É muito comum vê entre os metaleiros o ódio a Deus e o culto às “deusas” ciência e razão. Mas, essas “divindades” revelam que seus “fiéis” estão em pecado grave, pois, são insubmissos às suas revelações e continuam obstinadamente no erro.
Abaixo um trecho de um estudo sobre o efeito nocivo do rock e músicas modernas. Serve também de alerta aos pais que são negligentes em não enxergarem ou fingirem não enxergar o perigo, preferem “respeitar” o gosto dos filhos ainda que bizarro. Interessante que na Anti-Igreja nascida do Concílio Vaticano II, músicas bizarras além de não mais serem combatidas, foram introduzidas na decadente “nova evangelização”. (Introdução do blog).
"Vinho é bom, mas whisky é mais rápido
Suicídio é lento com licor
(Ozzy Osbourne – Suicide Solution, 1980)".
Suicídio é lento com licor
(Ozzy Osbourne – Suicide Solution, 1980)".
Existem evidências empíricas na psicologia que indicam que adolescentes que preferem o gênero musical heavy metal, subgênero do rock, são mais vulneráveis ao suicídio. Bandas como Black Sabbath, Judas Priest, Hellhammer, Suicidal Tendencies, Slayer, Sepultura, Macabre, Destruction, Death, Obituary, Genocídio, Holocausto, Brujeria, Infierno, entre tantas outras, chamam a atenção imediata pelos nomes que têm, além dos temas que abordam (e que já merecem um estudo à parte). Veja-se como exemplo a música Possessed (Suicidal Tendencies): "I'm a prisoner of a demon... It stays with me wherever I go, I can't break away from its hold. This must be my punishment for selling my soul!" (Sou prisioneiro de um demônio, ele fica comigo onde quer que eu vá e não posso fugir de seu domínio. Deve ser minha punição por vender minha alma) ou Fade to Black (Metallica): "I have lost the will to live, simply nothing more to give. There is nothing more for me, need the end to set me free" (Eu perdi a razão de viver, simplesmente não tenho mais nada a dar, não existe nada mais para mim, preciso do fim para me libertar).
Além disso, a história mundial do rock em geral é marcada por episódios lamentáveis que ganharam destaque em todas as formas de mídia e são lembrados até hoje.
O SUICÍDIO NO MUNDO ROCK: DADOS HISTÓRICOS
De acordo com o site Wiplash.net, especializado em rock e heavy metal, de 1974 a 1999 cerca de 33 rock stars, entre bateristas, guitarristas ou vocalistas de bandas de rock e ramificações deste estilo, cometeram suicídios, além de diversas outras mortes por overdose de drogas, outras mortes por acidentes e causas desconhecidas. Desde o início do rock, nos anos 1950, diversos astros do rock, tais como Chuck Berry, Little Richard ou Elvis Presley, mostravam um estilo de vida prenhe de comportamentos de risco à saúde, incluindo bebedeiras, uso e abuso de drogas, comportamentos sexuais arriscados e atos violentos.
No que se refere aos fãs, observa-se que também muitos deles cometeram o suicídio. Conforme levantamento realizado por este autor, na década de 1980 registram-se sete suicídios de fãs do AC/DC, Pink Floyd, Ozzy Osbourne, Judas Priest. E que muitos suicídios foram atribuídos à influência da música Suicide Solution de Ozzy Osbourne e o astro foi processado por isso. Outros fatos ainda são registrados na década de 1990, principalmente muitos homicídios e atos de vandalismos cometidos por fãs de death e black metal. No entanto, importam aqui especialmente os comportamentos de suicídio. Neste sentido, mais recentemente, talvez o fato que mais tenha chamado a atenção da mídia ocorreu em abril de 1999, também nos Estados Unidos. Eric Harris e Dylan Kleybold mataram 12 de seus pares, um professor e depois a si mesmos, no Columbine High School, em Littleton, no Colorado. Esse trágico fato já foi matéria de dois filmes e certamente também marcou a história do rock, visto que, após cinco dias do crime trágico, descobriu-se que os jovens assassinos idolatravam o pop rock Marilyn Manson e que gostavam igualmente de música eletrônica, techno germânico e de grupos de death metal.
Em suma, pela interpretação dos fatos ocorridos (além dos estudos que serão apresentados na próxima seção), torna-se legítima a preocupação no tocante à preferência musical como relacionada ao comportamento ou, pelo menos, ao risco de suicídio entre jovens e adolescentes. Certamente, pode-se inferir que essas notícias, quando se propagaram na mídia, causaram forte impacto e mal-estar social. Nesse contexto, formou-se em setembro de 1985 um grupo de mães em Washington, denominado Parents' Music Resource Center (PMRC). Seu propósito era testificar para os membros do Comitê Legislativo de Ciência, Transporte e Comércio dos Estados Unidos o teor das composições das músicas de rock, mais especificamente de heavy metal, consideradas pelo grupo como pornográficas e violentas, incluindo temas que vão da exaltação ao demônio a comportamentos de suicídio, uso de drogas, ocultismo e antipatriotismo. De acordo com McNamara e Ballard, a influência do rock no comportamento tem sido assunto de debate desde seu começo. Acrescentam esses autores que, já nos anos 1960, iniciaram-se as tentativas de censura, devido ao teor das letras com referências a Satanás, sexo, drogas, violência e protesto. Acrescente-se o incentivo a comportamentos suicidas e autodestrutivos.
Os suicídios na cena rock e heavy metal podem ser entendidos com base no "efeito Werther". Sobre esse conceito, explica-se que: "O romance de Goethe, Die Leiden des Jungen Werthers, o qual acaba com o suicídio do seu protagonista (Werther), provocou uma onda de suicídios de imitação após a sua primeira publicação em 1774. O processo de imitação, verificado no âmago da teoria da aprendizagem social, reveste-se de importância capital para o entendimento da influência dos meios de comunicação, como o cinema ou a literatura, nos livros; no caso de Goethe, ou de letras de músicas no caso da influência do heavy metal ou do country.
Além do interesse popular e midiático, pesquisadores no âmbito da psicologia também se interessaram em conhecer as relações entre preferência musical e comportamento suicida, especificamente de risco ou vulnerabilidade ao suicídio.
MÚSICA E SUICÍDIO: ESTUDOS NA PSICOLOGIA
Apesar de ter despertado grande interesse público, com consequentes críticas e preocupações sociais, poucos estudos em psicologia objetivaram verificar empiricamente a relação entre preferência por gêneros musicais e suicídio. A revisão para o presente estudo demonstra que esse quadro está se modificando nos últimos anos, mas é evidente que muitas pesquisas devem ainda ser realizadas em contextos diversos.
Por meio de uma pesquisa correlacional com estudantes adolescentes, observaram-se associações entre preferência por rock/metal, pensamentos suicidas, atos deliberados de se autoferir, depressão, delinquência, uso de drogas e problemas familiares. Todas as correlações reportadas foram significativas e mais fortes para as adolescentes do sexo feminino. Stack, Gundlach e Reeves, num estudo ecológico realizado em 50 estados estadunidenses, chegaram à conclusão de que os fãs de heavy metal compartilham fatores de risco, como uso de drogas, depressão e problemas familiares, que implicam vulnerabilidade moderada e alta tendência ao suicídio. Ressalte-se que Stack e Gundlach já haviam observado em 49 áreas metropolitanas uma relação entre country music e taxas de suicídios entre pessoas de cor branca, independentemente de fatores de risco como o divórcio e a pobreza.
De acordo com esses resultados, os fãs de heavy metal apresentaram uma maior aceitação do suicídio do que os que não eram fãs. Nessa mesma direção, verificaram que a preferência por heavy metal relacionou-se à ideação suicida numa amostra de estudantes. Em contraposição à pesquisa de Stack e Gundlach, esses autores não encontraram relação entre country e Western music com preocupação suicida e depressão. Foram verificadas ainda associações entre preferência musical e escalas de psicoticismo e extroversão.
Por outro lado, Martin e Koo desejavam saber se a morte por suicídio do astro grunge de Seattle, Kurt Cobain, exerceu alguma influência nos suicídios de jovens na Austrália. Esses autores verificaram (por meio das taxas anuais de suicídio) que o suicídio de Cobain teve um pequeno impacto no suicídio de jovens australianos e que não existe nenhuma evidência que mostre aumento das taxas de suicídio por arma de fogo (método escolhido pelo astro) naquele país. Concretamente, argumentam que o individualismo societal e o declínio das instituições sociais (por exemplo, a família, a escola e a religião) produzem sentimentos de anomia e alienação em jovens que têm a necessidade de participar de subculturas, baseadas em gostos musicais (por exemplo, a cultura heavy metal), cujos valores, atitudes e estados psicológicos cultivados podem reforçar o risco e a tentativa de suicídio. No caso, a preferência dos jovens por esse estilo musical estaria relacionada ao isolamento emocional, à hiperindividualização, além da alienação que, por sua vez, associa-se ao suicídio e ao uso de drogas.
DISCUSSÃO
Vários estudos indicam uma relação entre preferência musical e suicídio, mas não foi encontrado nenhum que tivesse verificado essas relações em países de língua portuguesa. De fato, todos os estudos aqui citados foram realizados com participantes que falam a língua inglesa. Estes, portanto, entendem perfeitamente o conteúdo das letras dos principais estilos relacionados ao suicídio, especificamente o rock e o heavy metal, a country music, mas também o blues.
Como contribuições da presente pesquisa, pode-se destacar que foi empiricamente verificado que: (a) a preferência musical relacionou-se ao risco de suicídio; b) a preferência musical agiu como um preditor para o risco de suicídio; (c) verificando-se estas relações, enunciadas nas letras (a) e (b), especificamente em uma amostra do contexto do Nordeste brasileiro, de jovens que têm como referência principal de comunicação a língua portuguesa. Neste sentido, possivelmente, ter verificado relações entre preferência musical e risco de suicídio nesse contexto seja o principal contributo deste estudo. Neste marco, corroborou-se a correlação positiva entre preferência por rock e heavy metal e risco de suicídio, observada nos estudos prévios e que obviamente serviram de base para este.
Como se pode perceber, esta pesquisa deu ênfase especial ao rock, particularmente ao estilo heavy metal, visto que este chamou mais a atenção da mídia e do público em geral no tocante à sua relação com o comportamento suicida. Isso, consequentemente, instigou um maior número de pesquisas interessadas na relação heavy metal-suicídio. Foi verificado realmente que a preferência por rock e heavy metal correlacionou-se inversamente às razões para viver. Além desses estilos, pôde-se perceber que o gênero música alternativa também se correlacionou ao risco de suicídio. Portanto, dando apoio empírico às pesquisas supracitadas, no presente estudo foi verificada uma relação inversa entre os estilos rock, heavy metal e alternativa e a responsabilidade com a família para se continuar a viver ou para não cometer suicídio. Sendo assim, a preferência por rock, heavy metal e alternativa correlacionou-se diretamente ao risco de suicídio. Além dessa correlação, observou-se que a preferência por esses estilos pode ser tida como uma preditora para o risco de suicídio e isso só ocorreu para a amostra de participantes do sexo masculino. Ressalte-se que essa diferença por sexo contrasta com resultados de outras pesquisas, nas quais se verificou maior vulnerabilidade no grupo das garotas.
Tendo em vista que os que mais demonstraram preferência pelo heavy metal (HM) podem ser considerados fãs, interpretam-se essas relações como fazendo parte da chamada cultura HM. As características que conformam tal cultura, de acordo com a teoria da alienação adolescente, tornariam esses jovens e adolescentes mais vulneráveis ao risco e a tentativas de suicídio. Os dados da presente pesquisa apoiam essa assertiva. Nessa cultura baseada na preferência musical (HM), os comportamentos dos seus membros representam normas e atitudes específicas, assim como valores relacionados a comportamentos e atitudes antissociais, um estilo próprio de vestir-se e de se comunicar, um conjunto de gostos comuns (por exemplo, por filmes de terror ou esportes radicais, como o skate), que releva uma tendência à busca de sensações, além da presença marcante de tatuagens e outras formas de modificações corporais, como o piercing.
Nesta perspectiva, é fundamental conhecer a rede de interconexões entre todos esses comportamentos (como os autodestrutivos), valores e atitudes que perfazem, diferenciam e dão identidade a esses grupos. Cabe aqui mencionar que outros estudos têm demonstrado relações entre adolescentes que têm tatuagens e baixa autoestima, delinquência, abuso de drogas, comportamento sexual de risco, participação em rituais satânicos e suicídio. Outro estudo mostra que 21% dos jovens que cometeram suicídio tinham tatuagem. Todas essas inter-relações podem, pois, serem entendidas como elementos próprios das culturas Heavy Metal de outras culturas juvenis (alternativas), como roqueiros, motoqueiros, hippies, punks e skins (também chamadas tribos urbanas). Estas produzem e reproduzem estilos de vidas para seus membros ou para jovens e adolescentes que se identificam com os grupos alternativos. Esses jovens, por fazerem parte dessas culturas, também compartilhariam fatores de risco (preditores) para o suicídio, como o uso de álcool, busca de sensações e a anomia.
Outra dimensão de preferência musical a se destacar diz respeito a reflexivo e complexo, que se relacionou significativamente a vários fatores de razões para viver. A preferência dos jovens universitários para os estilos música clássica, blues, folk e jazz se correlacionou inversamente às razões para viver e, apesar de serem estatisticamente significativas as associações encontradas também não foram de grande magnitude. Mas é importante lembrar que Stack já havia verificado correlação do estilo musical blues com o suicídio.
A a preferência dos jovens deste estudo pelos estilos musicais country, gospel, pop e músicas-temas de filmes associou-se diretamente e mais fortemente do que o fizeram as outras dimensões de preferência, às razões para viver mantidas por esse grupo. Destaque-se também que a preferência musical pelos gêneros dessa dimensão foi a melhor preditora do risco de suicídio na amostra masculina e a única variável preditora na amostra feminina. Esses resultados se contrapõem à pesquisa de Stack e Gundlach10, os quais verificaram uma relação direta entre country music e taxas de suicídio. Certamente, o significado e a importância do country é muito maior no contexto estadunidense e possivelmente esta relação não ocorra em outros cenários. Lester e Wipple também não confirmam essa relação, não encontrando correlação entre country music e preocupação suicida e depressão.
Evidentemente, novas pesquisas devem ser desenvolvidas para o melhor entendimento da relação entre preferência musical e suicídio. Essas pesquisas devem ter em conta a relação country-suicídio, pois os resultados a respeito não são conclusivos. No que se refere ao heavy metal como relacionado (como um indicador ou um fator de vulnerabilidade) ao suicídio, todavia, parece haver uma relação mais consistente, mas que deve ser averiguada em outros contextos e considerando-se a magnitude e não apenas a direção dessa relação. Estilos diversos, como o blues, ainda merecem mais pesquisas empíricas. A detecção de variáveis mediadoras e moderadoras também contribuirá para um conhecimento mais aprofundado da relação entre preferência musical e (risco de) suicídio.
Fonte: Jornal Brasileiro de Psiquitria - Preferência musical e risco de suicídio entre jovens.
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