Há mais de 13 séculos, a Igreja Católica foi agraciada por
Deus com um grande e assombroso milagre eucarístico.
O ano era aproximadamente 700. O lugar era o vilarejo italiano de Lanciano –
povoado antiquíssimo, cujo nome vem justamente do primitivo termo “L’Anciano”,
ou seja, ancião, velho. Lá viviam, no mosteiro de São Legoziano, os monges de
São Basílio. Entre eles, um que acreditava mais na sua cultura mundana do que
nas coisas de Deus. A sua fé parecia vacilante e, todos os dias, ele era
perseguido pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse mesmo
o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue.
A Graça Divina, porém, nunca o abandonou, fazendo-o rezar continuamente
para que esse insidioso espinho da dúvida saísse do seu coração.
Certa manhã, celebrando a Santa Missa atormentado mais do que nunca pela
dúvida, ele viu, após proferir as palavras da consagração, que a hóstia
se convertera em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e
dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo
transportado a um êxtase sobrenatural. Até que, em meio a transbordante
alegria, o seu rosto, banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes
e disse:
“Ó bem-aventuradas testemunhas, diante de quem, para confundir a minha
incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e
tornar-se visível aos nossos olhos! Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que
se aproximou de nós! Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!”