sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Buscando contra o tempo os milagres do Dr. Gregório


Em 2019 se cumpre um século da morte deste grande cientista e médico generoso


Recreación de como podría ser el doctor Gregorio en el contexto de un hospital actual... hay enfermos que aseguran haberlo visto

Reconstituição de como poderia ser o doutor Gregório no contexto de um hospital atual... há doentes que asseguram tê-lo visto




13 dezembro de 2018

Nota do Tradutor: interessante observar a semelhança cronológica e biográfica deste com outro José, também médico, mas italiano e já elevado aos altares: São José Moscati (1880-1927).
Tradução de Airton Vieira – Para beatificar uma pessoa, é necessário constatar um milagre por sua intercessão, que quase sempre é uma cura cientificamente inexplicável. Mas no caso do doutor José Gregório Hernández (1864-1919), um médico venezuelano exemplar, os médicos querem estar ainda mais seguros de que o caso seja contundente.
El doutor Gregório é o tipo de possível santo que poderia ser declarado, com o tempo, patrono dos médicos de seu país ou incluso do continente.
A busca do milagre se acelera. Há pressão porque em 2019 se cumprem cem anos desde sua morte (morreu atropelado por um carro 1uando tinha 55 anos). Devido ao centenário, muitos queriam poder confirmar um milagre e anunciar a beatificação deste homem que se destacou na ciência e na fé.


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Mil e duzentos casos notificados... 8 em estudo
Rafael Espinosa, membro da Associação Civil de Trujillanos na Região Capital e integrante da comissão que trabalha para acelerar o processo, explicou em El Universal alguns números. Em 2014, ao cumprir 150 anos do nascimento do médico, a Igreja venezuelana difundiu com mais esforço seu chamado a que quem pudesse testemunhar um milagre atribuível ao doutor Gregório o comunicasse. Desde então, nestes 4 anos foram recolhidos 1.248 casos comunicados de cura assombrosa, dos que 103 se consideraram milagres potenciais e 8 são os que atualmente estão sendo estudados sob sérios critérios médicos. A comissão não divulga mais dados sobre estes casos.
O processo exige que a cura seja inexplicável cientificamente, isto é, não atribuível a causas naturais, além de instantânea e duradoura no tempo (o que obriga a esperar alguns anos em diversas enfermidades para constatar sua total desaparição).
O médico venezuelano já foi declarado Servo de Deus em 1949, mas seu processo se estancou e quase foi esquecido. O arcebispo Arias Blanco, de Caracas, o repropôs em 1957, ratificando sua categoria de Servo de Deus e em 1986 João Paulo II constatou suas virtudes heroicas que o consolidam como Venerável. Falta, pois, o milagre.
Devoção em uma Venezuela empobrecida ao máximo
Cada 29 de junho, data de sua morte, sua devoção se dispara na igreja da Candelária, em Caracas, onde descansam seus restos. Em pleno século XXI, na pobríssima Venezuela rica em petróleo, muitos devotos acodem a rezá-lo mas não têm dinheiro nem para comprar velas.
Genoveva Pérez, uma vendedora com mais de 25 anos no lugar, o contava em um diário local: “Alguns vêm, perguntam quanto custa uma vela e se vão querendo comprar. E eu, que não tenho coração para dizer não ao povo, as dou”, admite. No verão de 2018, uma vela custava 300.000 bolívares [aproximadamente R$ 4,65] e um velão, 3 milhões[aproximadamente R$ 46,50], o mesmo que um vale alimentação. Também tenta vender 'milagres', isto é, ex-voto, pequenas imagens de chumbo que representam partes do corpo que foi curado e que o devoto compra como agradecimento, para expor. O Servo de Deus cura a muitos, mas constantemente não há dinheiro para comprar os ex-voto.
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Um homem poliglota, intelectual e grande mestre
José Gregório Hernández nasceu em Trujillo (Venezuela) e era filho de um colombiano e uma espanhola. Falava francês, alemão, inglês, italiano, português e conhecia bem o latim. Era também músico e filósofo. Formou toda uma escola de discípulos pesquisadores em medicina, vários dos quais foram pioneiros em seus campos.
Publicou 13 ensaios científicos e foi um dos fundadores da Academia Nacional de Medicina da Venezuela. A Arquidiocese de Caracas apontou, no campo médico, que "sua especialização nas melhores escolas do mundo, a modernização das técnicas médicas e seu esforço por melhorar os estudos de medicina na Venezuela, o fazem um pioneiro na construção do país”.
Tentou ser religioso ou sacerdote, sem êxito
Mas o doutor Gregório fracassou em um empenho: tornar-se religioso, algo que tentou três vezes.
Em 1908 tentou ser monge cartuxo em La Farneta (Lucca, Italia). Provou durante 10 meses, mas o trabalho na horta e o artesanato foram mal e seu corpo respondia mal ao clima europeu. Saiu da cartuxa chorando. Em 1909 tentou ser sacerdote diocesano, mas se sentia inquieto e saiu. E em 1913 tratou de entrar como seminarista no Colégio Pio Latinoamericano de Roma: sua má saúde o tirou do seminário, o que não deixa de ser paradoxo em quem ajudaria a tantos doentes.
De volta a Venezuela, tornou a trabalhar como médico e docente. Era franciscano secular: orava, fazia penitência, sacrifícios e vivia com austeridade e pobreza. Cobrava pouco de todos por seus serviços, tanto de ricos como de pobres. A estes últimos lhes dava alimentos e não raro também os remédios que lhes prescrevia. O povo, já em vida, o considerava um homem de Deus.
Se subisse aos altares, seria o quarto beato venezuelano, despois de Maria de São José Alvarado (1995), Candelária de São José (2008) e Carmem Rendiles Martínez (2018). Estas três beatas pertenciam a congregações religiosas. O doutor Gregório seria o primeiro leigo, primeiro homem e primeiro cientista nos altares da Venezuela.
OBS.: vale a pena ainda ver os vídeos postados na página abaixo. [ndt]
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Fonte: https://www.religionenlibertad.com/ciencia_y_fe/170516886/Buscando-contra o tempo-los-milagros-del-Dr.-Gregório-de-mas-de-100-curas--se-estan-estudando.html?utm_source=boletin&utm_medium=mail&utm_campaign=boletin&origin=newsletter&id=31&tipo=3&identificador=170516886&id_boletin=679684735&cod_suscriptor=470572829


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