A
"Revolução de Outubro" do Sínodo falhou, e com ela acabou também a
primeira parte do pontificado bergogliano. Qual será a segunda parte?
O
discurso de encerramento feito no
sábado por Francisco nos leva a intuir. Talvez aquele que se inicia
será um dos anos mais dramáticos e confusos da história da Igreja.
Maquiavelismo
Antes
de mais nada, o Papa Bergoglio descarregou sobre o Cardeal Kasper (e
companhia) toda a responsabilidade pela derrota, após tê-lo usado como
testa de ferro para quebrar a resistência dos cardeais ortodoxos, tanto
no Consistório de fevereiro como no Sínodo.
A
maioria rejeitou a "revolução" que Kasper, a mando de Bergoglio
sugeria. Assim o Papa em seguida se distanciou de
suas teses, desqualificando-as como "a tentação do “bonismo”
destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, enfaixa as
feridas sem antes curá-las e medicá-las; que trata os sintomas e não
suas causas e raízes".
Pena
que foi exatamente sobre essas absurdas teses kasperianas que ele
permitiu que a Igreja fosse traumaticamente dividida por meses e também
por meses seguidos tais teses foram divulgadas pelos meios de
comunicação como a grande novidade do pontificado de Bergoglio, sem
qualquer desmentido.
Pena
que foi o próprio Papa Francisco que impôs o mesmo Kasper como relator
único para o Consistório de fevereiro e ainda elogiou sua tese como
sendo "teologia de joelhos" (Kasper sempre declarou, sem ser
desmentido, que tinha feito tudo combinado com o
Papa).
A
fina flor dos intelectuais e jornalistas Católicos que há um tempo
atrás se classificavam como “ratzingerianos”, agora ansiosos por uma
recolocação abraçaram e aplaudiram as revolucionárias teses kasperianas.
Assim como todos os jornais seculares.
Ver
agora a ruptura que faz Bergoglio deveria ser humilhante para todos
aqueles papólatras apressados. E deveria também levar a imprensa marron
laica como_ La Repubblica_ a reconhecer que errou feio.
Ao
invés disso, ninguém teve coragem de fazê-lo. Evidentemente porque
todos acreditam que a disassociação tardia de Bergoglio da tese
derrotada é só uma questão tática.
No
entanto constatam
que, tanto do Consistório de fevereiro como do Sínodo de outubro, o
único que saiu derrotado e "desacreditado" foi o próprio Bergoglio.
Claro,
que existem ainda os últimos "japonêses" ( alusão aos japoneses que
ainda não acreditavam que a Guerra tinha acabado) os quais ressaltam que
sobre temas controversos como a comunhão para divorciados novamente
casados e homossexuais (parágrafos 52, 53 e 55), embora não tendo
atingido os dois terços dos votos (resultando em sua rejeição pelo
Sínodo ), há no entanto a maioria absoluta e, portanto não se trata de
uma derrota. Mas este argumento é risível porque aqueles eram textos que
já haviam sido corrigidos e emendados, não eram as explícitas teses
"kasperianas" e "fortianas."
Na
verdade, o "Relatio post disceptationem," da
metade do Sínodo, aquela "revolucionária", foi rejeitada e re-escrita. E
a "Relatio Synodi" é um outro texto ("mais equilibrado, balanceado e
desenvolvido", como deixou claro o próprio Padre Lombardi).