sexta-feira, 14 de março de 2014

Maçonaria comanda guerra contra civilização cristã



No dia seguinte ao da publicação da encíclica através da qual Leão XIII denunciou novamente ao mundo a franco-maçonaria como sendo o agente secreto da guerra contra a Igreja e contra toda a ordem social, o Bulletin de la Grande Loge Symbolique Écossaise exprimiu o pensamento da seita nestes termos:

“O mínimo que a franco-maçonaria pode fazer é agradecer ao Soberano Pontífice sua última encíclica. Leão XIII, com uma autoridade incontestável e com grande luxo de provas, acaba de demonstrar, mais uma vez, que existe um abismo intransponível entre a Igreja, da Qual ele é o representante, e a Revolução, da qual a franco-maçonaria é o braço direito. É bom que aqueles que estão hesitantes parem de entreter vãs esperanças. É preciso que todos se habituem a compreender que é chegada a hora de OPTAR entre a ordem antiga, que se apoia na Revelação, e a nova ordem, que não reconhece outros fundamentos que não sejam a ciência e a razão humana, entre o espírito de autoridade e o espírito de liberdade”.

Também La Lanterne, órgão oficioso de nossos governantes e da maçonaria, não cessou de dizer todos os dias e em todos os tons: “Antes de qualquer outra questão, antes da questão social, antes da questão política, é preciso terminar de vez com a questão clerical. É a chave de todo o resto. Se cometermos o crime de capitular, de retardar nossa ação, de deixar o adversário escapar, logo o partido republicano e a República estarão perdidos... A Igreja não nos permitiria recomeçar a experiência. Ela sabe hoje que a República ser-Lhe-á mortal, e se esta não A matar, é Ela que matará a República. Entre a República e a Igreja existe um duelo de morte.


Apressemo-nos em esmagar a infame, ou resignemo-nos a deixar a liberdade sufocada durante séculos”.

Sob vão pretexto, acontece uma revolta em Barcelona; incêndios e massacres forçam o governo espanhol a colocar a cidade em estado de sítio... O instigador Ferrer é preso. Em vez de ser fuzilado incontinenti, é entregue ao tribunal militar, que o condena à morte. O julgamento é ratificado. Despachos mentirosos são enviados aos jornais de todos os países: Ferrer não foi julgado segundo as leis. Seu defensor não pôde agir amplamente. O clero, o próprio Papa são envolvidos. “A mão sangrenta da Igreja, parte no processo, escreve La Lanterne, conduziu tudo; e os soldados do rei da Espanha limitam-se a executar Suas vontades. Todos os povos devem se revoltar contra essa religião de morte e de sangue”. Em apoio, uma caricatura representa um padre segurando um punhal. Ameaças de represálias, de assassinato do rei e do Papa chovem em Madri e em Roma. Petições circulam em Paris, Roma, Bruxelas, Londres, Berlim, para protestar contra o julgamento. Ferrer é executado. Logo se produzem manifestações, várias sangrentas, nas principais cidades da França e de todos os países europeus.

Os governantes são interpelados nos diversos parlamentos, protestos são assinados pelos Conselhos departamentais, municipais. Cinquenta e sete cidades da França decidem dar o nome de Ferrer a uma de suas ruas.

A “espontaneidade” e o conjunto prodigioso dessas manifestações por uma causa estranha aos interesses dos diversos países indica uma organização que se estende a todos os povos, tendo capacidade de ação até nas mais humildes localidades. Entre as peças do processo de Barcelona, uma há que estabelece que Ferrer pertencia à grande loja internacional, o misterioso centro de onde se exerce sobre o mundo o poder oculto da Maçonaria.

OBS do blog: Isso mostra como funciona até hoje nos meios de comunicação a nível mundial, sempre tentando difamar e caluniar a imagem da Igreja perante a sociedade, fica claro agora como esse processo é antigo e quem o comanda.

O conselho da ordem do Grande Oriente de Paris enviou a todas as suas oficinas e a todas as potências maçônicas do mundo, um manifesto de protesto contra a execução de Ferrer. Nele o conselho reivindicava o revoltoso como um dos seus: “Ferrer era um dos nossos. Ele sentiu que a obra maçônica exprimia o mais alto ideal que pode ser dado ao homem realizar. Ele afirmou nossos princípios até o fim. O que se quis atingir nele foi o ideal maçônico”.

O Grande Oriente da Bélgica apressou-se em responder ao manifesto do Grande Oriente da França: “O Grande Oriente da Bélgica, partilhando os nobres sentimentos que inspiraram a proclamação do Grande Oriente da França, se associa, em nome das lojas belgas, ao protesto indignado que este dirigiu à Maçonaria universal e ao mundo civilizado contra a sentença iníqua pronunciada e impiedosamente executada relativamente ao Irmão Francisco Ferrer”.

O Grande Oriente italiano e outros sem dúvida fizeram o mesmo: “Francisco Ferrer, honra da cultura e do pensamento modernos, apóstolo infatigável da ideia laica, foi fuzilado por ordem dos Jesuítas, no horrível calabouço da fortaleza de Montjuich, no qual ainda ressoam os gritos de inumeráveis vítimas... Um frêmito de horror percorreu o mundo, que, num sublime impulso de solidariedade humana, amaldiçoou os autores conhecidos e ocultos da morte e os vota à execração e à infâmia”.

O comitê central da Liga maçônica dos direitos do homem, reunido em sessão extraordinária em 13 de outubro de 1909, decidiu erguer um monumento à memória de Ferrer, “mártir do livre pensamento e do ideal democrático”. Ele convidou todas as organizações do livre pensamento a contribuírem para a realização desse projeto, e resolveu erguê-lo em Montmartre, em frente à igreja do Sagrado Coração.

A maçonaria declarou, pois, em palavras e em atos que ela considerava e defendia Ferrer como a encarnação do “ideal maçônico”. Qual era o ideal de Ferrer? Ele mesmo o proclamou em maio de 1907, na revista pedagógica Humanidad Nueva, na qual expôs os princípios da “Escola moderna” que acabava de fundar com dinheiro pouco lealmente conseguido de um católico praticante e mesmo piedoso.

“Quando tivemos, faz seis anos, a imensa alegria de abrir a Escola Moderna de Barcelona, apressamo-nos em divulgar que seu sistema de ensino seria racionalista e científico. Queríamos prevenir o público de que, sendo a ciência e a razão antídotos de todo dogma, não ensinaríamos em nossa escola nenhuma religião...

 “Se as classes trabalhadoras se libertassem dos preconceitos religiosos e conservassem o da propriedade tal como existe no momento, se os trabalhadores acreditassem sem cessar na parábola que sempre haverá pobres e ricos, se o ensino racionalista se contentasse em disseminar noções sobre higiene e as ciências em preparar somente bons aprendizes, bons operários, bons empregados em todas as profissões, nós continuaríamos a viver mais ou menos sãos e robustos com o modesto alimento que nos proporcionaria nosso módico salário, mas não deixaríamos de ser sempre os escravos do capital.

“Nosso racionalismo combate as guerras fratricidas, sejam internas, sejam externas, a exploração do homem pelo homem; ele luta contra o estado de servidão no qual se encontra atualmente colocada a mulher em nossa sociedade; em uma palavra, ele combate os inimigos da harmonia universal, como a ignorância, a maldade, o orgulho e todos os vícios e defeitos que dividem os homens em duas classes: os exploradores e os explorados”.

Numa carta endereçada a um de seus amigos, Ferrer manifestava de maneira ainda melhor o pensamento de sua escola: “Para não atemorizar as pessoas e para não fornecer ao governo um pretexto para fechar meus estabelecimentos, eu os chamo Escola Moderna e não Escola de Anarquistas. Porque a finalidade de minha propaganda é, confesso-o francamente, formar em minhas escolas anarquistas convictos. Meu desejo é convocar a revolução. No momento, todavia, devemos contentar-nos em implantar no cérebro da juventude a ideia do saque violento. Ela deve aprender que não existe, contra os policiais e a tonsura, senão um único meio: a bomba e o veneno”.

“Companheiros, sejamos homens, esmaguemos esses infames burgueses... Antes de construir, arruinemos tudo... Se entre os políticos alguns apelarem à vossa humanidade, matai-os... Abolição de todas as leis... expulsão de todas as comunidades religiosas... Dissolução da Magistratura, do Exército e da Marinha...Demolição das igrejas..”

Leão XIII expôs nestes termos o fim que essa organização internacional persegue: “O desígnio supremo da franco-maçonaria é DERRUBAR DE ALTO A BAIXO toda a disciplina religiosa e social nascida das instituições cristãs, E DE SUBSTITUÍ-LA POR UMA NOVA DISCIPLINA, moldada segundo sua ideia, cujos princípios fundamentais e leis são emprestados do NATURALISMO”.

A ideia de substituir a civilização cristã por uma outra civilização baseada no naturalismo, nasceu, dissemos, na metade do século XIV; um esforço sobre-humano, continuado até nossos dias, foi tentado para realizá-la no fim do século XVIII.

No entanto, indícios sérios permitem acreditar que a ideia dos humanistas foi recolhida pela franco-maçonaria. Existisse a maçonaria ou não antes deles, ela tentou a realização dos seus desígnios no século XVIII e retomou-os em nossos dias com a
experiência que seu insucesso lhe conferiu.

Os franco-maçons pretendem fazer remontar suas origens ao templo de Salomão, e mesmo serem os herdeiros dos mistérios do paganismo. A segunda geração dos humanistas, mais ainda do que a primeira, introduziu nos espíritos uma maneira absolutamente pagã de conceber a existência. Essa tendência devia enfim provocar a resistência da autoridade suprema da Igreja. Foi o que aconteceu sob o reinado de Paulo II. Este Papa renovou o corpo dos [abréviateurs] da chancelaria, fazendo sair todos os que não eram de uma integridade e de uma honestidade perfeitas. Essa medida levou aos últimos limites a cólera dos que lhe sofreram as consequências. Durante vinte noites consecutivas eles assediaram as portas do palácio pontifício, sem conseguirem ser recebidos. Um deles, Platina, escreveu então a Papa para ameaçá-lo de ir procurar os reis e os príncipes, e de convidá-los a convocarem um concílio diante do qual Paulo II teria que se desculpar por sua conduta. Essa insolência acarretou-lhe a prisão na fortaleza Santo-Anjo.

Os demais fizeram reuniões na casa de um deles, Pomponius Letus, do qual Pastor diz que “jamais talvez um sábio tenha impregnado sua existência de paganismo antigo no mesmo grau que ele”. Ele professava o mais profundo desprezo pela religião cristã e não cessava de se derramar em discursos violentos contra seus ministros”.

Essas reuniões deram nascimento a uma sociedade que eles chamaram Academia Romana. Uma multidão de jovens, pagãos de ideias e de costumes, juntaram-se a ela. Ao entrar nesse cenáculo, eles abandonavam seus nomes de batismo para tomar outros, tirados da antiguidade, e escolhidos mesmo entre os mais mal afamados. Ao mesmo tempo, apropriavam-se dos mais escandalosos vícios do paganismo. Valateranus reconheceu que essas reuniões e as festas que aí se celebravam eram “o início de um movimento que devia encaminhar-se para a abolição da religião”.

O historiador Gregovorius não hesita em chamar essa Academia de “loja de franco-maçons clássicos”. A Academia tinha escolhido as trevas das catacumbas para melhor esconder da autoridade a sua existência; e dando aos seus chefes os títulos de “padre” e de “Soberano Pontífice”, manifestava não ser uma sociedade literária, mas uma espécie de igreja em oposição à Igreja Católica, uma religião, essa religião humanitária ou essa religião da Natureza com a qual a Revolução quis, mais tarde, na França, substituir a religião de Deus Criador, Redentor, Santificador; e cuja adoção por todo o gênero humano, como veremos, a seita almeja.

À impiedade e à licenciosidade pagãs eles tinham dado por companheira a ideia republicana. Num dos últimos dias de fevereiro de 1468, Roma soube, ao despertar, que a polícia acabava de descobrir uma conspiração contra o Papa e de realizar numerosas prisões, principalmente entre os membros da Academia. O projeto consistia em assassinar Paulo II e proclamar a república romana.

É ao século XVI, diz N. Deschamps, ao ano de 1535, que remonta o mais antigo documento autêntico das Lojas maçônicas. Ele é conhecido pelo nome de Carta de Colônia. Ele nos revela a existência, já antiga, que remonta talvez a dois séculos, de uma ou de várias sociedades secretas que existiam clandestinamente nos diversos Estados da Europa, e em antagonismo direto com os princípios religiosos e civis que tinham formado a base da sociedade cristã.

Tudo é notável nesse documento: os fatos, as ideias e os nomes dos signatários. Ele nos revela a existência e a atividade, há pelo menos um século o que nos leva além de Paulo II e da sociedade secreta dos humanistas , de uma sociedade que já se estende a todo o universo, cercada do mais profundo segredo, que tem iniciações misteriosas, obedece a um chefe supremo ou patriarca, conhecido apenas de alguns mestres.

“Não obedecendo a nenhum poder do mundo, dizem os signatários, e submissos somente aos superiores eleitos de nossa associação espalhada pela terra inteira executamos suas incumbências ocultas e suas ordens clandestinas através de um intercâmbio de cartas secretas e por seus mandatários encarregados de missões
expressas”.

Dizem eles não permitir acesso a seus mistérios senão àqueles que foram examinados e aprovados e que se ligarão e consagrarão às suas assembleias mediante juramentos.

Caracterizam a distinção entre eles e o mundo profano através destas palavras que encontramos em todos os documentos da maçonaria: “O mundo iluminado” e “o mundo mergulhado nas trevas”, palavras que exprimem a totalidade da franco-maçonaria, porque sua finalidade é fazer passar das trevas do cristianismo à luz da pura natureza, da civilização cristã à civilização maçônica.

Desses fatos vemos surgir uma probabilidade séria, no sentido de que a franco-maçonaria teve uma parte muito importante no movimento de ideias que se manifestou na Renascença, e que quis se impor à sociedade cristã através da Reforma, seja por existir ela antes, seja porque ela deva sua existência aos humanistas, que a teriam criado precisamente para nela encarnar, de alguma maneira, sua concepção de vida da sociedade.

Nas suas origens a franco-maçonaria devia estar envolta num segredo muito mais impenetrável do que lhe é possível hoje, após a ação contínua durante vários séculos; daí a dificuldade em recuperar suas pistas. Mas a participação que ela teve na Revolução dá aos indícios que acabamos de recolher um valor probante que por si próprio não seria tão grande; porque foi o pensamento dos humanistas, tal como o vimos, que a Revolução quis realizar com a destruição da Igreja Católica e com o estabelecimento do culto da natureza.

Durante muito tempo os historiadores afastaram deliberadamente a franco-maçonaria da história; e por essa razão apresentaram a Revolução sob uma perspectiva falsa e enganadora.

As maquinações da franco-maçonaria nestes últimos tempos despertaram a atenção. Vemo-la preparar-nos novas reviravoltas e novas ruínas. Perguntamo-nos se as infelicidades e os crimes que marcaram o fim do século XVIII não lhe são imputáveis. Maurice Talmeyr proferiu recentemente uma conferência que publicou em seguida em brochura, sob o título La Franc-Maçonnerie et la Révolution Française. Copin Albancelli, Prache e outros aplicaram-se, em diferentes publicações, em fazer sair das trevas cuidadosamente cultivadas, a participação que as sociedades secretas tiveram na Revolução. Para a sua demonstração puderam aproveitar a obra publicada, há trinta anos, por N. Deschamps, sob o título Les Sociétés Secrètes et la Société, completada em 1880 por Claudio Jannet. E estes tinham oferecido larga contribuição com uma obra anterior, publicada em plena Revolução, em 1789, por Barruel: Mémoires pour servir à l'histoire du jacobinisme.

Essas Mémoires não oferecem, como o título poderia fazer crer, documentos relacionados à história dos crimes cometidos pelos jacobinos; o que Barruel, nos seus cinco volumes, se aplicou em fornecer aos futuros historiadores do Terror, foram as informações que lhes permitiriam estabelecer o ponto de partida, os agentes primeiros e as causas ocultas da Revolução. “Na Revolução Francesa, diz ele, tudo, até suas perversidades mais pavorosas, tudo foi previsto, meditado, combinado, resolvido, estabelecido; tudo foi efeito da mais profunda maldade, posto que tudo foi amargo, dos homens que possuíam, sozinhos, o fio das conspirações urdidas nas sociedades secretas, e que souberam escolher e apressar o momento propício às conjurações”.

A convicção dessa premeditação e dessas conspirações resulta da leitura de seus cinco volumes. No início do quarto, no “Discurso preliminar”, ele pergunta: “Como os adeptos secretos do moderno Spartacus (Weishaupt) presidiram todas as perversidades, todos os desastres desse flagelo de pilhagem e de ferocidade chamado “Revolução”? Como presidem eles ainda todos aqueles que ela medita para consumar a dissolução das sociedades humanas?

Aquilo que está acontecendo, aquilo a que nós assistimos, é o segundo ato do drama que começou no século XVIII, para realizar a ideia da Renascença: substituir a civilização cristã por uma civilização dita moderna. É a mesma Revolução, reavivada em seu fogo, com a intenção, que Barruel já observara, de espalhar o incêndio a todo o mundo. Ele nos mostra esse desígnio, essa vontade, expressos desde o começo do século XVIII. Poderão os conjurados alcançar seus objetivos? É segredo de Deus, mas também nosso. Porque o estratagema da Revolução depende do uso que nós quisermos fazer de nossa liberdade, assim como dos decretos eternos de Deus.





A Conjuração Anticristã - O Templo Maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da I g r e j a C a t ó l i c a (Tomo I) - Monsenhor Henri Delassus.

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