quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Ensinamentos que podemos extrair da História da Igreja: breve retrospectiva dos erros dos papas


Ensinamentos que podemos extrair da História da Igreja: breve retrospectiva dos erros dos papas   


22/08/18 16:16 por Peter Kwasniewski

Tradução de Airton Vieira

Nota da Redação: uma versão anterior deste artigo se publicou em OnePeterFive em outubro de 2015, com o pseudônimo de Benedict Constable. Em função de certa polêmica (cuja natureza não vem ao caso), o artigo se retirou do blog, não sem que antes chegasse a um bom número de leitores e fosse qualificado elogiosamente como uma das exposições mais úteis redigidas até a data sobre a crise atual da autoridade eclesiástica. O autor efetuou numerosas correções ao artigo antes de publicá-lo, graças aos comentários de alguns leitores, entre os que se contam historiadores da Igreja e expertos em teologia dogmática. Nesta ocasião aparece com o nome real do autor.

Há católicos que não suportam que se critique um papa pelo menor motivo, como se o edifício da fé católica fosse desmoronar caso se demostrasse que um sucessor de São Pedro fosse um sem vergonha, um assassino, um fornicador, um covarde, um transigente ou um promotor de ambiguidades, heresias ou indisciplina. Nada poderia estar mais longe da verdade que afirmar que a fé se viria abaixo; é demasiado forte e estável para isso, já que não depende de ninguém que exerça o cargo de pontífice. Ao contrário, é anterior a todos os que ocuparam o sólio pontifício; e de fato são julgados baseado em que tenham sido ou não bons vigários de Cristo. A fé é confiada aos papas, do mesmo modo que aos bispos, mas não está sujeita a seu arbítrio.
A fé católica a recebemos de Deus, de Nosso Senhor Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, sua pedra angular imutável, garantia constante de verdade e santidade [1]. O conteúdo de dita fé não é determinado pelo Papa, mas por Cristo, e nos é transmitido pelas Sagradas Escrituras, a Sagrada Tradição e o Magistério. Por Magistério não se entende tudo o que proceda dos prelados e os papas, mas o ensinamento público, oficial, definitivo e universal acumulado nos cânones, decretos, anátemas, bulas, encíclicas e outros instrumentos dogmáticos de doutrina que estejam em harmonia com os anteriores.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O assunto McCarrick: o papa sabia. Aqui o motivo pelo qual deve demitir-se


Por Aldo Maria Valli

26 de agosto 2018
Tradução de Airton Vieira – [Nota de Rorate Caeli: o jornalista Aldo Maria Valli é provavelmente o vaticanista mais conhecido da Itália, dado que durante muitos anos foi comentarista sobre o papado em RAI 1, a principal cadeia de televisão italiana, e também em RAI 3.]
“Bispos e sacerdotes, abusando de sua autoridade, cometeram crimes horrendos em detrimento de suas vítimas, menores de idade e fiéis inocentes, e jovens desejosos de oferecer suas vidas à Igreja, ou – ainda – por meio de seu silêncio não evitaram que esses crimes continuassem perpetrando-se.”
Quem escreve estas palavras é um arcebispo, antigo Núncio Apostólico nos Estados Unidos de 2011 a 2016. Agora retirado, decidiu abrir seu coração e contar tudo o que sabe sobre a sequência dos fatos com relação aos abusos sexuais na Igreja. Um testemunho que conclui com um duro e peremptório “convite”: o papa Francisco deve ceder seu posto. Porque ele também sabia mas o encobriu.
O autor desta declaração, como informa hoje La Verità, é Monsenhor Carlo Maria Viganò, de 77 anos, que, antes de ser enviado como Núncio aos Estados Unidos, era o encarregado da Governadoria do Estado da Cidade do Vaticano, e anteriormente Núncio na Nigéria, Delegado dos Representantes Pontifícios da Secretaria de Estado da Santa Sé e membro da Comissão Disciplinar da Cúria Romana.

“Restaurar a beleza da santidade do rosto da Esposa de Cristo, que foi terrivelmente desfigurado por tantos crimes abomináveis”. Este é o motivo da decisão de monsenhor de falar. “Se de verdade queremos liberar a Igreja do fétido pântano em que caiu, devemos ter o valor de rasgar a cultura do segredo e confessar publicamente as verdades que temos guardado escondidas. Devemos rasgar a conspiração de silêncio com a que bispos e sacerdotes se mantêm protegidos a expensas de seus fiéis, uma conspiração de silêncio que, aos olhos do mundo, ameaça fazer a Igreja parecer uma seita, uma conspiração de silêncio nada diferente da que impera na máfia”.

domingo, 19 de agosto de 2018

A Assunção de Maria ao Céu

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15 de Agosto


A Festa da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, 15 de agosto; também chamado em antigos livros litúrgicos Pausatio, Nativitas (para o céu).

Esta festa tem um duplo objetivo: (1) a feliz partida de Maria desta vida; (2) a assunção de seu corpo ao céu. É a festa principal da Santíssima Virgem.

No dia primeiro de Novembro de 1950, Pio XII definia o dogma da Assunção. Proclamava assim solenemente que a crença segundo a qual a Santíssima Virgem Maria ao terminar a sua vida terrestre, foi elevada de corpo e alma ao Céu, faz realmente parte do depósito da fé recebida dos Apóstolos. “Bendita entre todas as mulheres” em razão de sua maternidade divina, a Virgem Imaculada que tivera desde a sua Conceição o privilégio de ser isenta do pecado original, não devia jamais conhecer a corrupção do túmulo. Para evitar qualquer dado incerto, o Papa absteve-se de precisar o modo e as circunstância de tempo e lugar em que a Assunção se teria dado: apenas o fato da Assunção de Maria em corpo e alma à glória do Céu foi objeto da definição.

Anova missa da festa põe em evidência a própria Assunção e suas conveniências teológicas. Maria aparece glorificada na mulher descrita no Apocalipse (intróito), na filha do rei revestida de manto de ouro, do salmo 44 (gradual), na mulher que com seu filho será inimiga vitoriosa do demônio (ofertório). São-lhe aplicados os louvores dirigidos a Judite triunfante (epístola); e sobretudo considera a Assunção o coroamento de todas as glórias que derivam da maternidade divina e que a própria Virgem cantou no seu Magnificat (evangelho). As orações fazem-nos pedir a Deus que possamos, como a Santíssima Virgem, estar continuamente atentos às coisas do alto, atingir a ressurreição bem-aventurada, e partilhar da sua glória no Céu.

sábado, 18 de agosto de 2018

O que a Igreja diz sobre o reiki?

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1. O reiki se apresenta como um método de cura através de energias e parte da base de que tudo o que existe é energia.

O reiki, criado no Japão por Mikao Usui (1865-1926), diz ser um método de cura que utiliza a “energia universal da vida” e uma conjunção de duas energias muito poderosas. A primeira energia seria guiada por uma consciência superior que alguns chamam “Rei” (Deus) ou seu próprio “ser superior”, ou seja, não seria produzida pelo curador mas pelo mesmo ser superior. A outra energia, a pessoal, a que moveria o ser humano, é chamada “Ki”.

Quem pratica reiki considera que tudo o que existe é energia, desde o pensamento até os elementos e nós seríamos portanto uma irradiação dessa energia. Segundo esta concepção, o “campo eletromagnético” que produz a energia que nos rodeia está composto por várias camadas que nos envolvem e ao longo de nossas vidas vai se nutrindo de traumas e problemas emocionais que ficam presos nele como em uma rede, produzindo bloqueios no fluxo da energia universal de vida. Esta energia supostamente essencial para a vida, e incluso mais importante que o ar e a água, se estabilizaria mediante a cura reiki, que ajuda o fluxo da mesma a desbloquear os problemas energéticos que seriam os indicadores da doença física.

O reiki tem cinco princípios que aparecem como um suposto guia para os “canais” (reikistas) e foram estabelecidos por Mikao Usui e outras pessoas como o Dr. Háashi e a Sra. Takata. São estes:

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Pena de morte. O anunciado farisaísmo de Bergoglio





Por Antonio Caponnetto

Quando escrevemos "A Igreja Traída", em 2010, dedicamos um capítulo do mesmo para analisar o livro "O jesuíta" longa reportagem do então cardeal Bergoglio, de Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti Parreno, e publicado em Buenos Aires, pela Editorial Vergara, no mesmo ano de 2010. Na página cinquenta e uma e seguintes de nossa obra, assentávamos algo que agora cobra uma triste atualidade, diante heterodoxa modificação do ponto 2267 do Catecismo, declarando a ilegalidade absoluta da pena de morte . Eu transcrevo:

"Na mesma linha ideológica [judaizante], e para manter atiçando o fogo semita, Sua Eminência deixa o reino espiritual e artísico para ancorar no terreno moral.

Com uma simplismo indevido de um homem de estudo, e um relativismo ainda mais impróprio em um homem de fé, ele argumenta que "já declarou que a Igreja Católica era a favor da pena de morte, ou pelo menos que  não a condena. " Mas agora, graças ao progresso da consciência, sabe-se que a vida é tão sagrada que nenhum crime, por mais terrível, justifica a pena de morte" (p. 87).

Entendemos o argumento evolucionista de Bergoglio para avaliar corretamente o que diria mais tarde. A aceitação da legalidade da pena de morte - que aparece de forma exigida como tal, tanto no Novo como no Velho Testamento e em inúmeros documentos católicos e textos pontifícios - deve ser percebido como um déficit, um momento escuro na evolução da a consciência que busca a luz. O mesmo é dito das sociedades. Na medida em que "a consciência moral das culturas avança, também a pessoa, na medida em que querem viver mais retamente, vai aprimorando sua consciência e isso é um fato não só religioso, mas humano" (p.88).

sábado, 11 de agosto de 2018

Penas de Morte

Juan Manuel de Prada

Juan Manuel de Prada


A pena de morte nas mãos de governantes iníquos se torna um instrumento temível que pode ser utilizado por ódio ou vingança.
Tradução de Airton Vieira – Afirmava Léon Bloy que «a oposição crescente à pena de morte é consequência natural do declinar da fé na vida eterna». Em efeito, nas sociedades que deixaram de crer na vida eterna, esta pobre vida mortal se percebe como um bem absoluto que deve proteger-se a todo custo; pois sua perda equivale a uma aniquilação definitiva. Ao contrário, em uma sociedade religiosa, nossa existência terrena tem um valor relativo e o direito à vida própria impõe uns deveres correlativos cujo incumprimento pode acarretar sua perda. Não olvidemos que, para uma sociedade religiosa, o assassino, além de tirar a vida de outra pessoa, põe em perigo sua salvação eterna, pois lhe impede ficar em paz com Deus; isto é, obstaculiza os efeitos benéficos da redenção e quebra a nova aliança que Deus selou com o homem na Cruz.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

MONSENHOR BÁEZ, PELO QUE CHORAS?

Monseñor Báez, Venezuela



Por Airton Vieira

Seguiam-n’O uma grande massa de povo e umas mulheres que se lamentavam e choravam por Ele. Jesus, voltou-Se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: “Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram”. Hão-de então dizer aos montes: “Caí sobre nós” e às colinas: “Cobri-nos”. Porque se tratam assim a madeira verde, o que acontecerá à seca?».

(Lc XXIII, 27-31)


Antes de tudo, misericórdia. Ao povo irmão nicaraguense, a “bola da vez” do malévolo jogo de descristianização global [quem será o próximo?]. O que hoje vemos em Nicarágua, ontem vimos – e seguimos vendo – no Meio Oriente, em Cuba e na maioria dos países de maioria muçulmana e/ou comunista; e amanhã, não resta mais a mínima sombra de dúvida de que o veremos em nosso País, em nosso Estado, em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa rua, na casa vizinha, quiçá, antes dela, na nossa própria. É assim que, há muito, vem caminhando a humanidade desenfreada, mais deplorável que os muares do salmo[1]. E desta sorte todos nos irmanamos, como nos irmanamos em tudo o que diga respeito à comunhão dos santos; tudo, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...”. Até que a morte nos separe.

Ao ter diante de si tanta atrocidade, crueldade, desumanidade, muitos se perguntam do que é feito o ser humano. E nisso tantos cedem à tentação de não se reconhecer uma imago Dei. Ou então, o que é pior, que esse Deus não seja tão bom quanto se fez crer. Daí que sua imagem, que somos nós, tenha saído como saiu: má. E cremos ver nisso, hoje mais que nunca, a prova dessa malvada semelhança. Sabemos que tais questionamentos e dúvidas nasceram de longe, num determinado Jardim por um determinado réptil, que desde então nos tenta fazer crer ser ele o verdadeiro mocinho do filme, o injustiçado que não queria outra coisa que ser livre, igual e fraterno. Mas isto em definitivo não é, nem pode ser, o ponto central do que aqui se pretende.