Nota
do tradutor – Com as postagens a seguir, intituladas “Falam os exorcistas”,
pretende-se proporcionar aos leitores informação sobre um tema cada dia mais
premente, o da influência demoníaca na vida do ser humano, responsável pela
quase totalidade dos males hodiernos. O intuito é o de entender como o
satanismo especialmente a partir das últimas três centúrias, vem dominando
praticamente todas as esferas da vida humana, da religiosa à civil, trazendo
consequências a nível individual, familiar e coletivo; isto dito por quem lida
direta e indiretamente com os “dominadores deste mundo tenebroso” (Ef VI, 12).
As informações, altamente necessárias a todos, crentes e não crentes, servirão
para nos colocar diante da verdade: sobre nós e sobre os que nos cercam; tendo
em conta o revelado à Santa Brígida da Suécia, que a Igreja utiliza em sua liturgia: “(...) Suplico-Vos,
meu Salvador, livrai-me de todos os meus inimigos visíveis e invisíveis e fazei-me chegar, com vosso
auxílio, à perfeição da salvação eterna”. É disto que se tratará nas postagens
a seguir, vindas em boa hora para que a Verdade possa de fato libertar os –
cada vez crescentes – milhões de cativos mundo afora, mesmo fora das prisões
institucionais; portanto, eu, você, e muitos mais.
†
Porta aberta ao demônio – 2ª porta
R.P
Paul Marie de Mauroy*
As Feridas da
Infância
Primeiro momento
A
segunda porta aberta trata-se das feridas da infância. A experiência mostra que
quando uma criança é ferida na infância, mais tarde pode ser que, sem ter
nenhuma ligação com o demônio, seja por ele agredida.
As
feridas da infância podem ser más dispostas, mas a pessoa não é vítima da
agressão do demônio, porque provavelmente tais feridas ocultam sentimentos que
não são bons, por exemplo o rancor, a maldade e o mau juízo sobre as pessoas.
A
criança cresce com estes sentimentos, mas não se apercebe que estão ali, e mais
tarde estas disposições, sobretudo em seu juízo interior, ainda que não expresse
os juízos sobre os que a fizeram mal, o demônio pode se servir deles para
agredir as pessoas.
Segundo momento
No
segundo momento da segunda porta aberta ao demônio, como podemos saber se uma
pessoa adquire feridas na infância que não são curadas? Porque Deus pode curar
as feridas da infância sem nossa ajuda. Desta forma, quando uma pessoa foi
ferida na infância devemos verificar se essas feridas são curadas ou não.
A
experiência nos mostra que são sintomas físicos, como vimos no caso do peso das
gerações passadas, porém, que pode ter outras explicações. Mas, quando os
sintomas são fortes, cuja medicina não logra explicar, mas que estão presentes,
se pode afirmar se tratarem das feridas da infância.
Primeiro
sintoma: no coração. O órgão físico, não o plexo (cardíaco),
mas o coração. Quando uma pessoa, sente às vezes, não continuamente, mas de vez
em quando o coração um pouco angustiado, um pouco oprimido.
Segundo
sintoma: a taquicardia. Isto é, o coração que começa a bater
fortemente acelerado, mesmo que pessoa não tenha se movimentado, se emocionado,
esteja angustiada. Pode ser provocado por uma briga, uma discussão dos pais na
frente da criança, de modo desproporcionado.
Terceiro
sintoma: no coração. Como se uma pessoa sentisse uma pontada
no coração. São sintomas das feridas da infância pelo lado materno. O coração é
um pouco estreito, um pouco apertado, isto é um sinal de que a mãe não deu a
atenção necessária ou suficiente. Não se trata de julgar os pais, isto não tem
nada a ver. Porque às vezes as feridas são subjetivas, isto é, basta que a
criança tenha vivido uma experiência negativa que a feriu. São feridas de
abandono ou negligencia das mães.
Depois,
existem outros três sintomas, que se manifestam no ventre (região do estômago).
De vez em quando a pessoa é constipada ou pode ser diarreica. Estes dois
sintomas no ventre são sinais das feridas da infância do lado paterno. Se se
teve um pai muito ausente... não falo da ausência física, pode estar na casa, mas
não fala nunca com as crianças, não brinca mais com as crianças; isto é uma
insensatez.
Ou
pode ser um pai muito severo, muito autoritário. Aqui não se trata de julgar as
pessoas, porque se um pai é muito severo, é muito provável que ele tenha tido
um pai também severo. Portanto, ele transmite por conseguinte somente o que
recebeu. Não é culpa sua, mas as crianças são feridas. Claro, estes sintomas
podem ter [também] outras explicações.
Pergunto
quando uma pessoa que sente os sintomas no coração vai ao cardiologista, e o
cardiologista diz: “está tudo perfeito, não tem nada”. Mas a pessoa sente as
dores que não são frequentes. Do ventre, da mesma forma, se vai ao médico se
faz análises, por exemplo, uma colonoscopia, e não se vê nada, tudo está
perfeito. São típicos das feridas da infância.
Terceiro momento
Como
se faz para fechar esta porta ao demônio. Foi descoberto que se trata da cura
interior. De curar as feridas da infância. Aqui, uma psicoterapia pode ajudar,
mas às vezes as feridas são profundas, sobretudo quando a criança é sensível,
assim que uma terapia não é suficiente. É preciso outra coisa.
Existe
uma segunda maneira para curar as feridas da infância, que é uma oração de cura
carismática[1],
que conheço, que é impor as mãos sem tocar na pessoa, e se pede a Deus Espírito
Santo a cura para a pessoa.
Depois,
uma terceira maneira, agora mais profunda, é ter uma conversa com a pessoa para
ajudá-la a entrar no amor de Deus. Alguém que foi ferido na sua infância não
conhece o amor de Deus. O conhece pela fé, porém, não chega a viver o amor de
Deus. Assim, se trata de fazer uma oração mais prolongada, de cunho mais
espiritual, buscando-se algumas passagens bíblicas, sobretudo o mistério da
cruz, mostrando o quanto Deus nos ama através das passagens das Escrituras, e
com isso se cura [a pessoa] profundamente.
Se
pode ainda [acrescentar] uma quarta maneira: rezar uma novena à [Virgem] Maria,
que sara os nós. E se deve dizer a novena com a intenção de ser curado das
feridas da infância, seja do lado paterno, seja do lado materno.
Se
acaso estas feridas da infância não são totalmente curadas se deve repetir a
novena para a cura, repetir ainda a oração mais longa de cura interior, ou
também a psicoterapia, pois, ainda que o retorno à análise possa ajudar, há que
ter paciência.
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* Padre Paul Marie de Mauroy C.S.J. É irmão da Congregação São João. formado em Filosofia e Teologia. Nomeado exorcista diocesano para a diocese de Toulon em 1994, preside a IAD (Associação Internacional para Libertação) sendo ainda conselheiro da IEA (Associação Internacional de Exorcistas).
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[1]
Neste ponto há que ressaltar que se trata antes do corpo de orações e rituais
litúrgico-sacramentais que a Igreja ao longo dos séculos foi, por inspiração do
Espírito Santo, compondo e aprimorando, sendo próprio dos exorcistas a
praticarem, ainda que para tal possam se utilizar do auxílio de leigos.
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