Para o Papa emérito, a Igreja se encontra em uma
necessidade particularmente urgente de pastores convincentes que possam
resistir à ditadura do espírito da época. E destaca que o cardeal entendeu que
«o Senhor não abandona a sua Igreja, incluso quando o barco há assumido tanta
água que está a ponto de tombar-se».
(Fidem
in Terra/InfoCatólica) – Tradução
de Airton Vieira – O funeral de Joachim Cardeal Meisner ocorreu esta manhã,
sábado 15 de julho, na magnífica catedral de Colônia. Uma mensagem do Papa
Francisco foi lida pelo Arcebispo Nikola Eterović, Núncio Apostólico na Alemanha.
Para surpresa dos presentes, o Arcebispo Georg Gänswein, Prefeito da Prefeitura
da Casa Pontifícia e Secretário Pessoal de Bento XVI, leu uma mensagem do Papa
Emérito.
A seguir nossa tradução da bela mensagem de Bento
XVI no Funeral de seu amigo próximo o Cardeal Meisner:
A esta hora, quando a igreja de Colônia e os fiéis
de outras partes se reuniram para dizer adeus ao cardeal Joachim Meisner, meu
coração e pensamentos estão também com vocês, e aceitando alegremente o convite
do cardeal Woelki, desejo dirigir umas palavras de recordação para meu amigo.
Quando ouvi falar da morte do cardeal Meisner na quarta-feira passada, não queria crê-lo. No dia
anterior havíamos falado pelo telefone. Estava agradecido pelo fato de ter estado de férias
depois de haver participado na beatificação do bispo Teofilius Matulionis em
Vilna, no domingo anterior (25 de junho) e tinha uma voz clara.
O amor à Igreja nos países vizinhos do Oriente, que havia sofrido tanto sob a perseguição comunista, assim como a gratidão pelos sofrimentos daquele tempo, forjaram sua vida. E assim não é nenhuma coincidência que a última visita de sua vida fosse para um Confessor da Fé nesses países.
O amor à Igreja nos países vizinhos do Oriente, que havia sofrido tanto sob a perseguição comunista, assim como a gratidão pelos sofrimentos daquele tempo, forjaram sua vida. E assim não é nenhuma coincidência que a última visita de sua vida fosse para um Confessor da Fé nesses países.
O que particularmente me impressionou nessa
última conversação com o cardeal retirado, foi a alegria espontânea, a
alegria interior e a confiança que havia encontrado. Sabemos que a este apaixonado
pastor lhe era difícil abandonar seu posto, especialmente em um momento em que a
Igreja se encontra em uma necessidade particularmente urgente de pastores
convictos que possam resistir à ditadura do espírito da época e que
vivam e pensem a fé com determinação. Não obstante, o que mais me emocionou foi
que, neste último período de sua vida, aprendeu a deixar ir e viver de uma profunda
convicção de que o Senhor não abandona a sua Igreja, incluso quando o barco há
assumido tanta água que está a ponto de tombar-se.
Duas coisas nos últimos tempos que lhe agradaram mais
que tudo:
Por um lado, ele sempre me disse quão profundamente se
alegrava de como no Sacramento da Penitência os jovens, especialmente os jovens,
estão experimentando a graça do perdão – no Dom, hão encontrado a vida
que só Deus pode dar.
A outra coisa que sempre lhe tocou e lhe deu alegria,
foi o tranquilo crescimento da Adoração Eucarística. Na
Jornada Mundial da Juventude de Colônia, seu ponto central era a Adoração, um
silêncio no que só o Senhor falava ao coração. Alguns expertos pastorais e
litúrgicos consideraram que esse silêncio ao olhar ao Senhor não poderia lograr-se
com um número tão grande de pessoas. Alguns eram também da opinião que a Adoração
Eucarística foi alcançada como tal, pela Missa, já que o Senhor seria recebido em
pão eucarístico. Mas que este pão não se pode comer como qualquer
alimento, e que o sacramento eucarístico «acolhe» todas as dimensões de nossa existência -
que a recepção deve ser o culto, se há convertido em algo muito claro. Assim, o
tempo da Adoração Eucarística na Jornada Mundial da Juventude de Colônia se converteu
em um evento interior, que permaneceu inesquecível para o Cardeal.
Quando, em sua última manhã, o cardeal Meisner não
apareceu na Missa, foi encontrado morto em sua habitação. Seu Breviário se lhe
havia escapado das mãos: estava rezando enquanto morria, mirando ao
Senhor, falando com o Senhor. A morte que se lhe concedeu, mostra uma vez mais
como viveu: mirando ao Senhor e falando com ele. Assim podemos
recomendar com confiança sua alma à bondade de Deus. Senhor, te damos graças
pelo testemunho de teu servo Joaquim. Que seja intercessor da Igreja de Colônia,
e de toda a Igreja terrenal! Descanse em paz!
Fonte: http://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=29924
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