SUSCIPE, SANCTA TRINITAS
Terminando o salmo, o celebrante volta para o meio do altar
e, com as mãos juntas, estando um pouco inclinado, diz: Suscipe, sancta Trinitas, hanc oblationem, quam tibi offerimus ob
memoriam Passionis, Ressurrectionis et Ascensionis
Jesu Christi Domini nostri – Rcecebei, Santíssima Trindade, esta oblação, que
vos oferecemos em memória da Paixão, da Ressurreição e da Ascensão de Jesus
Cristo Nosso Senhor.
Essa oração guarda elementos muito importantes. Refere-se a
uma oblação: Suscipe hanc oblationem –
recebei esta oblação. O padre se refere ao pão e o vinho que acabou de
oferecer.
ORATE FRATRES
Em seguida o padre, após beijar o altar, volta-se para o
povo e o saúda dizendo: Orate, fratres,
ut meu ac vestrum sacrificium acceptabile fiat apud Deum Patrem Onipotemtem –
Orai, irmãos, para que o meu e o vosso
sacrifício seja aceitável diante de Deus Pai Onipotemte.É a despedida do
padre ao povo, porque não vai mais voltar-se para ele até que o sacrifício seja
consumado.
SANCTUS
O Triságio é o canto que Isaías ouviu quando teve a visão do
céu e, depois dele, São João, como conta em sua apocalipse. A Igreja não podia
colocar-se este canto do Céu no começo, quando acabamos de nos confessar
pecadores diante de Deus e de toda a corte celeste. O que dizeem então os anjos? Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus
Sabaoth. Santo, Santo, Santo, é o
Senhor Deus dos exércitos.
CÂNON DA MISSA
Acabado o Prefácio, o Sanctus
resso, o padre entra na nuvem. Não ouviremos mais até que a grande Oração
acabe. Essa oração recebe o nome de Canon
Missae, significa regra da missa, e essa parte é verdadeiramente o que
constitui a missa: é o que se chama de missa por excelência.
Memento,
Domine, famulorum famulorumque tuarum N et N – Lembrai-vos, Senhor, dos vossos
servos e servas... E o padre, juntando as mãos, lembra em silêncio aqueles
que deseja recomendar.
Assim ele rezou primeiro pela Santa Igreja em geral, pelo
Papa, pelo bispo e todos os católicos que estão na fé da Santa Igreja.
Depois o padre estende as mãos e diz (...) et omnium circunstantium, quorum tibi fides
cógnita est et nota devotio – (...) etodos
os presentes cuja fé e devoção Vos é conecida. O padre reza por todos que
estão presentes junto a si, porque pela fé, eles deixam tudo para virem se
agrupar em torno do altar e assim tem direito a uma parte especial do
Sacrifício.
HANC IGTUR
O padre mantem as mãos estendidas sobre o que é oferecido, e
faz uma nova prece. Este gesto vem da antiga Lei, quando se aprresentava no
templo uma vítma passava pelo rito da imposição dass mãos, a vítma era separada
para sempre do uso profano e posta a serviço da honra de Deus. A Igreja depois
de ter no Ofertório, separado o pão e o vinho do uso profano, e de tê-los
apresentado a Deus, insiste, agora que a Consagração está próxima.
CONSAGRAÇÃO DA HÓSTIA
Qui pridie quam
pateretur – Na véspera da sua Paixão. Estas palavras foram acrescentada
pelo Papa Alexandre I, sexto sucessor de São Pedro, que o fez para lembrar a
Paixão, porque o Sacrifício da missa é o mesmo que o Sacrifício da cruz: o
mesmo Senhor que tinha sido imolado na véspera, no Cenáculo, devia ser imolado
no dia seguinte sobre o Calvário.
O padre toma o pão entre suas mãos, eleva os olhos para o
Céu, fazendo o que fez Nosso Senhor. Não é o Evangelho que Jesus elevou o olhos
para o céu nessa ocasião, mas a tradição tão reconhecida que a Santa Igreja se
compraz em assiná-la.
(...) benedixit (
a esta palavra, o padre faz o sinal da cruz sobre a hóstia), (...) fregit dedique discipulus suis dicens:
accipite et manducat ex hoc omnes – (...) abençoou-o, parti-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: tomai e comei
deles vós todos. HOC EST ENIM CORPUS MEUM. Pois isto é o meu corpo.
Estando o cálice descoberto, o padre pronuncia estas
palavras: Simili modo postquam coenatum
est – de igual modo, terminado et
hunc praeclarum calicem in sanctas ac venerabilis manus suas – tomou este
precioso cálice em suas santas e veneráveis mãos. Como a Santa Igreja salienta esse cálice que continha o Sangue do
Senhor e que põe entre as mãos do padre! No salmo ouvimos o profeta dizer: Et calix meus inebrians quam preclaros est
(Salmo XXII,5).A Santa igreja achou esse esse louvor tão adequado ao Cálice
Sagrado, destinado a conter o Sangue de Jesus Cristo, que nesse momento a ele
essas lembranças.
O Padre pronuncia estas palavras da Consagração do vinho
sustentando o cálice um pouco elevado: HIC EST ENIM CALIX SANGUINIS MEI, NOVI ET
AETERNI TESTAMENT: MYSTERIUM FIDEI: QUI PRO VOBIS ET PRO MULTS EFFUNDETUR IN
REMISSIONEM PECCATORUM. Pis este é o
cálice do meu sangue, do sangue da nova e eterna aliança – mistério de fé – o
qual será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados.
MOMENTO DOS MORTOS
Além da Igreja Triunfante e da Igreja Militante, existe
ainda uma terceira região nesse grande corpo. Deus nos deu o poder de
interceder pela Igreja Padecente, para ajudá-la e fazer-lhe o bem, e para
oferecer o Santo Sacrifício na intenção de seus membros. A Santa Igreja, em sua
bondade maternal, deseja fazer mensão dela em cada missa que é oferecida,
porque um novo sufrágio é assim proporcionado àqules filhos que ainda estão no
lugar de expiação. É um momento de fé que o Santo Sacrifício opera para o sulfrágio
das almas do Purgatório.
NOBIS QUOQUE PECCATORIBUS
Agora, depois do Sangue de Jesus Cristo ter corrido no
purgatório, voltemos-nos para nós mesmos.
Conosco o celebrante se declara pecador, dizendo: Nobis quoque peccatoribus famulis tuis, de multitudine miserationum
tuarum sperantibus, partem aliquam et societatem donare digneris cum tuis
sanctis (...) – E também a nós pecadores, vossos servos, que esperamos na
multidão de nossas infinitas misericórdias, dignai-Vos dar-nos alguma parte e
sociedade com vossos santos (...) Também nós, pecadores, pedimos nossa
parte da felicidade, não queremos ficar de fora. É o único momento em que o
padre eleva a vóz durante o Canôn, bate no peito, no que os fiéis podem
acompanhá-lo. Nosso amor fraternal nos leva a rezar pelos nossos irmãos que já
morreram e ainda não participam da felicidade no céu. Mas pedimos a Deus para
também participarmos dessa felicidade, esperando em Sua bondade e em sua
misericórdia.
ORAÇÃO DOMINICAL
Como Nosso Senhor nos diz: Quando orares dizei: Pai nosso que estais no Céu, santificado seja,
etc. Também o padre vai nos dizer alto o Pater noster... A Oração dominical
foi colocada desde sempre no Santo Sacrifício, assim como vemos hoje em dia,
porque se encontra em todas as liturgias. É o penhor de Nosso Senhor em pessoa
nos dizendo: Quando orardes, dizei: Pater
Noster.
AGNUS DEI
O padre, inclinando-se diante do Santíssimo Sacramento e
juntando as mãos, lembra a palavra de São João Batista e diz: Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
miserere nobis – Cordeiro de Deus, que tirai os pecados do mundo, tende piedade
de nós.
COMUNHÃO
Fazendo o sinal da
cruz com a hóstia, que se segira na mão direita, ele diz: Corpus Domini nostri Jesu Chist custodiat animam meam in vitam
aeternam. Amen – O Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo Guarde a minha alma para
a vida eterna. O padre fala como se fosse comungar uma só vez na vida. Uma
única comunhão deverá bastar para guardar nossa alma para a vida eterna, e Deus
quis que houvesse nesse sacramento, o que sustentasse uma pessoa que comungasse
uma só vez.
ITE, MISSA EST
Traduzem-se geralmente estas palavras por “ Ide, a missa foi dita”. No entanto, esse não
é o sentido próprio delas. Essa fórmula empregada pela Igreja estava em uso
entre os Romanos nas assembléias públicas, para anunciar que a reunião
terminara. Assim, essas palavras: Ite,
concio missa est, significam: Ide, a Assembléia está despedida.
GUÉRENGUER, Prosper, A Missa Tridentina: explicações das orações e das cerimônias da Santa Missa; (tradução Anna Luíza Fleichman): Permanência, 2010.
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