sábado, 14 de abril de 2018

DE ETÍLICO A ETÉREO: MAIS DO (PERIGOSO) MESMO!

Resultado de imagem para fotos lula missa marisa 7/04/2018




Airton Vieira
(tonvi68@gmail.com)

Nota: a uma melhor compreensão do texto, sugere-se a leitura das notas de rodapé com as devidas indicações, bem como a compreensão dos termos pouco usuais.

Se me perguntam digo sim, segue vigente o que escrevi no passado 15 de maio[1], até que a história dê prova em contrário daqui a poucos meses; queira Deus.

O que vem abaixo não é estranho à humanidade: data de sua expulsão edênica. Aliás, foi por coisas deste tipo que fomos expulsos. E de lá pra cá pouco ou nada mudou...

Hoje já poderíamos estar celebrando uma autêntica Missa de 7º dia. Sábado passado vimos “entrando em cana” um outro condenado na famigerada “Operação Lava Jato” realizada pelo judiciário brasileiro. À diferença dos que o antecederam, ali estava um ex presidente da República. O primeiro. Nenhuma novidade. Mas houve um fato... até o presente pouco ou nada captado[2] especialmente entre as parabólicas católicas [tanto pior], público alvo prioritário mas não exclusivo deste artigo.

Embora fosse a primeira vez que ouvisse da boca do próprio condenado o disparate abaixo, este não era inédito, como bem apontou a matéria acima. De forma sistematizada e crescente, o carismático personagem vem, também ele, sofrendo mutação físico-metafísica: de concretamente etílico passa a abstratamente etéreo, ainda que mantenha a etilidade disfarçada em garrafinhas de água mineral. Isso o demonstrou em alto e bom tom em uma [dentre outras] frase de efeito – uma espécie de mantra psicodélico – comum em muitas inteligências esquizofrênicas e psicóticas, pronunciada pela última vez em uma suposta homenagem religiosa à sua recém falecida mulher. O humano e muito concreto senhor ex presidente, oficialmente atual delinquente, revirando de seu túmulo não a defunta mas o Estagirita[3] ao virar de pernas ao ar seu princípio da não contradição, disse (a palavra seria berrou) que ele já não é mais ele: é agora uma ideia[4]. Panteisticamente diluída em seus seguidores ao modo de metástase. A conclusão é simples: vemos pelo turvo e avermelhado horizonte brasileiro uma nova seita político-messiânica insurgir-se com seu novo anticristo, outra das muitas prefigurações do último e definitivo, que pelo andar da carruagem não demora.


De muita serventia seria a (re)leitura das aparições da Virgem Maria em Pesqueira-PE[5], pois o cenário é propício. Os hispânicos dizem: “ojo!”. Estejamos (bem) atentos, de olhos (bem) abertos, que a coisa em definitivo não é de “mi-mi-mi”. Toda metástase indica situação terminal. Dependendo do caso não há muito o que fazer, a não ser rezar. Para desgraça nossa os mais variados médicos (juízes, políticos, policiais, sociedade) vêm, estranhamente, negligenciando o quadro, minimizando-o, quiçá por já se estar abraçados ao monstro[6].

Para ficar em um exemplo, Augusto Comte, o inventor do positivismo, aclamado nos mais ilustres e ignorantes círculos das ciências humanas, seguiu, antes do condenado em pauta, rumo similar. Não somente quis fazer do positivismo teórico uma fé, mas pôs mãos à obra ao inventar pouco antes da morte outra seita religiosa, a Religião da Humanidade, com sua igreja positivista e tudo o que tinha – em um mundo secularmente laicista adorador de liberdades e igualdades e fraternidades – direito. Como todos os inventores de seitas, positivamente não acabaria bem o pai do positivismo. Ocorre que se listarmos a relação de positivistas notórios do Brasil nos surpreenderemos: de estadistas à escritores proeminentes. Mas não é este o x da questão. Que as mentes mais bem dotadas, de vaidade inclusive, queiram adorar-se, vá lá. As antigas civilizações já possuíam os seus chefes-deuses e o povo parecia não se incomodar com isso. Mesmo na civilização do Direito ou na da Filosofia o homem assemelhava-se aos deuses, ou poderia ser o próprio Deus, tranquilamente, em que pese uma ou outra voz discordante, que era sempre minoria. O problema com os iluminados é que, sejam por motivos religiosos, políticos, sociais ou econômicos, estes tais arrastam não pouca gente, inclusive inteligente como eles, a adorá-los. E adorando-os, deixam de fazê-lo ao único Deus possível. E aí está a desgraceira. São gente que por estes incompreensíveis mistérios de iniquidade fogem à regra mesma da inteligência, que deveria estar à serviço da sabedoria, que pende sempre ao bom, belo e verdadeiro. Ao contrário, porém: acabam por se p(r)ost(r)ar diante de deuses que, uma vez falsos são sempre contraditórios, sem a mínima coerência que exige o dom da inteligência. E se vão, de fleumáticos à coléricos, convencidos de estarem de mãos dadas com a razão. Acabarão por convencer a muitos desavisados, ou ainda bem intencionados. E não pensemos que isto não acarrete consequências ao preço do pão, ou à soltura de bandidos e prisão de inocentes. Não por outro motivo a Igreja legou-nos a Inquisição e as Cruzadas, ainda hoje mal e porcamente compreendidas.

Referindo-se ao clero [mui apropriado a este caso], mas extensivo às autoridades seculares (cf. Jo XIX, 11), houve na emblemática década de 60 um novo maternal alerta, o de que “Muitos cardeais, bispos e sacerdotes estão no caminho da perdição e com eles vão muitas almas. [7]  Já o prevenira a virgem Mãe em outras [aprovadas] ocasiões[8]. Via de regra, os que são postos acima tornam-se os responsáveis pelos de baixo. Também não ficam atrás os ateus que recebem o encargo de conduzir pessoas, famílias, empresas, nações. Posto que o Céu não é em absoluto democrático [por isso a Democracia nunca foi ou será a forma ideal de governo], à hora do “choro e ranger de dentes” irão estes também à frente da multidão – porque não serão poucos! –, sem chance de barganha ou palavras de ordem. Se não fizerem obviamente a lição de casa. Tudo para dizer que o que vimos então na mal e ideologicamente considerada e difundida “missa” da defunta do defunto-vivo eneadáctilo [um zumbi portanto], foi um misto de showmício, fanatismo, patifaria, travestismo e alienação latu senso. Macabro e nauseabundo. 
Tanto pior, pois fazia crer aos ignorantes de toda estirpe que a farsa tinha o aval da Igreja católica, nas figuras dos social-comunistas travestidos de clérigos que ali pairavam, patéticos, adorando Baal, ou Mamon; estes que há muito vêm desfigurando a Igreja com seus látegos insensíveis, hipócritas e homicidas. Os ídolos se elevam quando as sociedades decaem. Por isso o santo Doutor de Hipona mandava-nos não conferir direitos ao erro, à mentira, à falsidade, o que vale para a ordem social e política ademais da religiosa. Por novamente fazer ouvidos de moco, o resultado da desobediência novamente se põe ante os olhos, como o mais do mesmo: os vilões sendo artificialmente metamorfoseados em heróis; a maioria aclamando ao diabo, que é o mestre dos disfarces; muitos sentados em seus sofás comendo pipoca, tomando refri, partilhando vídeos, fotos, corações e boas noites por seus eletrônicos; e os mais piedosos rezando um rosário para o cachorro ficar bom da gripe ou se ganhar no jogo do bicho; enquanto o mundo vai não tão lentamente como outrora sendo desintegrado. Porque os zumbis, ao contato com as vítimas também as transformam em novos zumbis.
 E ao considerar outra preocupante frase do excelentíssimo meliante, a de que cada um já não era cada um, mas ele próprio, em que pese ele próprio já não ser mais ele [com toda a dimensão psicológica e social que um troço desses tem em uma sociedade decaída e decadente], a coisa está feia. Se não contermos já a diabólica insanidade, uma boa parte deste povo brasileiro poderá estar garantida de um lugar de figurante ou mesmo coadjuvante [ator principal?] na próxima produção de Resident Evil.

Não tardará para as ruas serem maculadas de vermelho, tinto e hemáceo, com a Ambev mais que satisfeita com seu molusco propaganda agora se elevando do solo terráqueo, ao tempo em que eleva o indulto e a complacência ao crime gerador do caos necessário à nova ordem mundial anticristã à espera eufórica de seu messias. É que o sibilo ainda ecoa nos ouvidos curiosos, soberbos e iludidos: “Não, Deus mente. Ele não quer é concorrência. Por isso se esforcem: vocês ainda podem ser deuses...”


[1] https://missatridentinaemuberlandia.wordpress.com/2017/05/15/lula-sera-presidente-o-confirmam-as-escrituras-a-tradicao-e-o-magisterio/
[2] Hoje pela primeira vez li algo sério abordando o tema, em que pese sua imprecisa frase conclusiva, que todavia não invalida em absoluto o referido artigo. Aqui o temos: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/fernando-martins/2018/04/10/lula-esta-transformando-pt-numa-seita-religiosa-em-que-ele-e-deus/.
[3] Aristóteles, natural de Estagira, Grécia.
[5] Aqui, uma boa fonte sobre o tema: http://www.padremarcelotenorio.com/2013/06/nossa-senhora-aparece-em-pernambuco-comunismo-o-sangue-que-inundara-o-brasil/.
[6] “O vício é um monstro de aspecto tão horrível que basta vê-lo para detestá-lo. Mas olhá-lo por demais acostuma-nos com seu rosto. Tolerado inicialmente, em seguida nos dá pena, por fim se o abraça” (Alexander Pope).
[7] Aparições da Virgem Maria em San Sebastián de Garabandal-ES. Ver: http://hospederiagarabandal.com/historia-de-las-apariciones-en-san-sebastian-de-garabandal/. Em que pese o “nihil obstat” ainda não concedido a esta suposta aparição, não há condenação da mesma, sendo, há décadas, local de peregrinação com direito à oficialização da Missa, além de profecias comprovadamente realizadas. Daí sua citação.
[8] Por exemplo, as aparições de La Salette-FR e Akita-JP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário