quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Religião do sentimento; céu fácil




A Nova Era (New Age) está invadindo todas as áreas da atividade humana e, como seu principal objetivo é a destruição da fé cristã, não é surpreendente a influência de técnicas pagãs na oração dos cristãos. Perigosa ameaça que também está sendo promovida dentro da própria Igreja, mesmo por padres e pelas livrarias e editoras católicas. Há bastante livros religiosos e de oração que se enquadra nessa corrente da Nova Era, assim como cursos, workshops, conferências, etc. tentando incorporar essas técnicas de oração provenientes do paganismo oriental.

“A ideologia subjacente da Nova Era é francamente pagã, e inclui as seguintes ideologias e filosofias: o panteísmo, o sincretismo, monismo, o gnosticismo, teosofia, esoterismo, ocultismo, relativismo moral e prático, o subjetivismo, reencarnacionismo, idolatria, misticismo oriental, o materialismo, o hedonismo e igualdade das religiões”.

É lamentável confundir a verdadeira religião com expressões corporais, gestuais e expressões rítmicas: “a fé não é um sentimento religioso cego que emerge das profundezas do subconsciente, mas, o impulso do coração e o movimento da vontade moralmente informada, um verdadeiro assentimento da inteligência à verdade adquirida extrinsecamente, assentimento pelo qual cremos verdadeiro, a causa da autoridade de Deus, cuja verdade é absoluta, tudo o que tem sido dito, testemunhado e revelado pelo Deus pessoal, nosso Criador e Senhor”.



Existem dois elementos essenciais para compreender a essência da religião católica:

Primeiro: movidos pelo Espírito Santo em todos os tempos e em todas as culturas, os cristãos têm de ir realizando o plano de Deus, isto é, continuar e melhorar a obra da criação, encarnação e da redenção.

Ap
esar das dificuldades, Deus nos tem associado à sua obra, neste sentido, Deus precisa de nós, o homem é como a providência visível de Deus.

E segundo, o cristão é um peregrino em sua jornada para o futuro, uma viagem que tem um significado mais profundo e misterioso,
aguardamos o retorno glorioso de Jesus e do seu Reino definitivo ao final dos tempos, há muitos que vivem felizes e realizados neste mundo, firmaram um contrato para ficar aqui para sempre, mesmo que renunciando a glória do Paraíso.

Não possuem uma das qualidades essenciais para o cristianismo, a ilusão (esperança) do Céu, a espera permanente e gozosa do Redentor que virá buscá-lo pessoalmente para levar-lhes à sua glória merecida.

Jesus não prometeu um céu fácil:

Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai celeste (Mateus, 7, 21). Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me pois quem quiser salvar a sua vida perde-la; e quem perder a sua vida por minha causa encontra-la-á(Mateus 16: 24-25), três condições desafiadoras para todos, “e eu lhe darei a minha alegria”(João 17, 13); “Terás o que pedir” (Marcos, 11, 24) “Meu Pai deve assegurar que nada lhes falte” (6, 33).

De várias maneiras, como no Antigo Testamento, Deus condenou através de seus profetas as falsa religi
ões, das pessoas que vivem à margem de seus mandamentos;

De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas?, diz o Senhor. Já estou farto de holocaustos de cordeiros e da gordura de novilhos cevados. Eu não quero sangue de touros e de bodes.

Quando vindes apresentar-vos diante de mim, quem vos reclamou isto: atropelar os meus átrios?

De nada serve trazer oferendas; tenho horror da fumaça dos sacrifícios. As luas novas, os sábados, as reuniões de culto, não posso suportar a presença do crime na festa religiosa.

Eu abomino as vossas luas novas e as vossas festas; elas me são molestas, estou cansado delas.

 Quando estendeis vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos; quando multiplicais vossas preces, não as ouço. Vossas mãos estão cheias de sangue, lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos.

Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva” (Isaías 1, 11-17).



Schleiermacher, foi o criador da teoria de que a religião é um sentimento íntimo de identidade entre o homem e Deus.

A religião que descreve Schleiermacher pretende mais do que qualquer coisa, ser conciliadora. É feita para conciliar os mundanos com a fé e para reconciliar todas as confissões ao redor da essência do cristianismo. Para isso, a Schleiermacher basta referir-se a seus mestres; Kant e Hegel. Do primeiro toma as ideias imanentistas que  opõem o mundo exterior incognoscível e a consciência individual, rainha e centro de tudo conhecido. Esta atua como juiz último da fé, pois uma religião só é verdadeira, quando satisfaz as tendências naturais do homem. Schleiermacher endossa a ideia de Kant de que as doutrinas e ritos da Igreja são puros símbolos, sem significado intelectual, mas válido, no entanto, como princípios de vida por seu elemento interior e moral. Hegel também deixa sua marca em nosso teólogo do Romantismo. De acordo com as doutrinas de Hegel, dogmas são apenas símbolos aproximativos; mas, além e acima deles deve está a ideia; e esta, uma vez alcançada, deixa de ser subjetiva e se torna objetiva”.

É muito fácil a escalada ao céu, uma vez que Jesus requer conhecimentos básicos de sua doutrina para ser seu discípulo. Ele exige renuncias graves, para acompanhá-Lo em seu caminho. Pede substancialmente uma vida de caridade par com os irmãos, requer a observância dos 10 Mandamentos, deseja uma vida de intimidade com o Pai, chama de filhos do diabo quem não ouvi a Sua Palavra ou não a cumprem  uma vez escutada, obriga  todos a carregar sua própria cruz, que está longe de ser uma vida cheia de caprichos e prazeres, condena qualquer pessoa que comete injustiça e não tem a intenção de reparar, no entanto, “a religião do sentimento” não fala de Cristo como Mestre e Rei pois de outra forma não poderia oferecer os benefícios e os presentes que não têm nada de ordem espiritual, uma vez que não incentiva a virtude, mas, a devassidão.

Uma religião fácil também oferece Céu fácil, ampliou tanto este caminho pedregoso e austero, que até os vicioso podem entrar no Reino, já que um fim digno do homem deve ser espiritual, isto é, verdade, beleza e bem.

 
Fonte: Delante de la Fé - «Religión del sentimiento» = Cielo fácil


3 comentários:

  1. Olá,
    Primeiro gostaria de parabenizar pelo ótimo trabalho. Segundo, quero observar que há um erro de digitação grave nesse texto, na parte que fala "Não possuem uma das qualidades essenciais para o cristianismo, a ilusão do Céu". O certo seria " a esperança do céu"

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    1. Prezado Robert
      Antes de mais nada, agradeço-lhe a visita ao blog como também seu elogio ao trabalho que nele é feito, comentários como esse motiva muito ir adiante devido a realidade universal da verdadeira fé, nos sugerir que desistamos da luta.
      A palavra ilusão também pode significar “esperança em algo que se deseja”no caso do texto, o céu, portanto, não estaria errado a forma em que foi usada. Porém, sua observação me chamou atenção, pois, ilusão também significa “confusão e/ou enganação dos sentidos” e atualmente essa é a forma em que é entendida ordinariamente por todos, por isso acatei sua observação e coloquei a palavra “esperança” entre parênteses para evitar confusão no entendimento do leitor, desde já, agradeço também pela sua intenção de ajudar.

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  2. Fico feliz pela resposta e por terdes acatado minha observação. Continue com o trabalho e conte com minhas orações.

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