sábado, 31 de março de 2018

Sábado de Aleluia: Jesus desce aos infernos





 Se muito importa conhecer a glória da sepultura de Jesus Cristo Nosso Senhor (Is 11,10), maior alcance para o povo cristão é saber os brilhantes triunfos que Ele alcançou com a derrota do demônio, e com a tomada dos infernos.

Após a morte de Cristo, Sua Alma desceu aos infernos, e lá ficou todo o tempo que Seu Corpo esteve no sepulcro. Este fato não deve estranhar a ninguém. A Divindade nunca se apartou da alma nem do corpo, não obstante a separação que houve entre alma e corpo.

 Sentido de “infernos”. Essa expressão designa os ocultos receptáculos em que são detidas as almas que não conseguiram a bem-aventurança do céu.

Neste sentido, ocorre em muitos lugares da Sagrada Escritura. Lê-se, por exemplo, numa epístola do Apóstolo: “ Ao nome de Jesus, deve se dobrar todo joelho, no céu, na terra, e nos infernos” (Fl 2,10). E nos Atos dos apóstolos atesta São Pedro que “Cristo Nosso Senhor ressuscitou, depois de vencer as dores dos infernos”(At 2,24).

sexta-feira, 30 de março de 2018

Sexta - Feira da Paixão: Foi crucificado, morto e sepultado.





Pela declaração de “não conhecer outra coisa senão a Jesus Cristo, e por sinal que Crucificado”(1 Cor 2,2), o Apóstolo apregoa a grande necessidade de conhecermos este Artigo e o zelo que os fiéis devem ter em meditarem, o mais possível, a Paixão de Nosso Senhor.

A primeira parte deste Artigo – da segunda falaremos depois – nos propõe a crer que Cristo Nosso Senhor foi crucificado, quando Pôncio Pilatos governava, em nome de Tibério César, a província da Judeia. Fora encarcerado, escarnecido, coberto de toda sorte de opróbrios e tormentos, e finalmente arvorado no madeiro da cruz.


I. Realidade de sofrimento. Ninguém deve supor que a parte inferior da Sua Alma ficasse talvez isenta das torturas. Uma vez que Cristo assumiu, realmente, a natureza humana, força é reconhecer que também na alma sentiu dores fortíssimas. Esta é a razão de ter dito: “Minha alma está triste a ponto de morrer”(Mat 26,38).

É certo que a natureza humana estava unida à Pessoa Divina, mas nem por isso deixou de sentir menos a amargura da Paixão. Era como se tal união não existisse; na Pessoa única de Cristo se conservava ambas propriedades de ambas naturezas. Por conseguinte, o que era passível e mortal, permaneceu passível e mortal; por sua vez, o que era impassível e imortal – como cremos ser a sua natureza divina – conservou essa sua propriedade.


quinta-feira, 29 de março de 2018

Lava-pés ou Mandato

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Quinta-Feira Santa


Esta cerimônia pode-se fazer, doravante, em todas as igrejas. A exemplo de Cristo, que lavou os pés dos Apóstolos, o celebrante lava os pés de doze homens, que são conduzidos processionalmente pelo diácono e/ou subdiácono até a capela-mor.


A página do Evangelho que se acabou de ler é das mais comovedoras. O discípulo amado conta-nos como Jesus, após ter dado aos discípulos o <<mandamento novo>> de se amarem uns aos outros, como Ele os havia amado, se prostra de joelhos diante de cada um e lhes lava os pés.

domingo, 25 de março de 2018

Domingo de Ramos


Os cordeiros, embranquecidos

ainda da água batismal, acorrem

à fonte da salvação, que a cruz

redentora faz brotar neste novo

paraíso que é a Igreja, rebanho

do Bom Pastor.



Domingo da Paixão


A liturgia deste domingo consta de duas partes distintas: uma, impregnada de alegria – a procissão dos ramos; outra, de tristeza – a missa e o canto da Paixão.



A BÍBLIA E A LITURGIA DESTE DIA


 A entrada solene de Jesus em Jerusalém é a realização da profecia de Zacarias (Zacarias 9,9), evocada no evangelho da bênção dos ramos. Ver também Isaías 62,11. As aclamações da multidão são tiradas do Salmo 117, 25-26; será bom reler, por inteiro, este cântico litúrgico para a procissão, que se dirigia ao Templo, na festa dos Tabernáculos. Esta entrada triunfal de Cristo, na Cidade Santa, lembra outras: a de Israel na terra prometida (Josué); da Arca da Aliança em Jerusalém, conquistada por Davi (I Crônicas 11, 4-9; 13; 15; 16 – Salmo 23, 7-12, que se liga a este acontecimento; e Salmo 131, composto para o seu aniversário), e ainda o regresso de Davi á Jerusalém (II Reis 19,10 a 20,3). Poderá ver-se aí uma prefiguração da Parusía (I Coríntios 15, 50-57; I Tessalonissenses 4,15-17), e ter-se-á em mente a apresentação de Jesus no Templo (Lucas 2,22-38). Haja também o cuidado de ler a sequência da narrativa: Jesus escorraça do Templo os vendilhões, e recebe a aclamação das crianças (Mateus 21,12-17).
Segundo o desejo da liturgia, ter-se-á a peito a meditação dos Salmos 21 e 68. Uma grande parte do primeiro serve de trato da missa deste dia.

25 de Março: dia da Anunciação


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25 de Março

OBS: Caso esta festa caia na Semana Santa, transfere-se para a segunda-feira que segue ao Domingo in albis (primeiro domingo após a Páscoa).

Festejamos hoje aquela em que o Verbo se fez carne, na qual o Filho de Deus se uniu para sempre à nossa humanidade para nos fazer partilhar da sua divindade. O Mistério da Encarnação valeu à Maria o seu mais belo título de glória, o de Mãe de Deus. Pela mesma razão passou também a ser mãe dos cristãos, porque somos de Cristo e participamos da sua vida. veneremos a Virgem Maria e invoquemo-la como mãe de Cristo e Mãe nossa. A festa da Anunciação é muito antiga. Encontra-se no Ocidente no século VII, e no Oriente no século V, como festa da Conceição de Jesus. Tendo sido fixada no dia 25 de Março, nove meses antes do Natal, faz partes das festas relacionadas com o nascimento do Salvador. A admirável narrativa de São Lucas, no Evangelho, fornece o tema central da missa e do ofício. Os cristãos nunca se cansarão de ouvir cantar e de meditar este diálogo repleto da manifestação dos grandes desígnios de Deus, em que a Santíssima Virgem tem parte tão excepcional, aparecendo ao mesmo tempo tão humilde e tão grandiosa.

O fato da Anunciação da Virgem Maria está relacionada em Lucas, 1:26-38. O evangelista nos diz que, no sexto mês após a concepção de São João Batista, o anjo Gabriel foi enviado por Deus à Virgem Maria, em Nazaré, uma pequena cidade nas montanhas da Galiléia. Maria era da casa de David, e foi casada com São José, da mesma família real. Ela, no entanto, ainda não estava na casa de seu marido, mas ainda estava na casa de sua mãe. E o anjo após ter tomado a figura e forma de homem, entrou na casa e disse-lhe: "Ave, cheia de graça (a quem foi dada a graça, favorecida), o Senhor é convosco". Maria ouvindo as palavras de saudação não falava; ela ficou incomodado no espírito, já que ela não sabia a causa de sua vinda, nem o significado da saudação. E o anjo continuou e disse: "Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Eis que tu conceberás no teu ventre, e dará à luz um filho; e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo; eo Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó. E seu reino não terá fim. "A Virgem entendeu que se tratava da questão da vinda do Redentor. Mas, por que ela deveria ser eleita entre as mulheres para a esplêndida dignidade de ser a mãe do Messias, depois de ter jurado a sua virgindade a Deus? (Santo Agostinho). Mas cheia de medo e espanto, ela disse: "Como se fará isso, porque eu não conheço homem?"

A Anunciação do anjo. Por santo Afonso de Ligório


Antigamente a Anunciação era considerada festa do Senhor, tendo o nome de Anunciação de Jesus Cristo. Começo da Redenção. Prevaleceu, entretanto, o uso de consagrar a festa à Santíssima Virgem. A prova mais antiga sobre o fato, temo-la no Sermão de São Proclo, Arcebispo de Constantinopla (morto em 446). A festa era muito estimada em Ravena, como se deduz as pregações de São Pedro Crisólogo (morto em 450). Encontramo-la na Espanha, pelo ano de 650, celebrada aos 18 de dezembro, porque não se celebravam festa na Quaresma. A partir do século VI fixou-se a sua data para 25 de março, como ainda é de uso em nossos dias festejá-la.


Maria, na Encarnação do Verbo, não podia humilhar-se mais do que se humilhou; Deus, pelo contrário, não podia exaltá-la mais do que exaltiu


“Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mt 23,12). Esta é a palavra do Senhor; não pode falhar. Havia Deus determinado fazer-se homem para remir o homem decaído, e assim manifestar ao mundo sua bondade infinita. Entre todas observou uma, e foi a virgenzinha Maria, que muito mais era perfeita nas virtudes, tanto mais simples e humilde era no seu conceito: “Há um sem-número de virgens (a meu serviço) diz o Senhor -  mas uma só é minha pomba, a minha eleita” (Ct 6, 7-8). Por isso disse Deus, seja esta escolhida para minha Mãe.


sexta-feira, 23 de março de 2018

Todos os crentes rezam ao mesmo Deus?





O homem pode conhecer a existência de Deus e algumas de suas propriedades pelo mero uso da razão. Ao longo da história, o homem usou diferentes maneiras de alcançá-la; Agora, o grau e perfeição do conhecimento que eles passaram a ter de seu Criador não era o mesmo em todas as culturas. É por isso que Deus, movido pela sua bondade para com o homem, revelou-se, assim, desse modo poderíamos conhecê-Lo e amá-Lo melhor.
Se classificarmos os homens de acordo com seu relacionamento com Deus e simplificarmos muito, os dividiremos nos seguintes grupos:

  • ·        Há homens que rejeitam a existência de Deus; Estes são os ateus. Embora hoje aqueles que se confessam como ateus são mais ateus práticos do que teóricos; isto é, aqueles que eliminam Deus de suas vidas porque não querem que seja parte delas. Uma questão separada seria o caso do budismo. O budismo não é propriamente uma religião, mas uma filosofia e ética. Para o budista, não faz sentido perguntar sobre a existência de Deus.


  • ·         Há homens, especialmente em culturas mais antigas e menos desenvolvidas que a partir dos pontos de vista filosóficos e religiosos, eles descobrem a existência de seres supremos que são chamados de “deuses”; atribuindo a cada um propriedades ou faculdades diferentes de acordo com a área humana em que vão intervir. Isso aconteceu principalmente nas culturas grega e romana; embora também o vejamos em culturas egípcias, hebraicas pré-abramíticas, mesopotâmicas, japonesas (xintoísmos) ...

  • ·         Há outros que, valendo-se de diferentes religiões e culturas, passam a conhecer a existência de um único Ser supremo; mas quando um começa a aprofundar um pouco em suas crenças, ele descobre que o Ser Supremo não é o mesmo em todas as religiões monoteístas. Ou seja: islamismo, judaísmo e cristianismo.


segunda-feira, 19 de março de 2018

São José: esposo de Maria e pai virginal de Cristo

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!9 de Março



<<A Igreja celebrou com solenidade especial a festa de São José, porque é um dos maiores santos, Esposo da Virgem Maria, pai legal de Jesus Cristo, e porque foi declarado patrono da Igreja universal>>. A Liturgia da Missa descreve com rasgos eloquentes a missão que Deus Lhe confiou:

<<Ele é o homem justo que deste por marido da Virgem Mãe de Deus; o servo fiel e prudente que puseste à frente de sua Família, para que, agindo como um pai, cuidara do seu Filho único, concebido pelo Espírito Santo, Jesus Cristo, nosso Senhor.>>

Marido de Maria e pai virginal de Jesus Cristo. Aqui começa a grandeza de São José e, em virtude desses títulos, forma parte integrante do mistério da Encarnação.



Suarez sugeriu que há certos ministérios que tocam a ordem da união hipostática, e que nesta ordem está São José, ainda em seu ínfimo grau. Isto mesmo defenderam muitos teólogos depois de Suarez, alguns dos quais argumentam que São José intrinsecamente pertence a esta ordem. Mas é melhor e mais comum dizer que pertence unicamente extrínseca ,moral e mediatamente, forma na que - como defende o padre Lhamera - cooperou São José para a constituição da ordem hipostática, concluindo que <<São José  está dentro do decreto divino da Encarnação>>. Esta opinião argumenta José María Bover:

<<Em relação ao Filho de Deus, enquanto homem, era a verdadeira autoridade o poder paterno:  Jesus Cristo, enquanto homem, estava sujeito a José, a quem devia obediência. No que diz respeito à Mãe de Deus, a paternidade de José era como o complemento congênito da maternidade divina de Maria, cujo status foi elevado. Em relação a Deus Pai, foi uma participação misteriosa, a comunicação ou  extensão da paternidade divina.
Sob esta relação tripla, a paternidade inefável de São José se conectava à ordem da união hipostática.

E esta ordem suprema pertencia, consequentemente, a graça de José: não de ordem ministerial – como a de São João Batista ou dos apóstolos - mas a graça de ordem e caráter hipostático, como era a graça da Mãe de Deus, embora que em um grau inferior a dela.

São José


Confiante docilidade, no meio

da prova e das travas, com

que José obedece à voz do

anjo, que em sonhos lhe dita

as ordens de Deus!



19 de Março

Esposo de Nossa Senhora-Padroeiro da Igreja Universal




As principais fontes de informação sobre a vida de São José são os primeiros capítulos do nosso primeiro e terceiro Evangelhos; eles são, praticamente também, as únicas fontes confiáveis, pois liga a vida do santo patriarca, como em muitos outros pontos relacionados com a história do Salvador que foram deixados intocados pelos escritos canônicos. A literatura apócrifa é cheia de detalhes, mas a não admissão dessas obras no Canon dos livros sagrados lança uma forte suspeita sobre seu conteúdo; e, mesmo que  alguns dos fatos registrados por eles possam ser fundados em tradições de confiança, é na maioria dos casos quase impossível discernir e peneirar estas partículas de verdadeira história, das fantasias com as quais estão associados.

De qualquer forma, Belém, a cidade de Davi e seus descendentes, parece ter sido o local de nascimento de José. Quando, porém, a história do Evangelho começa, ou seja, alguns meses antes da Anunciação, José se estabeleceu em Nazaré. Por que e quando ele deixou sua terra natal para remeter-se para a Galileia não é determinado; alguns supõem – e a suposição não é de forma improvável - que as circunstâncias  então moderada da família e a necessidade de ganhar a vida pode ter influenciado a mudança de São José, na verdade era um tekton, como aprendemos de Mateus 13:55 e Marcos 6: 3. A palavra significa tanto mecânico em geral como carpinteiro em particular; São Justino confirma para o último significado (Diálogo com Trifão 88), e a tradição aceitou esta interpretação.


segunda-feira, 12 de março de 2018

A modernidade contra a mulher





Quando o politicamente correto se torna um muro que torna o pensamento livre impossível, alguém tem que dar um golpe e desafiar os falsos pilares que sustentam um discurso absurdo, contraditório e inibidor e - por que não dizer isso - castrando qualquer sinal de senso comum. E é claro que estamos nos referindo à exaltação da ideologia do gênero. Sabemos que entramos em terrenos espinhosos, mas alguém deve falar alto antes de secarem nossos cérebros.

Talvez este artigo comece com ímpeto, e o desejo de dizer tudo o que deve ser dito embotam as ideias que devem ser expressas com mais clareza. Há várias coisas que fazem o sangue ferver. Por um lado, estão impondo o “trans-humanismo”, alguns chamam de “pos-humanismo”, alertando - como Michel Foucoult apontou - que o homem é uma realidade “cultural” convocada a desaparecer. A tecnologia e o voluntarismo podem transformar os homens em mulheres e vice-versa e, portanto, é absurdo falar de “Homem” ou “Mulher” como uma realidade perene e imutável. Mas, por outro lado, queremos “ontologizar” a figura feminina como uma revolucionária perpétua e inalterável, no artifício festivo do dia da mulher trabalhadora, por obra e graça da ONU.

A pequena gangue tenta dominar as ideias através da falsa representação da linguagem. Esta celebração é engraçada como se a mulher nunca tivesse trabalhado desde o início da história da humanidade. É quase tão absurdo quanto comemorar o Dia do Trabalho, o Dia dos distúrbios dismórficos corporais. A questão é ter-nos autoconscientes como débeis incapazes de encarar a realidade. Obrigado ONU por nos esclarecer sobre nosso estado de estupidez. Mas essa doutrinação deve ser concluída. Em 1975, a ONU, dominada por diretrizes marxistas, caiu na armadilha de reforçar a ideia do proletariado como a única humanidade possível redimida. E ao homem -varão - acrescentou a mulher. Então todos nós vimos que o trabalhador fumante, masculino, que não pratica esportes e com colesterol se transformou em inimigo da civilização pós-moderna.