Os cordeiros, embranquecidos
ainda da água batismal, acorrem
à fonte da salvação, que a cruz
redentora faz brotar neste novo
paraíso que é a Igreja, rebanho
do Bom Pastor.
Domingo da Paixão
A liturgia deste domingo consta de duas partes distintas:
uma, impregnada de alegria – a procissão dos ramos; outra, de tristeza – a missa
e o canto da Paixão.
A BÍBLIA E A LITURGIA DESTE DIA
A entrada solene de Jesus em Jerusalém é a realização da
profecia de Zacarias (Zacarias 9,9), evocada no evangelho da bênção dos ramos.
Ver também Isaías 62,11. As aclamações da multidão são tiradas do Salmo 117,
25-26; será bom reler, por inteiro, este cântico litúrgico para a procissão,
que se dirigia ao Templo, na festa dos Tabernáculos. Esta entrada triunfal de
Cristo, na Cidade Santa, lembra outras: a de Israel na terra prometida (Josué);
da Arca da Aliança em Jerusalém, conquistada por Davi (I Crônicas 11, 4-9; 13;
15; 16 – Salmo 23, 7-12, que se liga a este acontecimento; e Salmo 131,
composto para o seu aniversário), e ainda o regresso de Davi á Jerusalém (II
Reis 19,10 a 20,3). Poderá ver-se aí uma prefiguração da Parusía (I Coríntios
15, 50-57; I Tessalonissenses 4,15-17), e ter-se-á em mente a apresentação de Jesus
no Templo (Lucas 2,22-38). Haja também o cuidado de ler a sequência da
narrativa: Jesus escorraça do Templo os vendilhões, e recebe a aclamação das
crianças (Mateus 21,12-17).
Segundo o desejo da liturgia, ter-se-á a peito a
meditação dos Salmos 21 e 68. Uma grande parte do primeiro serve de trato da
missa deste dia.
LEITURA DA BÍBLIA
Jeremias 20,7-18; 23,1-8; 31,15-40; 33, 14-22 –
Lamentações – Isaías 50, 4-11; 52,13 a 53,12 – Baruque 3,9 a 4,4; 4,36 a 5,9).
SOLENE
PROCISSÃO EM HONRA DE CRISTO REI
Reportemo-nos ao século IV. Em Jerusalém lia-se hoje, no
próprio lugar em que a cena se desenrolou, a passagem do evangelho referente à entrada
triunfal de Jesus na Cidade Santa, aclamado pelo povo como Filho de Davi e Rei
de Israel. Um bispo, montando em um jumento e rodeado da multidão, que, ao som
e ritmo de hinos e antífonas, agitava ramos festivos, subia ao alto do Monte
das Oliveiras, e entrava na igreja da Ressurreição. A igreja de Roma adotou
este costume, no século IX, e ajuntou-lhe os ritos da bênção dos Ramos.
Nós, portanto, reproduzimos o que os Judeus fizeram. Na
procissão dos Ramos, é o povo cristão que, na plenitude da fé, faz seu o gesto
dos Judeus e lhe dá todo o seu significado. À imitação do povo de Jerusalém,
nós aclamamos a Cristo, como triunfador: << Hosana ao Filho de Davi!
Bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel ! >>
Conhecendo, pela fé, a sequência e o sentido dos acontecimentos, sabemos o que
é, e o que representa o seu triunfo. Ele é o Messias, Filho de Davi e Filho de
Deus, sinal de contradição, aclamado por uns, detestado por outros. Enviado ao
mundo para nos arrancar ao pecado e ao poder de Satanás, sujeita-se aos
opróbrios da Paixão, castigo de nossas faltas. Mas, vencedor da morte, sai
triunfante do túmulo, restitui-nos a paz de Deus e eleva-nos consigo para o
reino do Pai celeste.
BÊNÇÃO
DOS RAMOS
Esta bênção pode fazer-se em outro santuário, de modo que
a procissão recolha na igreja, em que se deve celebrar a missa e tenha assim
pleno sentido.
O celebrante e os ministros estão voltados para o povo,
atrás da credência em que se encontram os ramos. Canta-se, então, a seguinte antífona:
Hosánna filio David: Hosana,
ao filho de Davi!
benedictus
qui venit in nomine Dómini. Bendito
o que vem em nome do Senhor
Rex
Israel: Hosánna in excélsis. Rei
de Israel!: Hosana nas alturas.
Missal
Romano Quotidiano
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