terça-feira, 20 de setembro de 2016

Os Novíssimos (a morte)

muerte


A palavra “Novíssimos” (do Latin, Novissimus - Final, último, derradeiro) significa  as últimas coisas que nos esperam, e são quatro: Morte, o Juízo, Inferno e Céu.

A meditação séria e frequente dessas quatro verdades é a melhor maneira de evitar o pecado, como diz o Espírito Santo: “Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás". (Eclo 7,40).

Como a ameaça de punição afasta a criança de suas travessuras; do mesmo modo, o medo dos castigos da outra vida afasta muitos homens do caminho da perdição.    

Confirma-se com o exemplo de inúmeros santos que se converteram ou se aperfeiçoaram com o pensamento da morte ou dos outros Novíssimos.



A morte. Sua natureza.



A morte é a separação da alma do corpo.

A união da alma com o corpo ao qual anima e comunica movimento e ação, constitui a vida; quando se quebra essa união o homem deixa de viver, ele morreu.

A morte é para o corpo o desaparecimento absoluto de sensibilidade: o corpo já não vê nada, não ouve nada, não sente nada. É o estado mais humilhante e mais próximo ao nada, porque o corpo se decompõe se desfaz lentamente, é comido pelos vermes e reduzido ao pó, cumprindo assim as palavras de Deus para Adão prevaricador: “Tu és pó e ao pó te tornarás”(Gen, 3, 19).

No que toca a alma, a morte a desencadeia do corpo, de onde sai como de uma prisão e de repente está na eternidade.



Causas da morte.


As causas próximas da morte são as doenças, acidentes, etc ..., cuja pesquisa interessa para a medicina. A causa remota da morte é o pecado.

O homem não tinha sido feito para morrer; Deus, ao criar, tinha animado seu corpo com um sopro de imortalidade; mas também disse ao proibir-lhe comer da árvore do conhecimento do bem e do mal: “Qualquer dia que  comer-lhe dele, infalivelmente morrerá” (Gen., 2, 17). Portanto Adão, ao comer do fruto atraiu para si e todos os seus descendentes a sentença de morte.



Lições da morte.


Existem quatro certezas sobre a morte e três incertezas.


Quatro certezas:

1) A morte é certa. - Nós todos morreremos. Nunca houve homem sensato que acreditava que ele não deve morrer.

Tudo em torno de nós fala da morte: as folhas que caem das árvores, as flores murchas, o sol aparece e em seguida se oculta, o rio que corre para o mar, a madeira reduzida a cinzas, o fumo que se dissipa.

Moral da história: Se a morte é certa e ninguém se livra dela, é lógico que devemos nos considerar como viajantes na terra que estamos de passagem. Não imitemos aqueles que vivem como se  nunca fossem morrer, eles só pensam em acumular riqueza e bem-estar para a vida presente sem se preocupar com o futuro.

2) A morte virá em breve. - A Escritura diz: “Lembra-te de que a morte não tarda, e de que o pacto da moradia dos mortos te foi revelado, pois é lei deste mundo que é preciso morrer” (Eclo, 14, 12); e em outra passagem: “Virá cedo e não tardará".

“Breve são os dias (ou vida) do homem”, diz Jó (14, 5) e correm mais rápido do que um corcel (9, 25).

Moral da história: Se nossos dias são curtos, devemos aproveitá-los todos e bem mais cedo.

3) A morte vem uma só vez. - Diz Paulo: “é decretado que o homem  morrerá uma só vez” (Hb; 9, 27).

Moral: Não é possível remediar as consequências de uma morte ruim; portanto, façamos todo o possível para morrer bem, na graça de Deus, a única vez que se morre.
4) A morte nos tira tudo: amigos, parentes, riqueza, dinheiro, casas, fábricas ... o doente para fazer o testamento só vai usar a palavra “deixo”: Deixo isso para ... Deixo o outro a ... Deixo ... Deixo... Deixo.

Moral: Por isso é uma loucura aprisionar-se desordenadamente sobre os bens da terra, que um dia vai deixar; como também decorar excessivamente esse corpo que logo será alimento para vermes.



Três incertezas sobre a morte:

1) Quando virá? - Hoje, amanhã, daqui a um ou vários anos. A pouca idade e a boa saúde não é razão suficiente para acreditar que a morte está distante.

2) Onde virá? - Na cama, na sala de aula, no trabalho, no teatro, durante um passeio, numa viagem ... Eu não sei. A morte nos segue de perto, mas nunca nos diz onde nos alcançará.
3) Como virá? - Nada mais incerto; Será repentina? Será de doença, ou acidente: uma colisão, uma bomba, um assalto... ?

Moral: Deus proveu estas incertezas para nos forçar a estar sempre pronto para a morte. Disse Jesus: “Tende isto por certo, que se o pai de família soubesse a que horas viria o ladrão, estaria certamente atentos para não deixá-lo entrar em sua casa: Assim também vós sempre estejais prevenidos por que  na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem”(Lucas, 12, 39-40).

Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor ao vir, o encontra vigiando”; ou seja, preparado para dar conta de sua administração. (Luc 12, 37).

Está preparado significa viver habitualmente na graça de Deus, levando uma vida cristã de acordo com os preceitos e obrigações do seu próprio estado.

Andam muito enganado e muito exposto a condenar-se eternamente quem vive mal na esperança de consertar tudo no momento da morte.



Fonte: Adelante la Fe: Los novísimos (la muerte)

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