Publicado em 7 de Janeiro de 2016: Tradução: Gercione Lima
O "complô para mudar o Catolicismo" (título do New York Times), que é o verdadeiro projeto do Papa argentino, ou seja, transformar a Igreja em uma sucursal do jornal "A República" e do Greenpeace, ganhou a aprovação entusiástica de todos os mais acirrados inimigos da fé católica.
Mas para ter sucesso nesse intento, precisa do apoio absoluto do povo católico. Só que este povo está no lado oposto dos progressistas bergoglianos e - embora bombardeados pela mídia - preferem ficar do lado de Padre Pio do que dos “esquerdistas".
E não foi por acaso que em 2014 caiu pela metade sua participação nas audiências de Bergoglio e já em 2015 se reduziu pela metade os de 2014. Uma verdadeira fuga.
Por isso no Vaticano saíram com a ideia de um novo Jubileu: era necessário inventar um meio para sanar a dramática queda no comparecimento em torno ao papa Bergoglio.
ENCONTROS "MEDIEVAIS"
Certo, o Jubileu é um ritual nascido na Idade Média, fez com que surgisse Lutero (com as acusações sobre as indulgências) e é totalmente o oposto da mentalidade de Bergoglio que ama mais a companhia de Eugenio Scalfari ou do centro social Leoncavallo ou Fidel Castro ou os teólogos da libertação do que o povo Católico Wojtyliano e Ratzingeriano.
Mas o objetivo era mostrar que em torno a Bergoglio existe um plebiscito permanente e que para ser bem sucedido, ele chega a suportar até mesmo o "cheiro das ovelhas Católicas".
No entanto, o jubileu provou ser um fracasso desde o seu início. O povo cristão percebeu seu nascimento em "tubo de ensaio", para fins "políticos", fora da tradição (a bula é ainda ambígua sobre as indulgências). E a comparação com a afluência do Jubileu do ano 2000, de João Paulo II, foi desde o início devastador para Bergoglio.
Até mesmo o Dia da Família do dia 30 de janeiro, mostrou que o povo Católico ama e segue ainda os ensinamentos de João Paulo II e Bento XVI e de fato aquele mesmo povo se deparou com a hostilidade gelada do Papa Argentino que teimosamente o ignorou e o boicotou.
Como é que depois de tudo isso eles ainda esperavam "forçar" o povo de Deus a aplaudir os triunfos mundanos de Bergoglio?
A idéia saiu mais uma vez da mente de Mons. Fisichella, o qual é muito zeloso em agradar o Soberano: visto que os corações das pessoas batem pelos santos da tradição, levemos à Roma as relíquias dos santos mais populares e queridos como Padre Pio.
E, de fato o povo veio em massa: só ontem mais de 80.000 pessoas, um mar de fiéis. O site da "República" foi comicamente intitulado "Multidão em São Pedro pelo papa."
Mas - apesar dos esforços de propaganda deste jornal - todos sabem que a enorme multidão não estava na Praça de São Pedro por causa de Bergoglio (na verdade, sua audiência da última quarta-feira estava deserta): estava lá por Padre Pio.
O evento é excepcional por muitas razões, e cria tantos embaraços.
DESPREZO DE HOJE
Antes de mais nada é um embaraço para a mídia e intelectuais seculares que vêem Padre Pio e a religiosidade popular como uma peste. Só que é difícil desta vez ridicularizar o evento porque era o seu favorito, Bergoglio, que quis esta iniciativa.
O Oscar do secularismo foi conquistado pelo jornal esquerdista “Il Fato Quotidiano” com um título de desprezo publicado na sexta-feira: "Quem precisa do Isis? Nossa Idade Média está aqui com Padre Pio."
Deixemos de lado a referência ao ISIS ... Um conhecimento mofado é a única idéia aproximada da Idade Média. Deveríamos responder-lhes que, de fato, a Idade Média está sempre entre nós e nos deixou um enorme patrimônio artístico (do qual gozamos e que com ele lucramos).
Mas está também no meio de nós porque os hospitais, universidades, bancos e catedrais foram inventados precisamente nas "trevas" da Idade Média. E da mesma forma, a idéia de Europa, a liberdade comunitária, a economia de mercado e a soberania popular.
A cultura clássica nos foi transmitida a partir da "perversa" Idade Média e ali também nasceram a tecnologia e a ciência, junto com a música (em sua forma moderna).
Mesmo a Divina Comédia – que talvez alguns leigos acreditam ter nascido de Roberto Benigni - vem do gênio medieval de Dante Alighieri, que literalmente "inventou" a língua italiana.
DESPREZO DE ONTEM
Aquele povo de hoje, reunido em torno a Padre Pio, é o mesmo povo Católico que há 70 anos foi ridicularizado pelos intelectuais "iluminados" que zombavam da “Itáliazinha das procissões e das Madonnas peregrinas ".
E enquanto os "intelectuais" (que muitas vezes tinham sido fascistas) se enfileiravam com a Frente Popular Togliatti e Stalin, os quais preparavam para a Itália um futuro de Tchecoslováquia, as pessoas humildes e camponesas, ouvindo seus párocos e Pio XII, salvaram o país ao votarem pela Democracia Cristã. Foram elas que colocaram o país para sempre no ocidente da democracia e da liberdade.
Por causa disso, um verdadeiro liberal, Benedetto Croce, após o 18 de Abril de 1948, era capaz de dizer àquela intellighentsia: "Agradeça àquelas beatas das quais vocês riem, pois se não fossem por elas, hoje vocês não seriam livres”.
Em suma, enquanto os intelectuais "iluminados" estavam do lado daqueles que ameaçavam a liberdade e a civilização, foi justamente o povo devoto e desprezado que salvou o país.
Isso também foi possível graças à personalidade daqueles que como Padre Pio contribuíram decisivamente para que naquela eleição o comunismo fosse derrotado.
HORROR COMUNISTA
Padre Pio conhecia bem os crimes dos regimes comunistas, a devastação espiritual do ateísmo marxista e a mentira repugnante dos partidos comunistas que enganavam os pobres. E não se calava.
E mesmo nessas coisas, o santo capuchinho é exatamente o oposto de Bergoglio que nunca perde uma oportunidade de "flertar" com os piores tiranos comunistas, seja os irmãos Castro em Cuba (onde o papa argentino desprezou dissidentes e perseguidos enquanto homenageou o déspota) seja o regime vergonhoso comunista chinês, um regime genocida, sobre o qual Bergoglio deu uma entrevista nos últimos dias ao "Asia Times", no mínimo constrangedora.
Nessa entrevista ele ficou totalmente calado sobre as questões da liberdade e sobretudo da liberdade religiosa, mas não poupou palavras - como foi observado por Sandro Magister – para absolver efusivamente a China de seus pecados do passado, presente e futuro, exortando-a a ser" misericordiosa consigo mesma "e "aceitar seu próprio caminho para o que devia ser" como "água corrente" que purifica tudo, até mesmo as milhões de vítimas que o papa nunca menciona, nem mesmo veladamente ".
Um pronunciamento que foi recebido com entusiasmo pelos opressores comunistas. Os carrascos são sempre preferidos às vítimas.
Mas Padre Pio e Bergoglio são o oposto, sobretudo porque Padre Pio representa aquela Igreja Católica fiel à sua doutrina e a tradição que Bergoglio quer ver desmantelada.
MISERICÓRDIA
O próprio nome que o frade de Gargano - Pio, tomou à entrada da vida religiosa - foi destinado a homenagear São Pio X, ou seja, o Papa que mais combateu o Modernismo,. Exatamente o papa mais odiado pelos progressistas que hoje estão no poder das salas do Vaticano.
Bergoglio afirma que ele trouxe as relíquias de Padre Pio a Roma para o Jubileu, como um símbolo de misericórdia. Mas a misericórdia testemunhada por Padre Pio - ao contrário da de Bergoglio - era inseparável da justiça e da verdade.
Padre Pio dizia temer a misericórdia, porque dela se podem abusar. Seu ensino espelha o de João Paulo II (com St. Faustina) e Bento XVI.
O santo frade acrescentou: "A caridade sem verdade e sem a justiça que é a Verdade, não pode existir. Deus é a Verdade, mesmo antes de ser Caridade".
Palavras intragáveis para o partido bergogliano acariciado pelo radical chic.
De resto, assim como Padre Pio foi "perseguido" por certos eclesiásticos "iluminados", igualmente hoje Bergoglio persegue duramente os mais autênticos filhos espirituais de Padre Pio, ou seja, os frades franciscanos da Imaculada de Padre Stefano Maria Manelli que foram quase liquidados pelo papa Argentino.
Hoje Padre Pio está sendo "usado" por Bergoglio como atração para trazer a multidão em torno a si próprio, mas corre o sério risco de ser interpelado por algumas de suas "surpresas". Poderia muito bem acabar que Padre Pio faça o milagre de converter alguém no Vaticano.
Fonte: Antonio Socci - PERCHE’ PADRE PIO E’ L’OPPOSTO DI BERGOGLIO (il ritorno dei pellegrini a Roma per il santo stigmatizzato) - Lo Straniero
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