Reportagem de 11 de maio de 2017
Cem
anos se cumprem este sábado das primeiras aparições da Virgem em Fátima e o Papa Francisco visitará o santuário mariano
para comemorar este centenário e canonizar a dois dos videntes, os pastorzinhos
Francisco e Jacinta. Além das mensagens que receberam de Maria foram testemunhas
como as milhares de pessoas mais do assim conhecido "milagre do sol dançante"
que se produziu em outubro desse mesmo 1917.
Em que pese a quantidade
de testemunhas, inclusive não crentes, se têm publicado todo tipo de teorias
para tentar justificar que o que se viu não era um milagre nem nada parecido, algumas
das mais absurdas. Em um tom divertido, Matthew Archbold recopilava
estas supostas explicações e aportava duas baseadas na fé, recolhidas todas
elas por Cari Filii News:
Até
a imprensa laicista e anticlerical acreditava
Do que ocorreu em outubro
de 2017 há fatos irrefutáveis: um documento, o artigo no grande diário português “O
Século”, anticlerical, equivalente, por exemplo de “O
Globo” no Brasil atual. O jornalista Avelino de Almeida, laicista,
nada católico, que em todos seus artigos prévios se burlava da religiosidade
de Fátima, se apresentou no lugar dos fatos, onde a Virgem de Fátima havia
anunciado “um sinal”. Explica que ali se congregaram umas 70.000 pessoas. E
descreve:
“Ante
os olhos assombrados da multidão, cujo aspecto era bíblico, de pé, cabeças sem guarda-chuvas,
olhando com atenção o céu, o sol tremeu, fez incríveis movimentos repentinos fora
de qualquer lei cósmica, o sol ´bailou´ segundo a expressão da gente”.
O blogueiro
católico Matthew Archbold, em seu blog CreativeMinorityReport, realizou uma recopilação com linguagem
divertida e amena de como “os secularistas têm amassado uma enorme quantidade
de explicações de por que não deveríamos crer o que vemos ante nossos próprios olhos.
Eis aqui as assombrosas razões que acumularam para que creiamos
que nada especial passou em Portugal esse grande dia”.
'O Século' relatava em suas páginas o milagre do
sol
Há que ter em conta
que (como veremos depois) também entre os católicos fiéis e ortodoxos há
diversidade de opiniões sobre o que passou ali, mas no momento repassemos
o que Archbold chama o “Top 10 de explicações científicas para Fátima”.
Escreve Archbold
com humor:
10. Pó estratosférico. Steuart Campbell, escrevendo para a edição
de 1989 do Jornal de Meteorologia, teoriza que uma nuvem de pó estratosférico alterou
a aparência do sol em 13 de outubro, fazendo que fosse mais fácil vê-lo e dando-lhe
uma aparência amarela, azul, violeta e que girasse. Em apoio a esta hipótese, o
senhor Campbell assinala que há um sol azul e avermelhado documentado na China em
1983.
9.
Não todos o viram, assim que nada passou. Curiosamente, é o argumento exatamente oposto ao de
que também a China o viu e por isso não passou. Os astrônomos, dizem, não viram
nenhuma dança no céu em nenhum lugar do mundo. O sol dançante foi um fato
regional, assim que fica descartado. Poderíamos perguntar-nos se o fato de que fosse
um fenômeno regional significa que não passou nada especial. Se se tivesse
visto em todo o mundo teriam escrito que simplesmente foi um fenômeno astronômico
porque todo o mundo o viu.
8.
Percepção Extra Sensorial, PES! Sempre
é minha favorita. A autora Lisa Schwebel diz que o evento foi uma forma
sobrenatural de fenômeno extra-sensorial. Deus? Nem falar! PES? Sim! Schwebel
disse que ao longo da história humana se registraram vários casos de reuniões
religiosas que culminam com a aparição repentina e misteriosa de luzes no céu, assim
que é PES. A lógica se me escapa, mas se és crente não Exorcista II, então isto
é tão crível como Richard Burton se fazendo de padre.
7.
Um falso sol. Nem sequer sabia que este
existisse mas vale a pena escutá-lo. Joe Nickell, que se autodescreve como cético
e investigador do paranormal, segundo a Wikipédia assegura que a posição
do fenômeno descrito por várias testemunhas está em um azimut e elevação
erróneos para ser o sol. Propõe que a causa pode ter sido um “sundog”, às vezes
chamado “parhelion” ou “falso sol”, um fenômeno óptico atmosférico associado com
o reflexo/refração da luz solar pelos numerosos cristaizinhos de gelo que compõem
os cirros ou nuvens de cirrostratos. Um “sundog” é, entretanto, um fenômeno estacionário,
quieto, e não explicaria a aparência de “sol dançante”. Assim que Nickell sugere
uma explicação a este fenômeno que pode dar-se em uma distorção retinal
temporal, causada por olhar à intensa luz e/ou o efeito de focar os olhos para frente
e para trás para evitar uma mirada completamente fixa, combinando assim imagem,
pós-imagem e movimento. Assim, pois, 70.000 pessoas moveram a cabeça e pensaram
que um falso sol dançava. Os 70.000? Bastante ridículo, não?
6.
Nuvem de pó! Paul Simons, em um artigo intitulado
“Segredos do Clima no Milagre de Fátima” diz que é possível que alguns dos efeitos
ópticos de Fátima possam ter sido causados por uma nuvem de pó do Saara.
5.
A velha teoria da alucinação em massa. O
autor Kevin McClure é um dos muitos que dizem mais ou menos isto: a multidão na
Cova da Iria esperava ver sinais no sol, assim que as viram. Claro, se passa
continuamente. McClure não tem em conta que gente que estava a milhas de distância
que não pensava em nada no assunto também o viu.
4.
OVNI! O velho truque do artefato alienígena
que se faz passar por um sinal de Deus. Também se passa continuamente, não o
sabiam? Curiosamente, a nave espacial aparece no dia exato que os três meninos disseram
que haveria um milagre. Ou talvez as aparições foram todas obra dos homenzinhos
verdes. Tudo isso soa muito mais realista que a explicação da Igreja.
3.
Tormenta solar. Foi uma gigantesca EMC (ejeção
de massa coronal). Mais conhecida como “luzes do norte” em Portugal. Verão, as labaredas
solares emitem partículas de alta velocidade que causam as luzes do norte ou
aurora boreal. Isso explica tudo. Porque todos sabemos que as auroras boreais
se parecem em tudo a um sol que dança.
2.
Pressão dos demais. Havia uma pressão social
significativa para ver um milagre assim que todos se autossugestionaram para crer
que o viram. Que eram 70.000 pessoas? É uma pressão social bastante forte.
Sobretudo para a gente que o viu a 20 milhas de distância.
1.
Um eclipse. A estes meninos não importa contradizer-se.
Seria um eclipse muito, muito local. Não o teriam visto os astrônomos?
Uma razão de
“bonus”: -1: a Evolução. Lamentavelmente, esta vem do Instituto de Física
da Universidade Católica de Lovaina. A evolução nos deu o famoso “efeito
de zoom e afastamento”. Ocorre quando vês uma imagem a uma distância
desconhecida. Teu cérebro considera a possibilidade de que se aproxime assim
que sem que o saibas teu cérebro realiza um “zoom mental ilusório, no que o
tamanho aparente do objeto se incrementa progressivamente”.
Sucede pelo seguinte,
dizem os cientistas. A evolução nos força a estar continuamente atentos se por acaso
se acerca algo perigoso para nos comer, se por acaso temos de sair correndo, assim
que nosso cérebro faz zooms para assustar-nos e sair correndo. Quando
a ideia de uma aproximação não implica perigo real, o objeto volta a seu lugar.
Como o sol dançante. Asombroso. Setenta mil pessoas pensaram que o sol
vinha para comê-las. Quando se deram conta de que o sol não tinha dentes, o
devolveram aonde pertencia com “zooms e afastamentos”.
Poderia ser minha
teoria preferida!
Até aqui a seleção
de explicações desde setores, em geral, secularistas.
Um milagre natural ou sobrenatural?
Em 2014, o
sacerdote Ryan Erlenbush, em seu blog “New
Theological Movement”, retoma o tema e oferece um par de
explicações “alternativas” católicas.
Primeiro estabelece
o que fez o Sol segundo os testemunhos: dançou no céu, se dirigiu com
enorme velocidade contra a terra como se fosse estrelar-se –ao que
parece houve gente que se lançou ao chão – e de repente de forma súbita o
sol voltou a seu lugar, deixando à gente atônita o fato de que sua
roupa, que estava molhada pela forte chuva, estava agora completamente seca. Se
estabelece que inclusive pessoas a milhas de distância viram o sol mover-se assim.
Por suposto, o Sol
em si não se moveu de seu lugar, o resto dos humanos do planeta não notaram
nada disto nem tampouco os observatórios astronômicos.
Ryan Erlenbush cita
um sacerdote cientista prestigiado e bom conhecedor da história e a filosofia
da ciência, Stanlei Jaki, que aponta que pode ter se tratado de uma combinação
insólita (e milagresa por ter sido assinalada em datra e hora pela
Virgem, citada pelos videntes) de inversão súbita da temperatura com incontáveis
fenômenos naturais adicionais conjuntos, incluindo alguns que comentamos
antes… Uma conjunção de muitíssimas variáveis precisamente no dia que
se havia congregado tanta gente esperando um sinal… não é um milagre?
Mas o padre
Erlenbush tem sua própria teoria que prefere à do padre Jaki porque, simplesmente,
é mais simples e mais sobrenatural.
Uma
explicação de "tamanho mais bíblico"
“A explicação do padre
Jaki reduz o milagre a um evento essencialmente natural. Mais ainda, o
número de fatores naturais que haviam concorrido para fazer o fenômeno
inclusive remotamente possível é tão grande que o faz de todo improvável. O
padre Jaki responderia: por isso é um milagre! Nós
replicamos: Então é mais provável propor um milagre real!”
“Portanto”,
continua Erlenbush, “parece mais factível que um novo objeto se formou
no céu, talvez a centenas de metros no ar sobre o campo. Se encheu com uma
luz intensa e parece que produziu calor intenso. Esta bola atmosférica
de recente criação era movida (parece) por anjos e é muito comparável ao Pilar de Fogo ou –talvez- a Estrela
de Belém”.
“Propomos que os anjos,
dirigidos por Nossa Senhora, fizeram esta bola massiva com pó ou gás que
brilhou tão intensa com a infusão de luz que ocultou o sol da vista. Esta
bola angélica se pareceria a uma nuvem extraordinariamente densa, que se encheu
com luz de diversas cores. Este objeto pareceria diante de todos no
campo e a milhas de distância, ser o sol, caindo rumo à terra”.
Um “mini-sol” assim
explica, diz Erlenbush, que o resto do mundo não notasse nada e que os
presentes no lugar dos fatos ficassem tão aterrados. Assim, diz Erlenbush, “não
só temos um milagre, como um de proporções bíblicas que nos devolve ao
Êxodo e à Luz da revelação dos gentios que se dá no Menino Deus”.
A Irmã Lúcia relatava em suas memórias outro fato extraordinário
A aparição de São José
A aparição de São José
Outro fato extraordinário ocorreu aquele dia e que conta a vidente Irmã Lúcia em suas “Memórias”. Tal e como reúne Cari Filii News, naquele 13 de outubro de 1917, apareceu São José junto à Virgem e o Menino, ao final das manifestações.
Além do debate
sobre se o sol dançou, se o calor secou as roupas milagrosamente quando uns
minutos antes todos estavam empapados, se houve um sinal no céu que viram milhares
de assistentes, a visão de São José com a Virgem e o Menino é um
manifesto a favor da família.
“Desaparecida Nossa
Senhora na imensa lonjura do firmamento, vimos ao lado do sol, São José com o Menino
e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino
pareciam abençoar o mundo, com uns gestos que faziam com a mão em
forma de cruz”, escrevia Irmã Lúcia.
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Fonte: Religion en libertad - El milagro del sol de
Fátima: 11 explicaciones descreídas, 2 creyentes y la aparición de San José
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