terça-feira, 31 de julho de 2012

Fundamentando a Religião.


Roma de Sempre


31/07/2012

Consideraçãoes. Antes de iniciar a falar sobre a Igreja, é necessário fazer uma pequena observação sobre a palavra religião.

Religião. Palavra da língua latina que significa, religare < religar ao divino >.

Diante da deterioração da inteligência humana nessa atual época de trevas, onde, a verdade se tornou algo particular e não mais uma realidade objetiva e universal que nos orienta pelo correto caminho compreendida pela inteligência, a palavra religião não escapou do relativismo suicida desses tempos modernos e foi banalizada como qualquer seita ou filosofia humana que fale de deus, como se Ele fosse fruto do imaginário de cada um, e,  ter religião virou uma escolha tão pessoal como escolher uma roupa; escolhemos a que mais agrada e está tudo certo. Essa falsidade nos é imposta  todos os dias orquestradamente  pelos principais veículos de desinformação das massas: o ambiente acadêmico e pela "grande mídia" , especialmente a TV, todos parecem ter se deixado adestrar por esta última que funciona como célebro eletrônico produtor de  ideologias e padronizador de comportamento e pensamento.


O homem é o principal ser feito por Deus, sendo considerado Sua imagem e semelhança, feito para viver nesse mundo, louvando-O e adorando-O até o final da sua peregrinação terrestre, de onde voltaria para Deus de corpo e alma para a felicidade eterna.

Mas, com o pecado original cometido pelos nossos primeiros pais ( Adão e Eva ) o homem se desligou da comunhão com Deus e passou a ter a morte como consequência da desobediência. Não podendo mais por si só voltar a se religar ao Todo Poderoso, Este, na Sua infinita bondade e misericórdia, não desprezou o gênero Humano e ofereceu o próprio Filho como penhor de nossas faltas.

Na figura de Jesus Cristo, Deus, se fez verdadeiramente Homem e se ofereceu em sacrifício para regenerar o corrompido gênero humano. O sacrifício de Nosso Senhor religa o homem a Deus, e, justifica assim, a palavra religião.

Mas como a Redenção foi para todos os homens de todas as épocas, esse sacrifício tem que ser perpétuo, e o próprio Cristo pede aos Apóstolos, seus sucessores, que se multipliquem pelo mundo repetindo o seu sacrifício incruento (não o do homem físico e, sim, presente no pão e no vinho) para que todos tenham a Vida Eterna.

A Santa Missa é justamente a continuação desse sacrifício feito pelos sucessores de Nosso Senhor sendo, portanto, a única forma de religare o homem a Deus.




A ORIGEM DA IGREJA NO EVANGELHO

"Chegando ao território de Cesaréia de Felipe, Jesus perguntou aos seus discipulos: ' No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?'. Responderam: 'Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas'. Disse-lhes Jesus; ' E vós quem dizeis que eu sou?' Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!' . Jesus, então lhe disse: ' Feliz és, Simão, filho de Jonas, por que não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que estás nos céus. E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalescerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus."

São Mateus XVI, 18.

Ao analisar a passagem veremos que Nosso Senhor tem em mente a necessidade de uma instituição que O represente aqui na terra servindo de sinal visível aos homens.

Mas, essa instituição, apesar de formada por homens, será guiada pelo Espirito Santo atravéz dos mesmos, então, Jesus lança uma pergunta aos seus discípulos e, assim, ele percebe que pela resposta, Simão Pedro será o mais apto a ser o chefe da sua Igreja por ser ele o que estava sensível ao Espírito Santo: por que não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que estás nos céus.
 

A resposta de São Pedro não veio de sua inteligencia humana; por que não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, o Espírito Santo iluminou e o Apóstolo passou a ser o chefe da Igreja, que será chamada por São Paulo de Corpo Místico de Cristo.


Em seguida vemos Nosso Senhor Lhe passando as chaves do Reino dos Céus, além do poder para conduzir a Igreja, pois, o Pontífice goza também do poder temporal por isso, "as chaves", sendo que as autoridades civis não tem direito de legislar contra as Divinas Leis como quer o homem moderno, necessitando do auxílio da Igreja de Deus. Toda decisão inspirada que o Pontífice toma será aceita nos céus justamente por não vir da carne nem do sangue, mas de Deus, por isso a promessa "as portas do inferno não prevalescerão contra ela", como garantia dessa presença da Igreja como Mãe e Mestra enquanto não acontece a prometida segunda vinda do Senhor, estando em erro gravíssimos quem ignora essa autoridade em nome do relativismo.


Sendo a Igreja fundada por Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, goza de uma origem divina e celeste, pois, Nosso Senhor é Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, que se fez homem e veio do Céu para levar à plenitude a Antiga Lei. Por isso a Igreja é a autoridade por Deus estabelecida para conduzir o homem à salvação eterna da alma através dos sucessores apostólicos.

 
"Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide ,pois, e ensinai a todas a nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo." São Mateus XXVIII, 18-20.


Mais uma vez vemos Nosso Senhor revelar que Sua autoridade vem de Deus e delega a mesma aos Apóstolos que o suscedem para que, unidos pela Igreja anteriormente formada sobre a liderança de São Pedro, espalhem o evangelho por todas as nações.

Aos que defendem erroneamente que todas as religiões vem de Deus, Jesus ensina que TODAS as nações devem ouvir os ensinamentos apostólicos, por isso o imperativo: "Ide e ensinai..." , a Igreja é um corpo docente na qual os Apóstolos são os professores que receberam diretamente a formação de Nosso Senhor e passaram a se multiplicar para que o mundo inteiro conheça o caminho da Verdade Eterna.

Assim, fica fácil identificar a explicação para o nome: Igreja (instituição religiosa), Católica (palavra grega que significa "universal", pois o evangelho é para todas as nações), Apostólica (continuação dos Apóstolos) e Romana (sediada em Roma).


Da mesma forma que garantiu a duração da Igreja por tempo indeterminado quando a edificou, na ultima frase, mais uma vez, Nosso Senhor garante Sua proteção e auxílio à sucessão apostólica até o fim do mundo.