8 de Dezembro
<< Tota pulchra es. Toda sois formosa, ó Maria, e não há em vós, mácula original. >> Este grito de espanto que faz de portada ao ofício da Imaculada Conceição, corresponde bem aos sentimentos, que dominam a humanidade, ao ver-se presa da sordidez do mal, na presença da pureza irradiante da Virgem Santíssima. Decretara Deus, desde toda a eternidade, fazer de Maria Mãe do Verbo Encarnado e, por essa razão, a revestiu com as galas da santidade e lhe tornou a alma morada digna para seu Filho. A redenção total, que desde a Conceição, preservava a Senhora do contágio do mal, não deve separar-se da nossa própria redenção operada por Jesus. Colocada no coração do Advento, a festa da Imaculada Conceição anuncia os esplendores da encarnação redentora. Instituiu-a Pio IX, depois da proclamação do dogma, em 8 de Dezembro de 1864, mas esta solenidade tinha já, na história da Igreja, mais de um precedente.
Já no século VII se celebrava no Oriente a festa da Conceição da Virgem Santíssima e no IX e XI vamos encontrá-la respectivamente na Irlanda e na Inglaterra. Estas festas antigas são a voz da tradição a testemunhar, a respeito de Nossa Senhora, o culto ininterrupto da sua pureza imaculada, e Pio IX, definindo dogma a Imaculada Conceição, não fez mais que precisar, em termos teológicos, o que vinha sendo, através de séculos, a fé constante da Igreja.
Em primeira instância de sua concepção, por um privilégio singular e graça concedida por Deus, em vista dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador do gênero humano, foi preservada isenta de toda mancha de pecado original.
“A Santíssima Virgem Maria. . .” O assunto desta imunidade do pecado original é a pessoa de Maria no momento da criação da sua alma e sua infusão em seu corpo.
“. . .Na primeira instância de sua concepção. . .” O termo concepção não significa a concepção ativa ou generativa por seus pais. Seu corpo foi formado no ventre da mãe, e o pai, como todos teve parte em sua formação. A questão não diz respeito à imaculação da atividade geradora de seus pais. Também não diz respeito à concepção absolutamente passiva e simplesmente (conceptio seminis carnis, inchoata), que, de acordo com a ordem da natureza, antecede a infusão da alma racional. A pessoa é verdadeiramente concebida quando a alma é criada e infundida no corpo. Maria foi preservada isenta de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua animação, e a graça santificante foi dada a ela antes do pecado ter tido efeito na sua alma.
“. . .foi preservada isenta de toda mancha de pecado original. . .” A essência formal de ação do pecado original não foi removida de sua alma, como é removida de todos pelo batismo; ele foi excluído, ele nunca esteve em sua alma. Simultaneamente com a exclusão do pecado. O estado de santidade original, inocência e justiça, ao contrário do pecado original, foi conferido a ela, pelo qual cada mancha e culpa, todos as depravadas emoções, paixões e debilidades, essencialmente referente ao pecado original, foram excluídos. Mas ela não foi feita isenta dos castigos temporais de Adão - tristeza, enfermidades corporais e morte.
“. . .Por um privilégio singular e graça concedida por Deus, em vista dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da raça humana.” A imunidade do pecado original foi dada a Maria por uma singular isenção de uma lei universal através dos mesmos méritos de Cristo, pelo qual os outros homens são purificados do pecado pelo batismo. Maria necessitou do Salvador redentor para obter essa isenção, e para ser entregue à necessidade universal e dívida (debitum) por não estar sujeita ao pecado original. A pessoa de Maria, em consequência de sua origem a partir de Adão, deveria ter sido sujeito ao pecado, mas, sendo a nova Eva que era para ser a mãe do novo Adão, ela foi, pelo conselho eterno de Deus e pelos méritos de Cristo, retirada da lei geral do pecado original. Sua redenção foi a maior obra-prima da sabedoria redentora de Cristo. Ele o grande redentor que paga os débitos que não podem ser efetuados, após ele ter caído sobre o devedor.
OBS: Os hereges adoram dizer que Maria é pecadora mas veremos que não. O Livro de Jó cita: “Quem fará sair o puro do impuro? Ninguém!” Jó (14-4). Ora, sendo Nosso Senhor Deus, ele é totalmente puro, evidentemente Jesus (Puro) não sairia de um ventre impuro (Maria), portanto, para gerar Deus feito homem, Maria não pode ser impura, manchada pelo pecado original, por graça de Deus, ela foi isenta de qualquer pecado para ser digna desta encarnação, por isso Imaculada (sem mácula).
Outra acusação dos hereges é que Maria é uma mulher como outra qualquer, além de ser falso por tudo o que foi dito, vai de encontro ao que foi revelado por Santa Isabel inspirada por Deus: “Bendita és tu entre as mulheres”. (Lucas 1-42). Atribuir pecados à Nossa Senhora é uma blasfêmia contra o próprio Deus.
Fonte: Missal Romano Quotidiano – Dom Gaspar Lefebvre e os Monges Beneditinos de santo André.
Site: Traditional catholic Priest - Immaculate Conception Of Mary Dec. 8
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