6 de janeiro
Epifania
A festa
da Epifania, que já existia no Oriente e em certas igrejas do Ocidente, antes
de entrar em Roma, parece ter sido, primitivamente, uma festa da Natividade; o
dia 6 de Janeiro era, para essas igrejas, o equivalente à festa do Natal, na
igreja romana.
Introduzida
em Roma na segunda metade de século VI tornou-se o complemento e, de certo, a
coroa da festa do Natal.
Epifania
quer dizer manifestação. Nela deseja a Igreja celebrar a manifestação do Senhor
ao mundo. Com efeito, depois de se revelar aos pastores, mostrou-se aos Magos,
que do Oriente O tinham vindo adorar. A tradição cristã viu sempre, nos Magos,
as primícias da gentilidade. Eles trazem consigo, com efeito, todos os povos da
terra, de modo que a Epifania é uma afirmação da salvação universal, como muito
bem diz São Leão, nas lições de matinas, onde nos mostra, na adoração dos
Magos, os primórdios da fé cristã, a hora em que o intérmino desfile do mundo
pagão se põe em movimento, para seguir a estrela que o convida a marchar ao
encontro do Salvador.
É o
sentido total da profecia de Isaías, cuja leitura, a Igreja nos proporciona no
primeiro noturno de matinas e na epístola da missa. Este mesmo pensamento de
Redenção universal retoma-o a Igreja e aplica-o a si mesma, ao cantar, no Magnificat das 2ª vésperas, a sua união
com Cristo, figurada nas bodas de Caná, e o batismo de seus filhos, prefigurado
pelo de Jesus, nas águas do Jordão. A Epifania era, outrora, subsidiariamente,
um dia de batismo.
Mais uma
vez as velas são acesas, a última vez nestas festas de Natal, e hoje estão
acesas para a festa da Epifania, o fim e o clímax do Natal. E hoje em meio à luz das velas e o
perfume dos incensos, ouvimos essa história inesquecível dos três Reis Magos,
os Três Reis de Tradição, que vêm para o menino Jesus para prestar-lhe
homenagem. Há muitas imagens aqui; os Homens
Sábios do Oriente, o medo e decepção do rei Herodes que vai levar a terrível
violência, o incenso, o ouro, a mirra. Mas a maior
destas imagens é a estrela, pois é a estrela que está no cerne desta
festa.
É a estrela que traz esses três homens estrangeiros a Belém. É a estrela que os chama, é a estrela que os leva, é a
estrela que está sobre o lugar onde está a criança e sua mãe, que os trazem até
o fim de sua jornada. E é à luz
dessa mesma estrela que eles veem, eles não veem apenas uma criança, sua mãe e seu pai, mas mais profundamente e
maravilhosamente, veem naquele lugar, Deus conosco. E assim eles
fazem a única coisa que eles podem fazer, o que devem fazer: eles se ajoelham diante dele
em homenagem, banhado pela luz dessa estrela, a estrela da fé, a estrela do
entendimento, a estrela que lhes permite ver o que é verdadeiramente real, estrela cuja luz penetra através do véu do
mundo para revelar a verdade, a luz do próprio Deus.
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