[Atualização – 02/01/2018 às 19:19] Corrispondenza Romana
acaba de anunciar que dois bispos italianos, Dom Luigi Negri e Dom
Carlo Maria Viganò aderiram à iniciativa dos bispos do Cazaquistão.
LifeSiteNews, Roma, 2 de janeiro de 2018 | Tradução: FratresInUnum.com — Três bispos se pronunciaram contra a interpretação feita pelo Papa Francisco de Amoris Laetitia
que permite o acesso de alguns divorciados recasados à Sagrada
Comunhão, afirmando que tal leitura está causando “confusão
desenfreada”, é “estranha” à Fé Católica, e disseminará uma “epidemia do
divórcio” na Igreja.
Dom Athanasius Schneider, bispo-auxiliar
de Astana, Cazaquistão, Dom Tomash Peta, arcebispo metropolita de
Astana, e Dom Jan Pawel Lenga de Karaganda, Cazaquistão, divulgaram uma Profissão de verdades imutáveis sobre o sacramento matrinonial em 31 de dezembro, como “um serviço de caridade na verdade” à Igreja de hoje e ao Papa.
Os bispos tomaram a decisão de realizar
uma “pública e inequívoca profissão da verdade” a respeito do
ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio, pois
afirmam “não poderem permanecer em silêncio”.
Como bispos Católicos incumbidos de
defender e promover a Fé Católica e a disciplina comum, afirmam ter uma
“grave responsabilidade” e “dever perante os fiéis” que esperam deles
“uma pública e inequívoca profissão da verdade e da imutável disciplina
da Igreja acerca da indissolubilidade do matrimônio”.
Eles observam que após a publicação do documento do Papa Francisco sobre a família, Amoris Laetitia,
diversos bispos e conferências episcopais divulgaram normas permitindo a
alguns divorciados recasados civilmente, que não vivem em continência
sexual, receber os sacramentos da Penitência e da Sagrada Comunhão. Eles
enfatizam que essas várias autoridades hierárquicas (Alemanha, Malta e
Buenos Aires, embora eles não as nominem) também receberam aprovação
“até mesmo da suprema autoridade da Igreja”.
No mês passado, o Papa Francisco decidiu formalmente declarar a interpretação de Amoris Laetitia feita pelos bispos de Buenos Aires como “magistério autêntico”.
A disseminação dessas normas pastorais
aprovadas eclesialmente “causaram uma considerável e sempre crescente
confusão entre os fiéis e o clero” e são “meios de difusão da ‘epidemia
do divórcio’ na Igreja”, escreveram os bispos do Cazaquistão.
“Nosso Senhor e Redentor Jesus Cristo
solenemente reafirmou a vontade de Deus sobre a absoluta proibição do
divórcio”, recordaram, e a Igreja sempre preservou e fielmente
transmitiu tanto em sua doutrina como em sua disciplina sacramental “o
ensinamento cristalino de Cristo” acerca da indissolubilidade do
matrimônio”.
“Por conta da vital importância que a
doutrina e a disciplina do matrimônio e da Eucaristia, a Igreja é
obrigada a falar com a mesma voz. As normas pastorais a respeito da
indissolubilidade do matrimônio não podem, portanto, ser contraditórias
entre uma diocese e outra, entre um país e outro”.
“Desde os tempos dos Apóstolos”, explicam os bispos, “a Igreja observou este princípio, como testemunha Santo Irineu de Lion”:
“A Igreja, embora espalhada pelo mundo
até os confins da terra, tendo recebido a Fé dos Apostólos e seus
discípulos, preserva esta pregação e esta Fé com cuidado e, como Ela
habita uma única casa, crê da mesma e idêntica maneira, como tendo uma
só alma e um só coração, e prega a verdade da Fé, ensina-a e transmite-a
em uma voz uníssona, como se tivesse uma só boca” (Adversus haereses,
I, 10, 2).
Após, eles recordam a advertência do Papa
João Paulo II de que a confusão semeada nas consciências dos fiéis por
diferentes “opiniões e ensinamentos” enfraqueceria o “verdadeiro sentido
de pecado, quase a ponto de eliminá-lo”.
O Papa João Paulo II erigiu a diocese de
Santa Maria em Astana, Cazaquistão, em 1999, e a elevou à arquidiocese
em 17 de maio de 2003, nomeando o bispo polonês Tomash Peta como seu
arcebispo. No Sínodo Ordinário sobre a Família em 2015, Dom Peta, que
participou como delegado do Cazaquistão, iniciou sua breve intervenção com as palavras do Beato Paulo VI pronunciadas em 1972: “Por alguma fresta, a fumaça de Satanás penetrou no templo de Deus”.
Ele, então, afirmou aos Padres Sinodais
que estavam reunidos: “Estou convencido de que estas foram palavras
proféticas de um santo Papa, o autor de Humanae Vitae, Durante o
Sínodo do ano passado [2014], a ‘fumaça de Satanás’ estava tentando
adentrar na aula Paulo VI [local em que ocorriam as sessões do Sínodo]”.
O arcebispo acrescentou: “Infelizmente, pode-se ainda sentir o cheiro
desta ‘fumaça infernal’ em alguns pontos do Instrumentum Laboris e também em algumas intervenções de certos padres sinodais neste ano”. [Leia a intervenção aqui.]
Na Profissão, Dom
Athanasius Schneider, juntamente com os arcebispos Peta e Lenga,
reiteram aos fiéis sete verdades imutáveis sobre o sacramento do
matrinônio, e, “no espírito de São João Batista, São João Fisher, São
Tomás Morus, da Beata Laura Vicuña e de numerosos confessores e
mártires, conhecidos ou não, da indissolubilidade do matrimônio”,
afirmam:
Não é licito (non licet) justificar,
aprovar, legitimar, direta ou indiretamente, o divórcio e a relação
sexual estável não conjugal, através da disciplina sacramental da
admissão dos assim chamados ‘divorciados e recasados’ à Sagrada
Comunhão, neste caso, uma disciplina estranha à toda a Tradição da Fé
Católica e Apostólica.
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