o saibas teu cérebro realiza um “zoom mental ilusório, no que o tamanho aparente do objeto se incrementa progressivamente”.

Sucede pelo seguinte, dizem os cientistas. A evolução nos força a estar continuamente atentos se por acaso se acerca algo perigoso para nos comer, se por acaso temos de sair correndo, assim que nosso cérebro faz zooms para assustar-nos e sair correndo. Quando a ideia de uma aproximação não implica perigo real, o objeto volta a seu lugar. Como o sol dançante. Asombroso. Setenta mil pessoas pensaram que o sol vinha para comê-las. Quando se deram conta de que o sol não tinha dentes, o devolveram aonde pertencia com “zooms e afastamentos”.
Poderia ser minha teoria preferida!


Até aqui a seleção de explicações desde setores, em geral, secularistas.

Um milagre natural ou sobrenatural?

Em 2014, o sacerdote Ryan Erlenbush, em seu blog “New Theological Movement”, retoma o tema e oferece um par de explicações “alternativas” católicas.

Primeiro estabelece o que fez o Sol segundo os testemunhos: dançou no céu, se dirigiu com enorme velocidade contra a terra como se fosse estrelar-se –ao que parece houve gente que se lançou ao chão – e de repente de forma súbita o sol voltou a seu lugar, deixando à gente atônita o fato de que sua roupa, que estava molhada pela forte chuva, estava agora completamente seca. Se estabelece que inclusive pessoas a milhas de distância viram o sol mover-se assim.

Por suposto, o Sol em si não se moveu de seu lugar, o resto dos humanos do planeta não notaram nada disto nem tampouco os observatórios astronômicos.
Ryan Erlenbush cita um sacerdote cientista prestigiado e bom conhecedor da história e a filosofia da ciência, Stanlei Jaki, que aponta que pode ter se tratado de uma combinação insólita (e milagresa por ter sido assinalada em datra e hora pela Virgem, citada pelos videntes) de inversão súbita da temperatura com incontáveis fenômenos naturais adicionais conjuntos, incluindo alguns que comentamos antes… Uma conjunção de muitíssimas variáveis precisamente no dia que se havia congregado tanta gente esperando um sinal… não é um milagre?

Mas o padre Erlenbush tem sua própria teoria que prefere à do padre Jaki porque, simplesmente, é mais simples e mais sobrenatural.

Uma explicação de "tamanho mais bíblico"

“A explicação do padre Jaki reduz o milagre a um evento essencialmente natural. Mais ainda, o número de fatores naturais que haviam concorrido para fazer o fenômeno inclusive remotamente possível é tão grande que o faz de todo improvável. O padre Jaki responderia: por isso é um milagre! Nós replicamos: Então é mais provável propor um milagre real!”

“Portanto”, continua Erlenbush, “parece mais factível que um novo objeto se formou no céu, talvez a centenas de metros no ar sobre o campo. Se encheu com uma luz intensa e parece que produziu calor intenso. Esta bola atmosférica de recente criação era movida (parece) por anjos e é muito comparável ao Pilar de Fogo ou –talvez- a Estrela de Belém”.

“Propomos que os anjos, dirigidos por Nossa Senhora, fizeram esta bola massiva com pó ou gás que brilhou tão intensa com a infusão de luz que ocultou o sol da vista. Esta bola angélica se pareceria a uma nuvem extraordinariamente densa, que se encheu com luz de diversas cores. Este objeto pareceria diante de todos no campo e a milhas de distância, ser o sol, caindo rumo à terra”.

Um “mini-sol” assim explica, diz Erlenbush, que o resto do mundo não notasse nada e que os presentes no lugar dos fatos ficassem tão aterrados. Assim, diz Erlenbush, “não só temos um milagre, como um de proporções bíblicas que nos devolve ao Êxodo e à Luz da revelação dos gentios que se dá no Menino Deus”.

A Irmã Lúcia relatava em suas memórias outro fato extraordinário

A aparição de São José

Outro fato extraordinário ocorreu aquele dia e que conta a vidente Irmã Lúcia em suas “Memórias”. Tal e como reúne 
Cari Filii News, naquele 13 de outubro de 1917, apareceu São José junto à Virgem e o Menino, ao final das manifestações.

Além do debate sobre se o sol dançou, se o calor secou as roupas milagrosamente quando uns minutos antes todos estavam empapados, se houve um sinal no céu que viram milhares de assistentes, a visão de São José com a Virgem e o Menino é um manifesto a favor da família.

“Desaparecida Nossa Senhora na imensa lonjura do firmamento, vimos ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o mundo, com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz”, escrevia Irmã Lúcia.
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Fonte: Religion en libertad - El milagro del sol de Fátima: 11 explicaciones descreídas, 2 creyentes y la aparición de San José

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