13 de outubro de 2025
O vice-prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano, Giacomo Cardinali, disse ao jornal italiano La Repubblica que os acadêmicos muçulmanos que visitam a instituição recebem um espaço para oração. "Alguns pesquisadores muçulmanos nos pediram uma sala com um tapete de oração, e nós o fornecemos, é claro", afirmou.
A Biblioteca do Vaticano, considerada o arquivo mais importante do cristianismo, abriga entre suas coleções "cópias incrivelmente antigas do Alcorão", de acordo com Cardinali, bem como coleções árabes, judaicas, etíopes e chinesas.
Universalidade cultural versus identidade católica
As declarações do vice-prefeito enfatizam a ideia de que a biblioteca é uma instituição "universal". No entanto, o gesto de criar um espaço para orações islâmicas dentro de um complexo eclesiástico levanta questões: até que ponto o Vaticano pode oferecer instalações de culto a outras religiões sem enfraquecer sua própria identidade?
Que no coração dos arquivos históricos da Igreja, onde são guardados documentos únicos da fé católica, sejam reservados espaços para a oração islâmica pode ser interpretado como um sinal de abertura... ou como um sintoma preocupante de confusão religiosa.
O tesouro cultural da Igreja
A Biblioteca do Vaticano abriga um patrimônio incomparável: quase 80.000 manuscritos, 50.000 arquivos, dois milhões de livros impressos, 100.000 gravuras e gravuras, além de 100.000 moedas e medalhas. Cardinali lembrou que, entre seus tesouros, está um raro manuscrito da Ética de Spinoza , bem como arquivos medievais japoneses providencialmente salvos pelo padre salesiano Marega na década de 1920.
No entanto, ao mesmo tempo em que enfatiza a riqueza histórica e cultural da Biblioteca, as declarações do vice-prefeito destacam um contraste: o Vaticano parece mais disposto a oferecer facilidades para orações não cristãs do que a garantir, em outras partes da Igreja, a plena liberdade dos católicos de preservar suas tradições litúrgicas.
Fonte: Infovaticana - El Vaticano habilita salas de oración para musulmanes en su Biblioteca Apostólica
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