Por juízo se
entende um exame rigoroso de todas a nossa vida perante o tribunal de Deus,
seguido pela sentença que vai decidir o nosso destino para toda eternidade.
Há dois
juízos, um particular entre a alma e Jesus Cristo imediatamente após a morte; e
outro universal no fim do mundo entre
Jesus Cristo e todos os homens reunidos. O juízo universal é uma ratificação ou
confirmação do particular.
Certeza ou prova deste Juízo.
Provas de fé.
- Em várias passagens das Escrituras, encontramos frases ou parábolas exemplos
que provam a realidade do juízo de Deus. Aqui estão algumas citações: São Paulo
diz: “Como
está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27).
Jesus Cristo
falou do juízo, quando disse: “Esteja
sempre preparado (para morrer), porque na hora que menos pensais o Filho do
Homem vai pedir conta de sua vida”.
E em outra
ocasião: “Vigiai, pois, porque não
sabeis o dia e a hora (da morte e do juízo)”.
Também fazem a
este propósito as parábolas do homem rico e Lázaro, do administrador infiel
(Lucas, 16: 1-9) das dez virgens (Mat., 25).
1) Prova racional. ) São Tomás diz: O homem pode ser
considerado como um indivíduo isolado e como parte do gênero humano; em
seguida, deve ser submetido a um duplo juízo: a) um particular que é recompensado ou punido de acordo com as suas
obras, mas sem ir além de sua sentença, b) Outro
juízo, universal em que chegue ao
conhecimento de todos a sentença merecida e todos louvem a justiça ou
misericórdia de Deus.
2) Por analogia. - Em toda sociedade bem constituída
nunca se condena um homem sem primeiro julgá-lo; por isso Deus, o juiz justíssimo
e sapientíssimo, julga o homem para que este entenda a razão da sua salvação ou
condenação.
3) O testemunho dos povos. Mesmo as pessoas privadas da luz da
fé, acreditavam em um julgamento das almas. Foram encontrados em túmulos
egípcios desenhos que retratam o julgamento sob o símbolo de um equilíbrio em que
a alma é pesada. O poeta Virgílio em seu “Eneida” (Livro VI, versos 565 e
seguintes) faz ver como as almas se apresentam ao juiz Radamanto, que os obriga
a confessar seus crimes. Existem crenças similares nos povos selvagens.
Celebração do Juízo.
O juiz será
Jesus Cristo como ele mesmo disse: “O
Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao Filho”. A razão é
porque Jesus Cristo é nosso Redentor e como tal, cabe a Ele pedir-nos conta do
uso que fizemos de sua redenção.
Jesus Cristo quando nos jugar já não
estará revestido dos atributos da misericórdia, mas da justiça: será um juiz justo que dará às obras
boas ou más o seu verdadeiro valor; sábio, que tudo conhece, até mesmo os
pensamentos mais suave, não será enganado como os juízes da terra;
incorruptível, que não se deixa desviar, como juízes humanos, pôr prêmios ou
ameaças; inapelável, do qual não pode ser objeto de recurso para um tribunal
superior para mudar a sentença.
Local do julgamento. - Onde a morte surpreendeu o homem, ali
se levantará a corte do supremo juiz.
Modo. - Deus irá iluminar a alma com uma luz tão viva, que se
verá com apenas um só olhar todos os detalhes de sua vida, a feiura e a
gravidade dos seus pecados, bem como a beleza e o mérito de suas boas obras.
Matéria. - Jesus Cristo nos julgará de tudo
bom ou mau que tivermos feito, a saber:
a) o mal
cometido julgado em suas causas, em suas malícias, nos seus efeitos.
b) o bem
voluntariamente omitido (pecado de omissão) feito com negligência, praticada com
hipocrisia ou propósitos humanos, por exemplo, para ser visto, aplaudido, etc.
c) Os
escândalos dado às almas, às crianças, servos, aos ignorantes.
d) As graças de
que se abusou: sacramentos, instruções, remorso, bons exemplos, doenças,
reversões de fortuna, bens materiais.
Este
julgamento vai ser tão rigoroso que somente os justos serão salvos. Disse São
Pedro em sua primeira epístola : “Se o justo a duras penas se salvará, onde irão
o ímpio e o pecador?
A sentença.
Concluído o
julgamento, Jesus Cristo pronunciará a sentença, que é irrevogável, porque não
há nenhuma desculpa para pleitear; nenhum defensor que esperar; e não há lugar
para apelar porque a morte termina o tempo de misericórdia e só teremos estrita
justiça.
A sentença
para a alma justa será: “Vinde, benditos
possuir o reino que está preparado desde
a criação do mundo” (Mt, 25, 34.).
Se a alma não
estiver purificada inteiramente de suas
faltas veniais, ou tem algo para expiar, Deus enviará para o Purgatório onde, terminada
a expiação, subirá para a glória.
A sentença
para a alma culpada será: “Afasta-te de mim, maldito, vá para o fogo eterno que
foi preparado para o diabo e seus anjos”(Mateus 25, 41.). Então a alma vai ser
lançada no inferno por toda a eternidade.
Descrição do Juízo Universal.
O fim do mundo.
– Assim como todo o homem está sujeito à morte e Ressurreição, assim também
todo o mundo será destruídos e renovado.
A opinião da
maioria dos Pais da Igreja é que a terra e o mundo perecerão, não em termos de
substância, mas quanto às qualidades externas e que tomarão um “estado mais
perfeito”, mas não serão aniquiladas.
Ninguém sabe
quando o fim do mundo acontecerá.
No entanto,
as Escrituras nos mostra os sinais remotos e próximos que antecedem o fim dos
tempos. Estes são: A pregação do
Evangelho por todo o mundo; a conversão dos judeus para a fé de Cristo; uma
apostasia geral; a grande maioria dos homens se afastará de Deus, ignorando sua
divindade; muitas grandes calamidades no mundo: guerra, revolução, fome, peste,
perturbações atmosféricas; o advento do Anticristo que os inimigos de Deus se
unirão para lutar contra a Igreja e os cristãos; aparecimento de Elias e Enoque
que virão para lutar contra o Anticristo, pelo qual, após três anos e meio
serão mortos; Também miseravelmente; grandes cataclismos no universo,
terremotos, inundações, escurecimento do sol, da lua, das estrelas e a morte de
todos os homens.
A isto se
seguirá a ressurreição de todos os homens, das quais falaremos mais tarde.
Lugar do juízo final. Acredita-se geralmente que será no
vale de Josafat, cerca do Monte Calvário; Jesus Cristo é muito conveniente que
Jesus Cristo julgue os homens no lugar onde eles o julgaram e onde morreu para salvá-los.
Modo do juízo. – Ressuscitados todos os homens e
reunidos no vale de Josafat, Jesus Cristo aparecerá no céu com grande poder e
majestade, rodeado por toda a corte celeste e precedido pela Cruz.
Ele começará o juízo: Jesus Cristo abrirá o livro da
consciência de cada homem, fechado durante o tempo de vida e exporá à vista e a
censura do Universo (Ap., 20, 12. 1 Cor, 4, 5 ..). Ele também publicará os
pecados dos justos, mas para a sua glória e a confusão dos maus que não os
imitaram em penitência para o pecado.
Pelo
ministério dos anjos se fará a separação dos bons e dos maus. Os primeiros
serão colocados à direita de Jesus Cristo; os segundos, à sua esquerda.
Em seguida,
pronunciará o Supremo Juiz, a sentença de salvação para os bons e de condenação
para os maus.
Se cumprirão imediatamente
ambas as sentenças: os justos vão subir de corpo e alma para a glória cantando
hinos de louvor e triunfo na presença dos réprobos que contemplam desesperados
a cena sublime. Enquanto isso, a terra se abrirá e os demônios e condenados de
corpo e alma serão engolidos juntos; e ouviram fechar-se atrás de si as portas,
que nunca mais se abrirão.
E é tudo estará
acabado: não haverá mais tempo; só haverá apenas a eternidade.
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