Evita quanto
puderes o tumulto do mundo. Ocupar-se dos negócios terrenos é sempre arriscado,
mesmo quando se tem boa intenção.
Facilmente
cedemos à vaidade e nos tornamos seus cúmplices.
Como várias
vezes teria preferido calar-me e não me intrometer nos negócios humanos.
Por que falamos tanto e vivemos a
trocar ideias, se quase sempre a consciência nos pesa quando voltamos ao
silêncio?
Conversamos, em geral, para nos
consolarmos e nos aliviarmos mutuamente o coração, oprimido por pensamentos
confusos.
Falamos do
que gostamos ou desejamos, ou ainda, do que nos aborrece.
Na maioria
das vezes, porém, sem nenhum resultado prático.
A consolação
exterior prejudica muito o repouso do coração na consolação interior e divina.
Importa
vigiar e orar para que o tempo não passe inutilmente.
Ao falar,
fale-se de coisas que edificam.
O mau costume
e a negligência nos levam, em geral, à incontinência da língua.
É, porém, de
grande proveito espiritual conversar de coisas santas, principalmente entre
pessoas que estão animadas pelo mesmo espírito, em Deus.
Tomás de
Kempis – A Imitação de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário