sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A separação da Igreja e do Estado (A França pioneira)

O principal órgão do calvinismo, o Journal de Genève, por ocasião da convenção do Grande Oriente da França em 1906, confirmava nestes termos o que foi dito acima sobre a vontade da seita em aniquilar o cristianismo na França: “A Franco-Maçonaria está concentrada neste momento em Paris, onde quatrocentos delegados das diversas lojas do país deliberam. É um acontecimento de grande importância. Não é preciso esconder, com efeito, que a Franco-Maçonaria segura em suas mãos os destinos do país. Se bem que não conte senão com vinte e seis mil aderentes, ela dirige a seu bel-prazer a política francesa. Todas as leis de que o catolicismo se lamenta tão amargamente foram inicialmente elaboradas nas suas convenções. Ela as impôs ao governo e às Câmaras. Ela ditará todas as medidas destinadas a assegurar-lhes a aplicação.

Ninguém duvida disso, e nenhuma pessoa, nem mesmo as mais independentes,
ousariam contrariar de frente sua vontade soberana. Aquele que se permitisse apenas
desconhecê-la seria logo destruído. Desde que Roma dava ordens aos reis e aos
príncipes jamais se viu semelhante poder.

“A vontade da Franco-Maçonaria, ninguém mais o ignora, é destruir o catolicismo
na França. Ela não terá interrupção nem descanso enquanto não o tiver posto abaixo.
Todos os seus esforços tendem unicamente para essa finalidade”.

A Revolução já se dera por missão realizar esse desígnio.

Ela acreditou alcançá-lo com a constituição civil do clero. Através dela, separava
a Igreja da França de Roma e bem sabia que, abandonada a si mesma, a Igreja da
França não poderia subsistir muito tempo. O artigo IV do Título I da Constituição
rezava: É proibido a toda igreja ou paróquia de França e a todo cidadão francês
reconhecer, em qualquer caso e sob qualquer pretexto, a autoridade de um bispo
ordinário ou metropolitano, cuja sede estiver estabelecida sob o domínio de uma
potência estrangeira, nem a de seus delegados residentes na França ou em outra
parte”.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Lutero. Profeta ou Revolucionário? Pontos chave para um pensamento atual




Colunista Convidado: Martinho Lutero 500 Anos mais Tarde: Profeta ou Revolucionário? Pontos chave sobre um pensamento surpreendentemente atual.


Neste dia se cumprem os 500 anos do protesto de Martinho Lutero em Wittenberg, com suas 95 teses. É frequente retroceder até aquele 31 de outubro de 1517 –dia em que supostamente Lutero pregou essas 95 teses na porta da Catedral – como o começo da Reforma Protestante, se bem não todos os historiadores compartem esta visão. De fato, o verdadeiro ponto de inflexão luterano não o haveremos de encontrar no protesto de Lutero contra as indulgências, mas em sua “Experiência da Torre” (ou “do banheiro”, como o expressou Lutero, cf. Conversas à mesa, 3232c), a qual representa o Durchbruch, o ‘fragmento convincente’ da Reforma que se tornou ‘oficial’ no ano 1520, quando Lutero compôs sua De captivitate babilonica Ecclesiae, oferecendo sua nova doutrina sobre os sacramentos em relação à graça.

O evento para este aniversário foi recebido no mundo católico com uma emoção e um entusiasmo inesperados. Por exemplo, o cardeal Kasper, em um recente livro sobre Lutero considerado desde seu potencial ecumênico, nos convida a mirar ao antigo monge agostiniano como um novo São Francisco de Assis, quem simplesmente queria viver o Evangelho com seus irmãos; Lutero deveria ser enumerado “na longa tradição dos reformadores católicos que o precederam”. Recentemente, Monsenhor Galantino, secretário da Conferência Episcopal Italiana, disse que “a Reforma [Luterana] foi inspirada pelo Espírito Santo”.

sábado, 11 de novembro de 2017

Comunhão na mão: O grave problema

Resultado de imagem para ministra da eucaristia


Problemas de tradução? Missas voltadas para o povo? Mulheres ministras? Posturas?

Não, o maior e mais grave problema na liturgia da Igreja  - isto é, da “Forma Ordinária” ou da Missa de Paulo VI - é aquele que transcende a tudo isso, embora esteja relacionado: é a maneira em que se trata O Corpo de Cristo?

Esta deve ser a primeira questão a enfrentar em uma possível “reforma real da reforma”, que não se estabelece com um exemplo fugaz, mas com uma lei dura.
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Capítulo XIX – VERBO REPRESENTAR x VERBO SER [A “dura” doutrina da Eucaristia]






“Porque, qual é o bem (oriundo) dêle, e qual a sua formosura, senão o pão dos escolhidos e o vinho que gera virgens?” (Zac IX, 17)

Deixei para o final o ponto mais grave e temerário para alguém que permanece neste erro, isto é, na heresia protestante, possuindo uma ignorância vencível[1]. Há pelo menos 50 anos o que muito se vê na Igreja e no mundo é o discurso de tipo ecumênico[2]. Hoje fala-se mesmo em uma “missa ecumênica”, em que o elemento principal do culto divino por excelência desaparece; óbvio. No entanto, ao se definir dogmaticamente que Fora da Igreja não há salvação[3], um dos motivos para sua justificativa pode ser aqui – neste “elemento” – encon­trado com clareza e força argumentativa. Para discorrer sobre ele escolhi como instrumento de auxílio a gramática, uma vez que possui, compreensivelmente, ligação com o Verbo.

Mesmo os que – sem deméritos – não foram muito além da assinatura do nome, ou ainda os de inteligência aquém da média, quando ouvem pronunciar estes dois verbos sabem se tratar de ações distintas. Por isso, se você per­guntar a uma pessoa medianamente de posse de suas faculdades mentais quem ela é, jamais dirá estar ali a mando de alguém ou interpretando qual personagem teatral. Do mesmo modo, se se perguntar quem representa, não responderá seu nome, tampouco acrescentará algum dado pessoal a seu respeito. Aqui temos, pois, dois verbos distintos, o verbo representar e o verbo ser (que pode eventu­almente vir associado a outros como o “ter” ou o “tornar”). Muito simplesmente, o primeiro é aquilo que não é e o segundo aquilo que é. E com eles intentarei expor (en passant, o que é a proposta deste livro) um dos maiores e mais excelsos mistérios da fé católica, do Cristianismo e mesmo de toda a Criação[4], possuidor de uma característica única, que de forma especial diferenciará o Catolicismo de toda e qualquer religião: a Transubstanciação do pão e do vinho.

Antes, contudo, deixo a indicação de uma exposição em vídeo sobre a Eucaristia no Judaísmo, que considero sine qua non à compreensão deste tema. Com impressionante e mui inspirada precisão, o autor retira “coisas novas e velhas” (Cf. Mt XIII, 52) de um baú de mais de cinco mil anos. O leitor encontrará a referência do vídeo na nota de número 9 de meu artigo “As sutilezas de Deus ou a Confeitaria divina”[5].

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Missa ecumênica




Tradução de Airton Vieira – Para comemorar o V Centenário da apostasia luterana, na calçada católica, as Comunidades de Base e o movimento «Somos Igreja», se constituíram nos abandeirados do progressismo católico para levar –desde a base-, a plena realização os objetivos do falso ecumenismo.

A denominada hospitalidade eucarística, que consiste na participação conjunta entre membros das igrejas protestantes históricas e católicos, na «ceia do Senhor», chega a seu apogeu estes dias, com a aberta participação destes grupos progressistas no culto luterano:
É de sobra conhecido que em nossos dias mais que em tempos do heresiarca Lutero, uma ideia obsessiva move aos modernistas para acercar-se aos protestantes: uma fórmula que encontre nestes aceitaçãoisto é, que para chegar a um acordo comum, a Igreja Católica deveria renunciar à integridade do depósito da fé. Mas como podemos fazer concessões no que à Eucaristia se refere? Ou há Presença Real de Cristo ou não a há.

sábado, 4 de novembro de 2017

Capítulo XVIII – MÃE DE QUEM? “DO MEU SENHOR”! [Nossa Senhora]





“Ó Santa e imaculada virgindade, não sei com que louvores Vos possa exaltar; pois quem os céus não podem conter, Vós O levastes em vosso seio”

Os pontos mais controversos entre católicos e protestantes, como não poderia deixar de sê-lo, são os que tocam diretamente Mãe e Filho. Como nada há de oculto que não venha cedo ou tarde revelar-se, vamos presenciando nos dias atuais a “rédea solta” e desenfreada do ódio a este divino par, e de forma cada vez menos oculta ou disfarçada. Sinais dos tempos! No que diz respeito ao Filho, o mencionarei no próximo capítulo. Em relação à Mãe, basta com os exemplos das inúmeras imagens de Maria que como nunca vêm sendo profanadas, deste a destruição física por parte de protestantes, muçulmanos e pagãos[1], até sua nefasta utilização em apresentações “artísticas” e, o que é pior, em reuniões e cultos “ecumênicos” com direito à (triste) presença de nossos prelados. Nada que não se esperasse do pai das trevas e seus filhos.

À título de introdução, para se ter uma pequena ideia, nos estudos sobre Nossa Senhora, onde a Teologia destinou uma disciplina específica por nome Mariologia, há páginas já na casa dos milhares. E ainda não se disse tudo. Outrossim, depois do Santo Sudário de Turim (IT), o objeto mais estudado em todo o mundo é a manta de San Juan Diego na que se vê estampada, há mais de 500 anos, uma imagem da Virgem denominada de Guadalupe (ME), de origem sobrenatural. E isso nos diz alguma coisa.

Não poderia, por isso, ficar de fora deste trabalho tema tão candente. Aqui vai, com a devida vênia, meu “óbolo da viúva”.

Uma mãe segundo o real conceito do termo, em nenhum momento desejaria “aparecer” no lugar do filho. Isto, contudo, ocorrerá em civilizações como a nossa, onde predomina o pensamento antropocêntrico e pagão, em que as mulheres por ímpeto, vaidade ou algum complexo pré-fabricado começam por se sobrepor aos maridos e acabam por fazê-lo também em relação à prole. Mesmo ao ponto de eliminá-los. Tal atitude, porém, jamais refletiu o mo­delo de mãe como o Criador o pensou. De modo especial essa atitude jamais se associou ou poderia vir associada a Virgem Maria, objeto deste capítulo, pois toda a vocação desta Mãe, tudo o que fez e segue fazendo resume-se em sua célebre frase: “Fazei tudo o que êle vos disser” (Jo II, 1-12). E o Filho a atenderá, como sempre a atendeu, mesmo antes da hora.

Com o decorrer do tempo fui percebendo que tentar falar biblicamente de Maria aos protestantes (que dizem seguir a Bíblia) não produzia a com­preensão merecida. Mostrar passagens sublimes escritas ao louvor à Mãe de Deus e nossa Mãe, sua importância e dignidade, além do papel crucial na vida do Filho e, por consequência, de toda a humanidade, dentro de um mínimo de exegese e hermenêutica, caíam no vazio como “a pérola aos porcos”[2] ou “as coisas santas aos cães”[3], o que não deixava de ser lamentável.

Mas nessas horas vinha sempre em auxílio a admoestação de S. Paulo, a da insistência “a tempo e fora de tempo” (cf. 1 Tim IV, 1-4)... Pois bem, tente-se novamente, pois o tema, e as almas, merecem. Assim, convido-os a seguir caminho na abordagem desse que, ao tempo em que é um dos mais sublimes, é ainda um dos pontos de maior incompreensão entre os protestantes, pelo que a maioria deveria, à imitação dos judeus exilados, sentar e chorar às margens dos rios[4], pois muitos são os erros e injustiças que come­tem contra tão excelsa e sublime criatura.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Igreja do Vaticano II e Marinho Lutero

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa
É perfeitamente compreensível que haja tantos católicos da tradição chocados com as comemorações do 5º centenário da Revolução Luterana. De fato, é doloroso ver o Vigário de Cristo na Terra, o sucessor de Pedro, encabeçando e incentivando um ditirambo do asqueroso heresiarca.
A mim, pessoalmente, já beirando os 56 anos  de idade e tendo vivido cenas semelhantes nos tempos de João Paulo II, não me causa tanta surpresa ver a hierarquia empolgada com tudo isso. O que me causa mais revolta é ver nossas antigas igrejas, aquelas joias do gótico e do barroco, lugares sagrados e abençoados, ricos de tanto significado para os verdadeiros católicos, abrigando as orgias ecumênicas promovidas por hereges modernistas e luteranos mancomunados na perseguição contra os católicos, como se viu na expulsão de jovens belgas que rezavam o Rosário em desagravo contra a profanação de uma catedral sequestrada para uma esdrúxula cerimônia ecumênica  modernista-luterana.
Entretanto, é preciso dizer que é igualmente compreensível que a Igreja do Vaticano II celebre o 5º centenário da obra nefasta de Martinho Lutero. Afinal, sem Lutero e sua revolução, com todas as suas consequências, não se explica o Vaticano II, seus vários documentos e as múltiplas reformas que dele emanaram.

Vaticano de Bergoglio comemora Reforma Protestante com um selo

Isso é simplesmente repugnante. Eles nem fingem que não é uma verdadeira celebração de Lutero, como mostra a reprodução da hagiográfica imagem clara de Lutero e Melâncton (1).

(1) Melâncton – principal discípulo de Lutero e sucessor do luteranismo após a morte do mesmo.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

2 de Novembro. Comemoração dos Fiéis Defuntos





2 DE NOVEMBRO


Depois de se ter ontem alegrado por causa dos seus filhos que entraram na glória do Céu, a Igreja pede hoje por todos aqueles que, nos sofrimentos purificadores do Purgatório, esperam o dia em que poderão associar-se à assembleia dos santos. Nunca, em toda a sua liturgia, se afirma de modo mais vivo a misteriosa unidade que existe entre a Igreja triunfante, a Igreja militante, e a Igreja padecente. Jamais se cumpre de modo mais palpável o duplo dever de caridade e de justiça que é, para os cristãos, consequência de sua incorporação no Corpo Místico de Cristo. Em virtude do dogma tão consolador da comunhão dos santos os méritos e sufrágios de uns são aplicados a outros, a pedido da Igreja que, pela Santa Missa, indulgências, esmolas e sacrifícios de seus filhos, oferece a Deus os méritos superabundantes de Cristo e dos seus membros.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

1 de Novembro. Festa de Todos os Santos


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I de Novembro




FESTA DE TODOS OS SANTOS


 A Igreja, qie, no decurso do ano, celebra incessantemente as festas de todos os santos, reúne-os todos hoje, numa festa comum. Além dos que pode chamar pelo seu nome, ela evoca, numa visão grandiosa, a multidão inumerável dos outros << de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão>>, aclamando Aquele que os resgatou com o seu sangue.



A festa de Todos os Santos deve suscitar em nós uma imensa esperança. Dentre os santos do Céu há-os que nós conhecemos. Todos viveram na terra uma vida semelhante à nossa. Batizados, marcados com o sinal da fé, fiéis aos ensinamentos de Cristo, eles precederam-nos na pátria celeste e convidam-nos a ir ter consigo. Ao proclamar a sua felicidade, o evangelho das bem-aventuranças indica-nos a rota a seguir: só ela nos pode conduzir até lá.



Foi no oriente que se começou a celebrar a << memória de Todos os Santos>>, festa que se encontra no Ocidente no século VIII, em diversas épocas do ano. Segundo o Martiriológio Romano foi o Papa Gregório IV (827-844) que teve a honra de a estender a toda Cristandade; mas parece que já Gregório III (731-741) tinha tomado alguma decisão neste sentido. Por outro lado, comemorava-se em Roma no dia 13 de Maio a dedicação da basílica de S. Maria e de todos os mártires, o Panteão, templo de Ágripa dedicado a todos os deuses pagãos, para onde o papa Bonifácio IV tinha transladado muitas ossadas das catacumbas. Estes fato explica porque tantos textos da missa de hoje são tirados da liturgia dos mártires. O papa Gregório VII mudou-se para I de Novembro o aniversário desta dedicação.