quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A ofensiva satânica





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Tradução de Airton Vieira – É impressionante o avanço das seitas que se inspiram em Satanás, que invocam em sua ajuda a Satanás, que se servem de promessas e compromissos com Satanás, entregando-lhe sua alma.

Há muitos anos, o exorcista falecido Padre Gabriel Amorth nos pôs de sobreaviso: «Cada vez mais pessoas praticam o espiritismo ou entram em seitas satânicas, [o que] tem se tornado quase uma moda. Às vezes o fazem com inconsciência sem saber o que lhes espera, mas logo se veem obrigadas, não raro com terror, a sofrer as consequências, porque o Demônio não é entidade impessoal».
Não, não é o nome dado pelos psicanalistas ao mal abstrato que existe na sociedade, mas é uma pessoa concreta e como diz São Pedro «rugindo como um leão, buscando a quem devorar» (1 Pe 5, 8).
Por desgraça uma má teologia tem difundido -ainda na Igreja Católica- uma concepção abstrata do Demônio, que contrasta abertamente com o ensinamento do Evangelho. Se vemos o aumento do número dos que praticam o esoterismo ou entram nas seitas satânicas, é também porque a Igreja deixou de ensinar corretamente a doutrina sobre o Demônio, ensinada pela Escritura e conservada pela Tradição.


I. Atuação do Diabo
São João assinala como tarefa principal de Cristo o ter-se manifestado para desfazer as obras do diabo. É «príncipe deste mundo», segundo Jesus e semeia o mal em seu campo.
Nosso Senhor Jesus Cristo destaca a presença trágica do diabo ao que chama «ser mau», «espírito contrário ao homem», «diabo».[1] Suas obras são: a possessão diabólica, a doença e a morte. Satã luta continuamente com o homem, atacando-lhe pela cobiça, pela cólera, soberba, maledicência, instrumentos utilizados para arrastar o homem à perdição. São ensinamentos expressados por Jesus. Precisamente a ação salvífica de Jesus se dirige no fundo contra o diabo.
«Tão iluminadora sobre a guerra acirrada entre Jesus e Satanás, e o triunfo daquele sobre este, é a resposta dada pelo Mestre à alegre exaltação dos setenta e dois discípulos que correm para informá-lo dos maravilhosos logros obtidos por eles durante sua missão; fizeram exorcismos que se revelaram sempre eficazes: «Senhor, até os demônios se submetem ao teu nome. Ele lhes disse: “Eu vi Satanás cair do céu como um raio”» (Lc 10, 17-18). O Mestre ponderou o poder dos discípulos —que atuavam «em nome» de seu Senhor— e lhes deu a profunda explicação disso. Os setenta e dois tinham mencionado a derrota dos demônios menores que haviam se apoderado do corpo dos homens, mas Jesus fala de seu chefe supremo: Satanás; pois este é o grande vencido. Se as legiões de demônios retrocedem e não podem resistir, isso é porque seu próprio chefe foi afetado e perdeu sua autoridade. Há simultaneidade e coincidência entre a visão de Cristo e a ação de seus discípulos: enquanto vós caçáveis os demônios, enquanto expulsáveis seus agentes, eu via seu príncipe cair».[2]
Para tornar compreensível o poder do Demônio, Jesus realiza uma cura em circunstâncias que provocam admiração nos presentes e da que Cristo se serve para anunciar uma profunda verdade: a existência do Demônio e o poder temível que possui.
Lhe apresentam um endemoniado mudo. Não era mudo por doença, mas pela ação do Demônio que não lhe permitia falar. Praticamente era mudo e assim era conhecido pelos familiares que o apresentam. Jesus lançou o Demônio da alma e do corpo do desgraçado que em seguida começou a falar. Assim o diz São Mateus no capítulo XII[1]. Jesus deseja demonstrar que quando uma pessoa abriga o Demônio é como um boneco que se move segundo as exigências de Satanás, neste caso impedindo o homem de falar, porque evitava que praticasse sua confissão mediante a qual Jesus libere o homem também de sua possessão diabólica.
Em presença da multidão Jesus ordena o Demônio que abandone sua vítima, o Demônio sai em forma visível, com o que os assistentes se dão conta de que não se trata de uma simples cura, mas de uma derrota do Demônio pelo poder de Cristo.
O Evangelista manifesta que se maravilharam as turbas dizendo: Jamais se viu tal coisa em Israel.
Todos os circunstantes acreditavam na existência e no poder do Demônio, ao tempo que admitiam que ninguém nem nada poderia vencer Satanás, e Jesus deu a lição de que enquanto o Demônio se apodere de uma pessoa, seja pelo pecado que é verdadeira opressão como pela permanência em seu corpo, a pessoa possuída perde o domínio de si mesma, suas potências e sentidos, não pode dominá-los e orientá-los, porque é só o Demônio quem tem potestade absoluta sobre ele.
Hoje sucede o mesmo, o homem carrega voluntariamente o Demônio quando cometeu seu pecado, o elegeu por seu rei, depositou em suas mãos todos seus sentidos, o Demônio pode torná-lo mudo, enquanto se refere à manifestação de seus pecados, pode torná-lo surdo, para que não escute as advertências salvíficas  de Deus, pode convertê-lo em paralítico para impedir-lhe que busque seu Salvador, pode transformá-lo em desesperado introjetando-lhe sentimentos de inevitável condenação, pode enganá-lo sobre sua situação ao conseguir que não tema esse [estado de] condenação em que já se lançou.
O Demônio a quem Jesus chama inimigo do homem, adormece a alma para que esqueça sua trágica situação, trata de fazê-la esquecer a Deus e a seu juízo particular que há de sofrer, a convida a toda sorte de pecados, contra os que acaba por perder todo temor, prende a pessoa em sua temível prisão inconsciente para que não busque a Deus.
O Evangelho pontualiza que apresentaram-lhe o mudo, não foi ele mesmo quem buscou a Jesus, já que o Demônio o impedia, pois não queria perder um cliente.
O que frequentemente sucede é que uma pessoa não dá importância à existência do diabo, porque ela mesma se encontra possuída por Satanás. Quantos surdos, mudos e paralíticos, transitam por nossas avenidas, tão cegos que não podem captar o poder que Satanás exerce em suas almas já vencidas.
Como o muito piedoso David que após cometer adultério e um assassinato fica tranquilo e sem culpa, até que o profeta Natã o faz lembrar de seu estado de condenação[2]. Estava tão possuído de Satanás que este conseguiu que David seguisse dançando seus impudicos salmos a Deus, enquanto em seu coração dominava totalmente seu inimigo o demônio; por isso, após seu pecado de negação de Cristo nos escreveu Pedro o Apóstolo: irmãos não duvideis que o demônio nosso inimigo, como um leão rugidor, anda rondando, buscando o momento oportuno para devorá-los.
É o inimigo oculto que semeia erros e desventuras… Podemos supor sua ação sinistra ali onde a negação de Deus é radical, sutil e absurda, onde a mentira se afirma hipócrita e potente contra a verdade evidente, onde a caridade se apagou por causa de um egoísmo frio e cruel, onde o nome de Cristo é impugnado com ódio consciente e rebelde[3]
Examinando as violências, as guerras, os assassinatos, os abortos, os atropelos de todo gênero, os roubos, as tragédias provocadas pelo álcool e a droga, o narcoterrorismo, os movimentos antissistema incluídos o lobby LGTBI, terminamos por dizer: o mundo está nas mãos do diabo, contudo, há bastante gente que se empenha em negar sua existência.
II. Satanismo atual
«Dali, deste inferno em que se converte o homem quando renega a Cristo surge o fervilhar de sociedades ocultistas, iniciativas esotéricas, teológicas e espiritistas em que sob formas mais ou menos grosseiras e refinadas, se rende culto a Satã, pai da mentira, do ódio e do crime, em que se tem convertido a sociedade em que vivemos…».[4]
Enquanto que o ocultismo é uma adoração indireta do diabo, o satanismo é sem reparos sua contraparte. Como assinalou o Sr. King, o ocultismo se mistura com o poder do diabo muitas vezes sem sabê-loOs satanistas, por outra parte, continua, o abraçam completa e abertamente.
O satanismo é tão antigo como a Revolução de Lúcifer e seus anjos contra Deus. O antigo portador da luz, como significa o nome de Lúcifer, enganou um terço das hostes celestiais e liderou a primeira rebelião contra Deus. Há muitas variações do satanismo segundo Alfred E. Waite, a autoridade mais autorizada sobre ocultismo e satanismo. Em seu livro A adoração do diabo na França, define o satanismo como o movimento de pessoas que imitam os anjos caídos e declaram sua lealdade a Lúcifer como uma forma de desafio a Deus.
A presença do satanismo ao longo da história, não foi tão óbvia como a do ocultismo. A Sagrada Escritura diz: Todos os deuses dos pagãos são demônios (Sal 96, 5). Não obstante, o satanismo, de per se, é a adoração aberta do diabo e, como tal, se existiu como um movimento, no passado foi de maneira completamente cerrada.
Nos Estados Unidos, o censo de 2010 apontou que a bruxaria é a quarta maior religião. Nesse país em especial, os satanistas estão exigindo reconhecimento social, buscando distribuir livros sobre o culto satânico às crianças em idade escolar, colocar um monumento público do diabo em Oklahoma, a tentativa de «recriar» uma «missa negra» pública na Universidade de Harvard - que foi cancelada na última hora pela ação do público -, a realização da primeira missa negra satânica pública celebrada na história no Centro Cívico da cidade de Oklahoma, ou a instalação recente de uma exibição satânica de «férias» ao lado de um presépio na capital do estado da Flórida.
A razão de ser do povo judeu é a destruição da Igreja. Isto que surge naturalmente, foi exposto por São Paulo em palavras definitivas: Os judeus aqueles que deram morte ao Senhor Jesus e aos profetas, e a nós nos perseguem, que não agradam a Deus e estão contra todos os homens; que impedem que se fale aos gentios e se procure sua salvação. Aqui está sintetizada a tarefa dos judeus através da história cristã. Inimigos de Cristo e dos povos para que os povos não se convertam. E para isso realizarão uma tarefa de dominação dos povos para fechá-los ao Evangelho. Uma tarefa de degradação, porque sobre povos degradados podem facilmente exercer sua dominação.[5]
O Padre Meinvielle acerta quando lembra que seria um erro pensar hoje que a Bíblia é o livro dos judeus. Seu livro é o Talmude, e a alma do Talmude é a Cabala, o grande instrumento secreto dos judeus contra a Igreja e contra a civilização cristã. A Cabala dá forma à maçonaria, que é uma instituição cabalística. A Cabala é uma mistura de todas as velhas religiões pagãs. A maçonaria é também uma mistura de todos os cultos pagãos, mas a Cabala é sobretudo a divinização do homem, a divinização do homem judeu e a entronização de Satanás.
Hoje «a conspiração cabalista está na crista da onda. Deus foi desterrado da vida pública. Os judeus illuminati controlam os meios de comunicação e podem enganar e degradar as massas. O entretenimento é uma orgia de pornografia, caos apocalíptico, obscenidade, propaganda, engenharia social, programação preditiva, violência e satanismo.
Os judeus e maçons illuminati, por trás do feminismo são os responsáveis pela libertinagem das mulheres ocidentais. Eles estão por trás da promoção da homossexualidade e o transgenerismo desenhado para destruir o matrimõnio e a família.
Estão na vanguarda da liberação sexual, a pornografia e o aborto. O cristianismo foi judaizado, preocupado da mudança social (a agenda satanista) em lugar do desenvolvimento espiritual e a salvação.
Os illuminati estão desestabilizando o Terceiro Mundo utilizando organizações filantrópicas para empoderar as mulheres levando-as a rejeitar o matrimônio. O código da NOM, é ser agente de mudança».[6]
Por que Deus permite a atividade diabólica é um grande mistério, mas nós sabemos que em todas as coisas Deus intervém para o bem dos que o amam.
Fonte: https://adelantelafe.com/la-ofensiva-satanica/

[1]  Cf.: Mt. 25, 41, Jn 12, 31; 14, 30; Col 1.
[2] SPICQ OP, Fr CESLAS, La existencia del Diablo pertenece a la revelación del Nuevo Testamento.
[3] Cf.: MONDRONE, P. DOMÉNICO, Un exorcista entrevista al Diablo.
[4] MEINVIELLE, P. JULIO, Prólogo ao livro de Federico Branch, El silencio es contra el Verbo.
[5] MEINVIELLE, P. JULIO, De la Cábala al progresismo.
[6] MAKOW PhD., HENRY, El diablo y los judíos.


[1] De fato o trecho abaixo citado refere-se ao capítulo IX. [ndt]
[2] Interessante paralelo entre os nomes. Enquanto Satã, o “adversário-inimigo” de Deus, por natureza nos tira o maior presente, que é o estado de graça, Natã, o “dom-presente” de Deus os devolve. Novamente vemos aqui a importância dos nomes e seus símbolos. [ndt]

Um comentário:

  1. Importante abordagem. Nos ajudo a entender o satanismo por trás das seitas, fenômeno evidente na contemporaneidade.

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