-->
VATICANO, 07 Jan.13 / 03:01 pm.- O Papa Bento XVI reiterou seu rechaço ao aborto
e expressou sua grave preocupação pela recente sentença, dada nos dias de Natal,
da Corte Interamericana dos Direitos humanos (CIDH) a favor da fecundação in
vitro na Costa Rica.
Em seu discurso nesta manhã ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa
Sé, o Papa disse que "vi com tristeza que em vários países, mesmo de
tradição cristã, se procurou introduzir ou ampliar legislações que despenalizam
o aborto. O aborto direto, ou seja, querido como fim ou como meio, é gravemente
contrário à lei moral".
"Ao dizer isto, a Igreja Católica não pretende faltar de compreensão e
benevolência nomeadamente para com a mãe; trata-se, antes, de velar para que a
lei não chegue a alterar, injustamente, o equilíbrio entre o igual direito à vida
que possuem tanto a mãe como o filho nascituro", adicionou.
Bento XVI disse também que "fonte de preocupação a sentença recente da
Corte Interamericana dos Direitos do Homem relativa à fecundação in vitro, que
redefine arbitrariamente o momento da concepção e debilita a defesa da vida
pré-natal".
Com a sentença da CIDH dada perto do Natal em dezembro de 2012, o tribunal
sentenciou a favor da fecundação in vitro e abriu as portas a despenalização do
aborto em toda a América Latina ao afirmar que "o embrião não pode ser
entendido como pessoa" e redefinindo a concepção, assegurando que esta
"começa desde o momento em que o embrião se implanta no útero".
O Santo Padre questionou assim a sentença da CIDH, presidida pelo peruano
Diego García Sayán, duramente criticada pelos Bispos costa-riquenhos que
consideram a medida do tribunal como "um lamentável exemplo da ideologia
da cultura de morte".
O Papa disse também que "sobretudo no Ocidente, encontram-se
infelizmente numerosos equívocos sobre o significado dos direitos humanos e
seus correlativos deveres".
"Os direitos se confundem com frequência com manifestações exacerbadas
de autonomia da pessoa, que se torna auto-referencial, deixando de estar aberta
ao encontro com Deus e com os outros para se fechar sobre si mesma buscando
satisfazer as suas próprias carências; ao passo que a defesa dos direitos, para
ser autêntica, deve ao invés considerar o homem na sua integridade pessoal e
comunitária".
O Santo Padre recordou que "a construção da paz passa, sem cessar, pela
tutela do homem e dos seus direitos fundamentais. Embora com modalidades e
graus diversos, esta tarefa interpela todos os países e deve ser constantemente
inspirada pela dignidade transcendente da pessoa humana e pelos princípios
inscritos na sua natureza. Entre estes, ocupa o primeiro plano o respeito pela
vida humana, em todas as suas fases".
A este propósito, indicou, "alegrei-me com a Resolução da Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa que, em Janeiro do ano passado, pediu a
proibição da eutanásia, entendida como a morte voluntária, por ação ou omissão,
de um ser humano em condições de dependência".
Fonte: ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário