O exercício do direito está diretamente ligado à capacidade de conhecer as coisas e voluntariamente optar em agir bem ou agir mal, respeitar ou transgredir o que é legítimo de acordo com a natureza das coisas.
Para fazer o bem ou o mal é necessária a
combinação de inteligência e razão; a inteligência nos dá capacidade de
conhecer, e a razão, a capacidade de julgar o que a inteligência compreende
sobre os seres. Por mais lógico e óbvio que seja a sociedade decadente atual
ignora que o homem, por natureza, é o único ser que goza de racionalidade,
portanto, só ele pode usufruir do direito, só ele goza de livre arbítrio que o
capacita a escolher o certo ou o errado, e, por sua escolha, merecer prêmios ou
punições.
Aprendemos, desde pequenos, em ciência, que
os seres são agrupados em quatro reinos; mineral, vegetal, animal e humano.
Entre eles o homem é o único dotado de razão e inteligência. Esse privilégio é
de ordem sobrenatural, o homem é dotado dessa vantagem sobre os outros seres
por ser o único feito à imagem e semelhança de Deus, como explica as Sagradas
Escrituras. Foi por ele que Nosso Senhor Jesus Cristo operou a Redenção derramando
seu preciosíssimo sangue.
De forma mais ampla, só o homem pode ter
direito, pois, só ele, por participação, usufrui da racionalidade, cuja origem
é Deus. Ter direito também gera o cumprimento de obrigações da mesma natureza;
se eu tenho direito de usufruir um bem que licitamente eu consegui, eu tenho
obrigação de não roubar nem prejudicar o bem alheio; se eu tenho o direito
natural à vida, não posso matar meu semelhante, e assim por diante. Os animais
e as plantas são irracionais, não cumprem obrigações sociais, apenas executam o
que a sua natureza manda pelos instintos, não são imagem e semelhança de Deus
e, por isso, indignos de direitos.
Essa cegueira que leva uma sociedade a
defender esses falsos direitos dos animais e ambientais é resultado de uma
cegueira espiritual, é efeito de uma sociedade apóstata que, desde a
Renascença, vem renunciando os ensinamentos da Igreja de Cristo, dos
sacramentos estabelecidos por Ele e administrado pela Religião Católica; a
troca do evangelho pelo retorno ao paganismo, essa mentalidade também está
presente na igreja conciliar adaptada ao mundo servindo de instrumento para o
governo único mundial e tem adesão de milhares de católicos sem formação
doutrinal vítimas do clero sem fé. Na sociedade moderna – se é que podemos
chamar isso de sociedade – a razão e a lógica foram substituídas pelos apelos
sentimentais e anti-intelectuais da propaganda e, as verdades eternas por
ideologias pagãs. Explorar a natureza para extrair dela benefícios é um direito
natural do homem dado por Deus; então Deus disse: "Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre
as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e
sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra.” (Gen 1:26).
Deixando de ter Deus e a ordem natural como
referência, o homem moderno volta ao irracionalismo a ponto de se identificar e
se equiparar com seres inferiores. O amor ao próximo que é fruto do amor a Deus
desaparece, por isso, não por acaso, é muito comum entre os militantes desses
movimentos anticivilizatórios a indiferença ou até mesmo o apoio a práticas bárbaras
como aborto e a eutanásia. O ofuscamento da inteligência provocado pela
mentalidade neopagã imposta por ONG’s ligadas a ONU através da doutrinação coletiva
(lavagem cerebral) pela mídia de massa, não permite que os brutos percebam que
esses direitos violam a própria natureza do que eles acham estarem defendendo e
que não passam de soldados nas mãos dos gerentes do mundo.
Durval Cardoso.
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